Prefeitura promove diálogo com órgãos públicos e entidades que atuam no território Guarani, na zona sul de SP

Equipe do projeto Ligue os Pontos realizou nesta semana encontro com a FUNAI e outras entidades que atuam na Terra Indígena Tenondé Porã para conhecer as iniciativas já em curso nesse território e discutir estratégias mais adequadas para o cadastramento da produção agrícola dos guaranis


Desde janeiro deste ano, a Prefeitura está cadastrando as unidades de produção agrícola da zona rural sul da cidade (distritos de Grajaú, Parelheiros e Marsilac), onde também está localizada a Terra Indígena Tenondé Porã. Financiado com recursos do Ligue os Pontos, o objetivo do cadastro é constituir um banco de dados da zona rural paulistana que viabilize a implementação de políticas públicas que fortaleçam a agricultura, a geração de renda e a preservação ambiental do Município. A coleta de informações, bem como o processamento para construção de indicadores, estão sendo feitos pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP).

No último dia 11, em reunião realizada no Edifício Martinelli, os técnicos da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL), por meio da equipe do Ligue os Pontos, puderam expor os objetivos do projeto e do cadastramento, assim como conhecer a atuação das diversas instituições presentes: Fundação Nacional do Índio - FUNAI,  ONG Centro de Trabalho Indigenista – CTI, Secretaria Municipal da Saúde, por meio do Programa Ambientes Verdes e Saudáveis - PAVS, Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente – SIMA, do Governo do Estado. Também participaram da reunião a representante do CEBRAP, responsável pelo cadastramento dos agricultores e pesquisadores da Universidade Federal do ABC (UFABC) e do Projeto GLOCULL/FAPESP, que desenvolvem pesquisas na região.

A partir deste encontro, a intenção da Prefeitura é apresentar o projeto Ligue os Pontos para as lideranças guaranis, bem como discutir a forma de cadastramento da produção agrícola nas aldeias guaranis da zona sul paulistana, de forma a contemplar as práticas agrícolas tradicionais e especificidades culturais desta população. As informações obtidas, além de integrarem o banco de dados da prefeitura, poderão subsidiar possíveis ações do projeto nas aldeias, pactuadas com as lideranças. A próxima reunião foi marcada para o próximo dia 22 de fevereiro, com lideranças do território indígena em uma das aldeias de Parelheiros. Na ocasião também será possível conhecer a experiência bem sucedida de Itanhaém – município da Baixada Santista – que utiliza alimentos produzidos pelos índios guaranis na alimentação escolar de escolas indígenas daquela cidade.

 

Terra Indígena Tenondé Porã

Com uma extensão aproximada de 15.969 hectares, a terra indígena Tenondé Porã está situada no extremo sul do município de São Paulo, abrangendo também parte das cidades de Mongaguá, São Bernardo do Campo e São Vicente. Apenas na capital paulista são 8.100 hectares – o correspondente a 24% da zona rural sul.

O território, que abarca duas unidades de conservação - Área de Proteção Ambiental Capivari-Monos, do Município, e o Parque Estadual da Serra do Mar – é residência de 1.000 a 1.300 indígenas de etnia Guarani Mbyá, distribuídos em 8 aldeias, sendo 6 na capital e 2 em São Bernardo do Campo.

Os próprios guaranis promovem um plano de visitação ao local, que inclui visitas às aldeias, exposição e venda de artesanato, trilhas, apreciação de comida tradicional e palestras sobre a sua cultura. Para mais informações, acesse o site.

 

Ligue os Pontos

O projeto Ligue os Pontos foi o vencedor do concurso “Mayors Challenge 2016” (Desafio dos Prefeitos), promovido pela Bloomberg Philantropies para a América Latina e Caribe.

Seu principal objetivo é conectar os produtores de alimentos da agricultura familiar na Zona Sul de São Paulo aos potenciais consumidores, evitando que essas áreas cultiváveis sejam tomadas pela urbanização informal e coloquem em risco a segurança hídrica da cidade.

Coordenado pela SMUL, o projeto é estruturado por meio da contribuição e apoio das secretarias municipais de Desenvolvimento Econômico (SMDE), Verde e Meio Ambiente (SVMA), Educação (SME), Relações Internacionais (SMRI), Inovação e Tecnologia (SMIT) e Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), e também do diálogo constante com outros agentes atuantes na Zona Rural.