O fenômeno da formação de ilhas de calor sobre grandes áreas urbanizadas vem sendo sistematicamente estudado em São Paulo há mais de três décadas. Apesar da localização da cidade favorecer a sua exposição à circulação de ar sob influência marítima, a extensa mancha urbana, que abriga quase vinte milhões de habitantes, constitui uma enorme ilha de calor. A ocupação desordenada do solo, que marcou a expansão urbana de São Paulo, interferiu no equilíbrio ambiental local, na relação entre superfície do solo e atmosfera, em razão de fatores como a intensa impermeabilização do solo, a destruição da cobertura vegetal, o grande adensamento das edificações e a extensão do sistema viário pavimentado.
O Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG/USP) constatou a tendência de elevação da temperatura média do ar na cidade de São Paulo, apesar da localização ambientalmente privilegiada da Estação Meteorológica do IAG/USP, em meio ao Parque Estadual Fontes do Ipiranga, na zona sul paulistana.