Prefeitura de São Paulo

Por: Breno Lopes

Neste sábado (14), a Vila Reencontro Canindé celebra seu primeiro ano de funcionamento. Localizada na zona leste da capital, a unidade foi criada com o propósito de oferecer acolhimento para famílias em situação de rua, promovendo dignidade, estabilidade e novas possibilidades de vida. Ao longo desses doze meses, o serviço tem sido essencial para transformar histórias, contribuindo com acesso às políticas públicas, inserção no mercado de trabalho e construção de caminhos para a autonomia. 

“Hoje a gente se vê num lugar grande como esse aqui, adaptado para os nossos filhos. Um lugar onde eles podem brincar, um lugar de lazer. Tudo isso é um sonho. Os técnicos são a minha segunda família, porque tudo, tudo que eu pretendo, tudo que eu preciso, eles sempre estão me dando força”, contou, emocionada, Viviane Miranda, moradora da Vila. 

Para celebrar a data, a equipe do serviço planejou uma programação especial com atividades culturais, recreação para as crianças, além de um almoço com bolo de sobremesa e muita música. 

O primeiro aniversário da unidade reforça o compromisso da Prefeitura de São Paulo com ações que priorizam a proteção social, o fortalecimento de vínculos familiares e a construção de novos começos. 

Pamella Cardoso, gerente do serviço, relembrou o processo de transformação pessoal vivido pelos moradores desde os primeiros meses de funcionamento. “Acompanhamos histórias de superação como o retorno aos estudos, a conclusão do ensino médio e a retomada de sonhos e objetivos de vida que, por muito tempo, pareceram inalcançáveis. Ver esses sonhos sendo concretizados, graças ao acompanhamento técnico e ao fortalecimento da autoestima, tem sido extremamente significativo”.

Viviane e família posam em frente de seu módulo. - Foto: Giulia Rodrigues/SMADS

Mais sobre a Vila Reencontro Canindé

Esta foi a primeira unidade com módulos planejados para acolher Pessoas com Deficiência (PCDs). Do total de 48 residências, 46 seguem o padrão das outras Vilas já existentes, com 18m²; dois módulos tem o dobro do tamanho — 36m² — para acolher PCDs e famílias de até 8 pessoas. 

Localizada na Rua Monsenhor Maximiano Leite, 70, no bairro do Canindé, a unidade da rede socioassistencial foi construída em um terreno de 2.700m² e tem capacidade para acolher até 192 pessoas. Além dos módulos, dispõe também de espaços acessíveis e compartilhados para lazer e convivência dos moradores, como quadra poliesportiva, playground, brinquedoteca, horta comunitária, refeitório, lavanderia, salas de atendimento social. 
 

Outras Vilas 

O programa soma 10 unidades das Vilas Reencontro, sendo elas: Vila Reencontro Cruzeiro do Sul, Vila Reencontro Anhangabaú, Vila Reencontro Pari, Vila Reencontro Santo Amaro, Vila Reencontro Guaianases I, Vila Reencontro Jabaquara I, Vila Reencontro Canindé, Vila Reencontro Jabaquara II, Vila Reencontro Guaianases II e Vila Reencontro Sapopemba. 

Desde 2023, essas unidades já registraram 639 saídas qualificadas, quando os atendidos conquistam autonomia e não necessitam mais dos serviços de acolhimento.
 

Programa Reencontro 

O Programa Reencontro prevê a entrega de unidades modulares destinadas prioritariamente a famílias – com ou sem crianças – que estejam nas ruas há menos de dois anos. Cada família deve permanecer entre 12 e 24 meses nas moradias transitórias e participar de capacitações profissionais e outros atendimentos sociais com o objetivo de ganho de autonomia. 

Os critérios de elegibilidade para acolhimento nas moradias transitórias incluem informações do CadÚnico, famílias em que as mulheres são as responsáveis, e núcleos familiares que possuam crianças e adolescentes em sua composição. 

O Programa possui três eixos de atuação: conexão, cuidado e oportunidade. O primeiro busca estimular a recriação de vínculos e o fortalecimento da rede de apoio. O elemento inicial de conexão entre o poder público e o indivíduo em situação de rua é a abordagem social, que é um instrumento fundamental de vinculação das pessoas à política pública e às demais etapas e eixos do Programa Reencontro. 

No segundo eixo, são ofertadas moradias subsidiadas para aqueles que não possuem renda suficiente, nas seguintes modalidades: locação social, que é o aluguel subsidiado conforme a renda; a renda mínima ou o auxílio pecuniário para pessoas sem problemas de drogadição; moradia transitória ou unidades com alta rotatividade, que buscam evitar o processo de cronificação, promovendo rápido resgate da autonomia. 

O eixo oportunidade, por fim, consiste na intermediação de mão de obra e emprego, através da capacitação profissional, da alocação em contratos públicos (Decreto nº 59.252/20), da busca ativa por vagas e do estímulo à contratação no setor privado.