Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento

Terça-feira, 17 de Junho de 2025 | Horário: 13:00
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Prefeitura propõe requalificar entorno do Rio Tietê com habitação, mobilidade e sustentabilidade

Objetivo do PIU Arco Tietê é reconectar bairros, atrair investimentos e melhorar a qualidade de vida em região onde moram 240 mil pessoas; plano urbanístico impacta diretamente o desenvolvimento econômico da cidade

Transformar uma área historicamente marcada por processo de urbanização incompleto, com barreiras viárias, galpões vazios e desigualdades sociais, econômicas e ambientais, em um novo polo de moradia acessível, transporte eficiente e qualidade ambiental. Essa é a proposta da Prefeitura de São Paulo com o Plano de Intervenção Urbana (PIU) Arco Tietê, atualmente em fase de consulta pública. A iniciativa é conduzida pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL) e São Paulo Urbanismo. 

Com cerca de 3.600 hectares — o equivalente a 2,3% do território da capital — o plano abrange a planície fluvial do Canal do Rio Tietê e trechos de 14 distritos, como Lapa, Barra Funda, Pirituba, Santana, Vila Maria e Tatuapé. O objetivo é propor instrumentos e projetos de reorganização de desenvolvimento deste território, atrair investimentos e melhorar a vida de quem vive, trabalha e circula pela região.  

O PIU Arco Tietê prevê uma série de intervenções, como a recuperação de áreas ociosas, construção de moradias populares, qualificação da mobilidade sustentável, novos eixos viários e ampliação de áreas verdes e de equipamentos públicos. Todas essas ações estão articuladas com políticas públicas e projetos que buscam requalificar o território, promovendo a integração entre bairros, facilitando o acesso ao transporte público e incentivando o uso sustentável do solo e dos recursos naturais. 

O plano urbanístico terá o papel de integrar os subsetores do Setor Orla Ferroviária e Fluvial, pertencentes à Macroárea de Estruturação Metropolitana - MEM,  definida pelo Plano Diretor como território estratégico para transformação urbana. A reestruturação da planície fluvial do Rio Tietê proposta pelo PIU Arco Tietê será coordenada com outros planos voltados a áreas vizinhas a ferrovias e rios, como os PIUs Arco Leste, Arco Pinheiros e Arco Jurubatuba, além das Operações Urbanas Consorciadas Água Branca, Água Espraiada e Bairros do Tamanduateí. 

 

Território estratégico e em transformação 

Com população estimada em 240 mil habitantes (Censo 2022), o perímetro do PIU Arco Tietê vem crescendo em densidade populacional, enquanto outras áreas centrais da cidade, como Consolação e Bela Vista, apresentam retração. O território abriga equipamentos relevantes, como o Anhembi e o Campo de Marte, além de infraestrutura viária robusta, com destaque para a Marginal Tietê e diversas rodovias.

No entanto, o histórico da região é marcado por fragmentação social e espacial, desigualdade no acesso à infraestrutura básica e barreiras físicas significativas — como vias expressas e linhas ferroviárias — que dificultam a conexão entre bairros e o acesso a serviços essenciais. O plano pretende reverter esse quadro, promovendo uma transformação urbana integrada, com equilíbrio entre usos e funções. 

Confira as iniciativas:

 

Habitação: novas moradias e ocupação inteligente do território 

O PIU Arco Tietê propõe uma nova dinâmica habitacional, priorizando a produção de habitações de interesse social – acompanhadas de toda a infraestrutura necessária -, a fim de reduzir desigualdades no acesso à moradia. 

Além disso, o plano prevê a reconversão de espaços para novos usos, estimulando a economia criativa, o setor logístico e a geração de empregos locais. A região, que passou por desindustrialização e fechamento de lojas físicas, concentra hoje grandes vazios urbanos e terrenos subutilizados, antes ocupados por instalações industriais e galpões.  

 

Mobilidade: bairros conectados e integração com transporte coletivo 

A mobilidade é outro ponto central do plano. Hoje, o território do Arco Tietê é fragmentado por vias expressas e linhas férreas que dificultam o deslocamento entre os bairros e o acesso a serviços. O PIU propõe novos eixos viários, travessias seguras, ciclovias e corredores de ônibus, buscando integrar melhor os diferentes modais e facilitar a circulação interna. 

Além disso, o plano está estrategicamente alinhado a projetos de transporte de alta capacidade, como as Linhas 6-Laranja, 19-Celeste e 20-Rosa do Metrô, além do Trem Intercidades, que ligará São Paulo a Campinas. Essas conexões devem impulsionar a mobilidade e reduzir o tempo e o custo dos deslocamentos, tornando a região mais acessível e competitiva. 

 

Sustentabilidade: integração com o Rio Tietê e resiliência climática 

Integrar a cidade ao Rio Tietê é um dos grandes desafios e oportunidades do PIU. A proposta inclui a valorização das margens do rio e seus afluentes, com a implantação de parques lineares, áreas de preservação e soluções baseadas na natureza. 

Além disso, o plano traz medidas para auxiliar no controle de inundações, redução de ilhas de calor e aumento da permeabilidade do solo, ampliando a resiliência climática da cidade.

A coordenação com o Plano Hidroviário Municipal (PlanHidro SP) e o Plano de Ação Climática (PlanClima) é imprescindível para que os objetivos sejam alcançados. 

 

 

Consulta pública aberta à população 

No fim de maio, a Prefeitura lançou a terceira consulta pública digital sobre o Plano de Intervenção Urbana (PIU) Arco Tietê. O objetivo é fortalecer o diálogo com a sociedade, comunicar a retomada dos estudos do PIU e apresentar uma versão atualizada do Diagnóstico Econômico e Territorial. A consulta estará disponível na plataforma Participe+ até o dia 30 de junho. Clique aqui para acessar

A participação da sociedade não se limitará ao formato digital. Estão previstas também agendas presenciais em Subprefeituras e reuniões com instâncias colegiadas, com cronograma a ser definido. 

O desenvolvimento do plano decorre das exigências do Plano Diretor Estratégico de 2014, que determinou a elaboração de Projeto de Lei, encaminhado à Câmara Municipal em 2016. Em 2017, o Executivo solicitou sua retirada do Legislativo, com o objetivo de rever a proposta e adaptá-la ao novo cenário de políticas e diretrizes em vigor.  

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