LINHA DE CUIDADOS EM SAÚDE MENTAL NO TERRITÓRIO DAS VILAS MARIA/GUILHERME E MEDEIROS

Bibliografia base para Educação continuada dos profissionais que participam da formação na linha de cuidados em saúde mental

Apresentação

A Linha de Cuidados em Saúde Mental (LCSM) começou a ser pensada em 2014, a partir do documento elaborado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo (SMS-SP) sobre a Rede de Atenção Psicossocial do município.

De acordo com a Portaria GM/MS nº 3088, de 23 de dezembro de 2011, a Rede de Atenção Psicossocial - RAPS, instituída no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, consiste numa rede de cuidados que visa assegurar às pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso do crack, álcool e outras drogas; atendimento integral e humanizado.

A RAPS tem como objetivo, fomentar a implementação de novo modelo de atenção em saúde mental com a criação, ampliação e articulação de pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas no âmbito do SUS.

Em maio de 2015, o território de Vila Maria/Vila Guilherme realizou um Seminário sobre RAPS intitulado: Estratégias de Implementação da RAPS – avanços e desafios do trabalho em Rede da região de Vila Maria/Vila Guilherme.

Este Seminário pretendia dialogar com todos os pontos de atenção sobre as ações intersetoriais já implementadas, avaliando os avanços obtidos, as dificuldades enfrentadas e os desafios constatados no processo da implantação da RAPS no território.

Além das ações intersetoriais, o território deveria organizar a assistência em saúde para as pessoas em sofrimento mental.

O território de Vila Maria/Vila Guilherme dispõe dos seguintes equipamentos específicos em Saúde Mental: A maioria das UBSs com equipe mínima de Saúde Mental (médico psiquiatra, psicólogo e assistente social); 01 CAPS ij (Infância e Juventude) II; 01 CeCco- Centro de Convivência e Cooperativa; 01 Enfermaria Psiquiátrica de 9 leitos dentro de um Hospital Geral de Nível Secundário (leitos regulados pela Central de Vagas) e 01 Ambulatório Médico Especializado em Psiquiatria vinculado ao governo estadual. Não dispõe de CAPS Adulto (Ad), CAPS Álcool e Drogas (AD) e Emergência Psiquiátrica.

Os moradores desta região necessitam se deslocar até o Distrito de Saúde vizinho para obterem atendimento intensivo, uma vez sendo portadores de transtornos graves e persistentes. Embora o AME Psiquiatria seja capaz de assumir este papel, fica limitado quando o paciente não adere ao Projeto Terapêutico Singular (PTS) e necessite de intervenções em domicílio.

Se fazia necessária uma reorganização das atividades assistenciais que o território poderia oferecer, otimizando as ações terapêuticas e garantindo uma resposta mais efetiva aos moradores, evitando que estes buscassem atendimento de porta em porta nos diversos equipamentos.

Além de aproximação com os CAPS Ad (Adulto) e AD ( Álcool e outras Drogas), é do Polo de Atendimento Integral da Zona Norte (PAI-ZN), entendemos a necessidade de organizar o fluxo de atendimento aos moradores da região, a partir da porta de entrada aos serviços de saúde mais acessível: a UBS.

Um grupo de profissionais foi formado para conduzir esse trabalho desafiante: elaborar a LCSM no território da Vila Maria/ Guilherme. Foi constituído pelos gerentes dos equipamentos existentes: CAPSij, Enfermaria Psiquiátrica, CeCco e AME Psiquiatria, além dos Interlocutores OSS/SPDM e da Supervisão Técnica de Saúde VMVG, nas áreas da Saúde Mental e Atenção Básica/ESF. Finalmente, o gerente do PAI-ZN integrou a formação.

