135 anos de uma das necrópoles mais antigas de São Paulo

No dia 4 de junho, o Cemitério Araçá completou 135 anos desde sua inauguração

No último sábado 04 de junho, a Necrópole do Araçá completou 135 anos desde sua inauguração em 1887. Sendo um dos mais antigos de São Paulo, o cemitério está localizado entre dois bairros nobres - Pinheiros e o Pacaembu.

O Araçá surgiu após a superlotação na necrópole da Consolação e pela ascensão dos imigrantes italianos; a Consolação, na época, era característica pelo predomínio das famílias tradicionais da cidade, ligadas à cultura cafeeira, sendo assim, o crescente número de italianos necessitavam de um local específico para sepultarem seus falecidos. Vale destacar, que o nome do cemitério foi escolhido por estar situada na antiga Estrada do Araçá, atual Avenida Doutor Arnaldo.

Após o início emergente, devido a uma reivindicação de uma parcela necessitada da população, a necrópole tornou-se também uma área elitizada dos paulistanos, característico pelo sepultamento de personalidades brasileiras.

Personalidades da Necrópole do Araçá

Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, popularmente conhecido como Assis Chateaubriand ou Chatô, foi um jornalista, empresário e político, além de ser o quarto ocupante da Cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras. O jornalista contribuiu para o Jornal Pequeno, Diário de Pernambuco e Correio da Manhã. Dois de seus maiores feitos para a cidade de São Paulo e a cultura nacional foi idealizar o MASP, Museu de Arte de São Paulo e a inauguração da TV Tupi, primeira emissora da América Latina. Assis Chateaubriand, uma das figuras mais influentes do Brasil entre os anos 40 e 60, foi vítima de graves sequelas de uma trombose sofrida em 1960.

Vida Alves, filha de Heitor Alves e Amélia Scarpa Guedes, foi uma atriz, jornalista e empresária brasileira que se destacou na história do país por seu pioneirismo e liderança. Como atriz, participou da novela Sua Vida me Pertence (1951), junto do ator Walter Forster, protagonizou o primeiro beijo da televisão brasileira, escândalo para a época. Vida, agora como apresentadora, foi pioneira ao discutir questões como o sexo, homossexualidade e divórcio, nos programas “Vida Convida” e “Hora a Vez da Mulher”, em grade aberta de televisão. A atriz faleceu em 2017, vítima de falência múltipla dos órgãos.

“Lembre-se de mim de vez em quando”, frase de José Mauro de Vasconcelos, escritor brasileiro, autor do clássico romance juvenil Meu Pé de Laranja Lima (1968). O livro é uma autobiografia que relata a vida sofrida na infância do pensador, conversas com um pé de laranja de seu quintal e buscas constantes por mudanças. José Mauro também participou como ator de diversos longas, em exemplo, Modelo 19 (1950), que lhe valeu o Prêmio Saci de Melhor Ator Coadjuvante, e A Ilha (1963). O escritor faleceu em São Paulo, no dia 24 de julho de 1984.

Pedrinho Mattar, caçula de dez irmãos, nasceu em São Paulo em 19 de agosto de 1936, e já na infância passou a construir suas primeiras notas no piano. A carreira do pianista iniciou-se em 1959, quando acompanhou cantores em festivais realizados na União Cultural Brasil-Estados Unidos de São Paulo, onde estudava. Em 1962 iniciou o aprendizado sobre piano clássico na escola de Magdalena Tagliaferro. Com a carreira em ascensão, em 1979 apresentou-se nas escadarias do Theatro Municipal de São Paulo e na Casa Branca para o presidente Jimmy Carter. Pedrinho faleceu em Santos no dia 7 de fevereiro de 2007, vítima de um infarto.

Vicente Feola nasceu em 1 de novembro de 1909 na cidade de São Paulo, foi um jogador e treinador brasileiro. Feola, popularmente conhecido, jogou pela Portuguesa Santista, no São Paulo Futebol Clube e na Seleção Brasileira. Como treinador foi o primeiro a vencer uma Copa do Mundo com a seleção, vencedor em 1958; ao todo foram 74 jogos com 54 vitórias, 12 empates e 8 derrotas. O histórico treinador, dono de um legado para o futebol brasileiro, faleceu no dia 6 de novembro de 1975.

Mausoléu da Polícia Militar do Estado de São Paulo

O Cemitério do Araçá abriga o Mausoléu da Polícia Militar, onde ocorrem os sepultamentos de policiais que morreram exercendo a profissão. O espaço foi construído em 1969 e conta, em datas especiais como o Dia dos Finados, com homenagens para os heróis que se sacrificaram pela segurança de tantos brasileiros.

Vista do mirante localizado no Cemitério do Araçá