02 - Cresce o número de pessoas no centro expandido de São Paulo

A Subprefeitura da Sé teve um acréscimo de 57.192 habitantes entre 2000 e 2010. Desde os anos 80, o saldo migratório deixou de ser um fator determinante para o crescimento populacional em São Paulo – de fato, entre 2000 e 2010, foi registrado um saldo migratório negativo de 287 mil pessoas.

O Censo de 2010 revelou uma notável inversão na tendência de perda de população que era observada, desde 1980, num vasto conjunto de distritos do município de São Paulo. Pode-se afirmar, com base nos dados censitários, que o chamado centro expandido da cidade voltou a crescer, o que resultou em um incremento de aproximadamente 175 mil habitantes no período 2001- 2010. Quando o foco é apenas a Subprefeitura da Sé, composta pelos dez distritos mais centrais do município observa-se um acréscimo de 57.192 habitantes no período. Por cerca de vinte anos, compreendidos 1980 e 2000, verificou-se queda na população absoluta na porção central da cidade, marcando uma tendência demográfica que atingiu o conjunto do centro expandido e ampliou-se até uma faixa limítrofe nas zonas leste, norte e sul.

Por outro lado, a densidade demográfica média no município de São Paulo, segundo o Censo de 2010, era de 74,58 habitantes por hectare, resultado da distribuição dos mais de 11 milhões e 250 mil residentes pelo território de 1.509 km2 do município. É na região central que se localizam três dos cinco distritos municipais com as maiores densidades demográficas: Bela Vista, República e Santa Cecília. Já no extremo sul os distritos de Marsilac e Parelheiros continuam como os menos povoados do município, seguidos por Anhanguera, Barra Funda e Socorro. Esses dados refletem não apenas o tamanho do contingente demográfico que reside em cada um deles, mas também a extensão territorial do distrito. Assim, densidades mais elevadas podem ser observadas tanto em distritos mais centrais, com ocupação verticalizada, quanto em alguns distritos periféricos, com intenso parcelamento do solo e com predomínio de famílias com maior número de membros. A análise da distribuição espacial da população paulistana no ano de 2010 ainda ressalta o padrão que se desenhou especialmente a partir da década de 70, quando os distritos periféricos começaram a se tornar mais populosos que os distritos centrais, gerando com isso um amplo espraiamento da mancha urbana. Os distritos mais populosos encontram-se em áreas periféricas, onde se localizam também importantes áreas de preservação ambiental. Os dois maiores distritos em número de habitantes, Grajaú e Jardim Ângela, situam-se dentro dos limites da área de proteção aos mananciais. Já o distrito de Brasilândia, localizado ao norte, nas encostas da Serra da Cantareira, é outro exemplo das fortes implicações ambientais desse padrão de urbanização. São áreas onde predominam os assentamentos precários, sejam favelas ou loteamentos irregulares, habitados por população que enfrenta difíceis condições de vida e de acesso a serviços públicos. Veja os detalhes da análise e os mapas que ilustram o texto na versão integral desta publicação.

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