O grupo condutor iniciou os trabalhos realizando um diagnóstico situacional sobre a potência de cada equipamento existente no território, além dos equipamentos vizinhos que eram referência para as ações assistenciais na área de Saúde Mental. Também buscou identificar as maiores dificuldades existentes para a implementação das ações terapêuticas. Identificou ainda os protocolos existentes em outras cidades, que já tinham a LCSM implantada.

Foram elaborados os fluxos propostos e percebeu-se a necessidade de inserir os serviços com interface muito próxima como Melhor em Casa e CER/APD (Centro Especializado em Reabilitação/Acompanhante da Pessoa com Deficiência).

 

O Projeto da LCSM foi apresentado a todos os gerentes de Unidades de Saúde, em reunião específica de agosto/2016. Houve concordância de todos sobre a relevância dessa linha de cuidado para a qualificação da atenção aos munícipes em situação de sofrimento mental. Todos concordaram também que com a implementação da LCSM, ocorreria uma mudança nos processos de trabalho da Unidade como um todo.

Nessa reunião, pactuou-se iniciar-se o projeto piloto pela UBS Vila Ede - uma UBS do DA Vila Medeiros, considerando ser o distrito com maior densidade populacional, alta taxa de vulnerabilidade e ausência de ESF. Depois destas já foram implementadas a LCSM na UBS Vila Izolina Mazzei, UBS Jardim Japão, UBS/ESF Parque Novo Mundo I e em curso na UBS/URSI/CER/APD Carandiru, UBSI/ESF Jardim Brasil e UBSI Vila Medeiros.

Diante disto se faz necessário organizar a bibliografia base para Educação continuada dos profissionais que estão participando desta formação na LCSM, bem como dos novos profissionais que constantemente vão chegandona rede.

Segue agora os textos bases:

1- Artigo “Lembretes e sugestões para orientar a prática da clínica ampliada e compartilhada” – Este Material foi construído em parceria com os alunos do “Curso de Especialização em Saúde da Família: Atenção e Gestão do Cuidado na Atenção Básica”,oferecido entre 2008 e 2009 pela Faculdade de Ciências Médicas/Unicamp para profissionais da rede SUS-Campinas. Parte da tese de doutorado “A construção de práticas ampliadas e compartilhadas em saúde: Apoio Paidéia e formação” (Figueiredo, 2012).

Neste artigo de 5 (cinco páginas) você encontra conceitos e reflexões sobre Clinica Ampliada, Equipe de Referência, Apoio Matricial, PTS e Co-Gestão Clinica.

 

CLIQUE NO LINK: Lembretes e sugestões para orientar a prática da clínica ampliada e compartilhada

 

2- Texto : PRINCÍPIOS DO APOIO MATRICIAL. Autores: Saraiva, S; Zepeda, J. Princípios do Apoio Matricial. In: Gusso e Lopes (Org.). Tratado de Medicina de Família e Comunidade. Capítulo 33. Porto Alegre: ArtMed, 2012. Neste capítulo, são apresentadas diretrizes e exemplos de organização do apoio matricial enquanto proposta de integração de especialistas na atenção primária, apesar de ser uma tecnologia de gestão e assistência utilizada com sucesso também em hospitais e outros serviços especializados. O apoio matricial é também chamado de matriciamento, principalmente ao se referir aos pontos de contato entre os profissionais como reuniões de matriciamento.

CLIQUE NO LINK: Princípios do Apoio Matriarcal

 

3- Cartilha: Clínica ampliada e compartilhada / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS. – Brasília : Ministério da Saúde: 2009. Esta cartilha da PNH traz a ferramenta da Clínica Ampliada que busca se constituir numa de articulação e inclusão dos diferentes enfoques e disciplinas. A Clínica Ampliada reconhece que, em um dado momento e situação singular, pode existir uma predominância, uma escolha, ou a emergência de um enfoque ou de um tema, sem que isso signifique a negação de outros enfoques e possibilidades de ação. Outro aspecto diz respeito à urgente necessidade de compartilhamento com os usuários dos diagnósticos e condutas em saúde, tanto individual quanto coletivamente. Quanto mais longo for o seguimento do tratamento e maior a necessidade de participação e adesão do sujeito no seu projeto terapêutico, maior será o desafio de lidar com o usuário enquanto sujeito, buscando sua participação e autonomia em seu projeto terapêutico.

CLIQUE NO LINK: Clínica Ampliada e Compartilhada

 

4- Cartilha: HumanizaSUS: equipe de referência e apoio matricial / Ministério da Saúde, Secretaria-Executiva, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004. Esta cartilha trata da reforma e ampliação da clínica e das práticas de atenção integral à saúde – como a responsabilização e a produção de vínculo terapêutico – que dependem, fundamentalmente, da instituição de novos padrões de relacionamento entre os profissionais de saúde e os usuários dos serviços. Sendo as equipes de referência e o apoio matricial são dois arranjos organizacionais que apresentam essas características de transversalidade.

CLIQUE NO LINK: Equipe de Referência e Apoio Matricial

 

5- Cadernos de Atenção Básica, n. 34- Saúde mental / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2013. Caderno de Atenção Básica com o objetivo de estimular e compartilhar o conhecimento acumulado no cuidado em saúde mental na Atenção Básica, ao apresentar ferramentas e estratégias de intervenção terapêuticas, possibilitando o diálogo com o profissional de saúde. Apresenta e discute: as principais demandas em saúde mental, os fatores de proteção e de risco em saúde mental, os planos de intervenção e os métodos de acompanhamento dos casos.

CLIQUE NO LINK: Cadernos de Atenção Básica Ou Cadernos de Atenção Básica II

 

6- Artigo: Acolhimento e vínculo: práticas de integralidade na gestão do cuidado em saúde em grandes centros urbanos- Autores GOMES, M. C. P. A; PINHEIRO, R. A estratégia Saúde da Família, principal proposta de reorganização do modelo assistencial, é apoiada política, institucional e economicamente pelo Estado, como alternativa para a consolidação dos princípios do Sistema Único de Saúde. Este artigo analisa os usos e significados dos termos "atenção integral à saúde, apego e acolhimento", identificando-os como elementos estratégicos nas práticas de saúde em programas de atenção integral e na construção do direito à saúde das pessoas como direito de cidadania.

CLIQUE NO LINK: Acolhimento e vínculo Ou  http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-32832005000200006&script=sci_abstract

 

7- Cartilha: Acolhimento à demanda espontânea / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. . – Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

O volume I deste Caderno trata do acolhimento contextualizado na gestão do processo de trabalho em saúde na atenção básica, tocando em aspectos centrais à sua implementação no cotidiano dos serviços. O volume II, como desdobramento do primeiro, apresenta ofertas de abordagem de situações comuns no acolhimento à demanda espontânea, utilizando-se do saber clínico, epidemiológico e da subjetividade, por meio do olhar para riscos e vulnerabilidades. Ferramenta potencialmente útil, não substituindo (mas auxiliando) a construção partilhada e cotidiana de modos de cuidar e gerir. A potência e o valor de uso deste Caderno serão maiores se ele estiver vinculado a experimentações concretas e à problematização dos efeitos, desafios e práticas reais pelas próprias equipes, com apoio intensivo da gestão, nos próprios serviços, tomando o processo de trabalho real como objeto de análise e intervenção.

CLIQUE NO LINK: Volume 1 

CLIQUE NO LINK: Volume 2

Apresenta oferta de abordagem de situações comuns no acolhimento à demanda espontânea, utilizando-se o saber clínico, epidemiológico e da subjetividade, por meio do olhar para riscos e vulnerabilidades. É continuação do conteúdo abordado no volume 1, sobre acolhimento contextualizado na gestão do processo de trabalho em saúde na atenção básica, tocando em aspectos centrais à sua implementação no cotidiano dos serviços.