Nos dias 27 e 28 de agosto acontece a 2ª Jornada do Patrimônio 2016 – Origens da Cidade, e o Serviço Funerário do Município de São Paulo (SFMSP) participa do evento com uma série de atividades, entre apresentações de teatro, visitas guiadas e, em parceria com a PUC-SP, duas palestras e lançamento de aplicativo para celular com roteiros turísticos para quem quer conhecer melhor o Cemitério Consolação.

A Jornada do Patrimônio valoriza a realização de diversas atividades nos principais pontos turísticos e históricos da capital. Neste ano, a organização do evento vai contar a história da formação de São Paulo e de seus bairros, através do patrimônio histórico. Mais informações no site do evento. Conheça a programação da Jornada do Patrimônio em cemitérios municipais de São Paulo:

Cemitério Consolação - Rua da Consolação, 1660

Sábado (27/08)

Palestras:
10h00
O levantamento do patrimônio artístico do cemitério da consolação, realizado por Viviane Comunale (Historiadora e professora. Doutoranda em Artes Visuais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP).

11h00
Obras escultóricas tumulares no cemitério Consolação em São Paulo: conservação e memória, realizado por Mozart Alberto Bonazzi da Costa (Doutor em Arquitetura e Urbanismo, pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAUUSP).

15h00
Lançamento do aplicativo Guia do Cemitério Consolação
O APP permite visitas auto-guiadas na necrópole e o visitante terá diversas opções de roteiros como: Arte tumular; Políticos do Império; Políticos da República; Modernistas; Industriais, cafeicultores e profissionais liberais; etc.
Uma vez escolhido o roteiro, o aplicativo listará os túmulos que compõem a opção escolhida, oferecendo ao visitante a história da personalidade sepultada e/ou à obra de arte tumular, fotos, além de mostrar a geolocalização no mapa digital do cemitério pelo aplicativo.
O APP foi desenvolvido por ex-alunos do Departamento de Ciência da Computação da PUC-SP, sob coordenação dos professores David de Oliveira Lemes (chefe do Depto.) e Roberto Padula (FEA)

15h30
Visita Guiada
O cemitério da Consolação é um verdadeiro museu a céu aberto. Fundado em 15 de agosto de 1858, possui túmulos de personalidades como Monteiro Lobato, Tarsila do Amaral, Ramos de Azevedo, Antoninho da Rocha Marmo, Mário e Oswald de Andrade, além de obras de importantes escultores, tais como Victor Brecheret, Nicola Rolo, Luigi Brizzolara, entre outros.
Durante a visita, que é realizada pelo guia Francivaldo Gomes, mais conhecido como “Popó”, os munícipes poderão conhecer um pouco da história das personalidades do cemitério Consolação, além de admirar as obras de arte que compõem a necrópole.

21h00
Teatro
O grupo artístico Lendas Tour possibilitará uma visita guiada teatralizada pelos túmulos de personalidades públicas sepultadas no Cemitério Consolação. A cada jazigo, um pouco da memória coletiva de São Paulo será recontada, mesclando história, fantasia e emoções. No itinerário, os participantes terão um belíssimo encontro com Luís Gama, Monteiro Lobato, Mário de Andrade, Paulo Vanzolini, entre outros grandes nomes sepultados no Cemitério Consolação. A classificação da peça é livre e o espetáculo tem 60 minutos de duração. A lotação é de 50 lugares e é preciso chegar meia hora antes para retirada de ingresso.

Domingo (28/08)
10h, 13h, 16h e 18h
Literatura
Contos Mal-ditos: Entre histórias reais, lendas urbanas e a literatura de Edgard Allan Poe, “Contos MaL-Ditos” faz o convite para um encontro no Cemitério da Consolação. O evento, que é uma contação de história para adultos, permite conhecer a arquitetura local através de vidas fictícias e reais que ali habitaram.

Oficina
14h
Os túmulos e mausoléus do Cemitério da Consolação são constituídos, em sua maioria, por materiais diversos, como tipos variados de rochas ornamentais, argamassas e bronze. Estes materiais, quando expostos às intempéries, desenvolvem patologias específicas que devem ser reconhecidas para que haja um correto diagnóstico de conservação e restauro. O objetivo dessa palestra é apresentar o trabalho executado pelo GEAAC (Grupo de Estudos em Arte Arquitetura Cemiteriais) para levantar o estado de conservação do patrimônio tumular do Cemitério da Consolação e propor ações de conservação. Palestrantes: Eva Kaiser Mori é restauradora e cientista da conservação, mestre em Mineralogia e Petrologia pela Universidade de São Paulo e Mestre em Conservação e Restauro de Monumentos pela Universidade Politécnica de Catalunha, Espanha. Diego Ferreira Ramos Machado: é geocientista e professor, mestre em Mineralogia e Petrologia pela Universidade de São Paulo.

Cemitério Araçá – Rua Dr. Arnaldo, 666

Sábado (27/08)
Teatro
20h00
Na Jornada do Patrimônio a necrópole contará com a apresentação da peça “Nosferatu” realizada pela Cia Teatral do Subsolo. A peça é uma adaptação do filme alemão Nosferatu, do diretor Friedrich Wilhelm Murnau, realizado em 1922. Narra a história de Conde Orlok, um vampiro que se apaixona por uma garota, Ellen, e aterroriza a cidade na qual ela vive. A classificação é de 14 anos, tendo lotação de 50 lugares. Recomenda-se chegar 1h antes para retirada dos ingressos.

Domingo (28/08)
Visita Guiada
9h30
O Cemitério Araçá com mais de 220 mil m², foi construído em 1887 e é a terceira mais antiga necrópole da cidade, atrás apenas do cemitério da Consolação e da Quarta Parada. A necrópole abriga túmulos de grandes personalidades como o jornalista e empresário Assis Chateaubriand, o jogador de futebol Félix Miélli Venerando (goleiro da seleção Brasileira campeã da Copa do Mundo de 1970), o piloto de Fórmula 1 José Carlos Pace (Moco), os poetas Haroldo de Campos e José Mauro de Vasconcelos. Algumas das obras localizadas no cemitério foram idealizadas por grandes artistas, como as esculturas de Rafael Galvez, de Enrico Bianchi e a réplica da “Musa Impassível”, escultura de Victor Brecheret. A importância da conservação da memória do Cemitério do Araçá é fundamental para o desenvolvimento do turismo cemiterial e a desmistificação do espaço mortuário já que os cemitérios são locais que carregam a história de São Paulo.

 

 

Cemitério São Paulo (Rua Cardeal Arcoverde, 1217)

Domingo (28/08)

9h30
Visita guiada
Entre o fim do século XIX e o início do século XX, a prosperidade do café e da industrialização ocasionou mudanças no perfil sócio-econômico da cidade. Cercados por bairros nobres, os cemitérios da Consolação e do Araçá passaram por um processo de elitização, consolidado nas duas primeiras décadas do século XX. Converteram-¬se em “museus de arte” a céu aberto, passando a abrigar um grande número de jazigos luxuosos e monumentos funerários encomendados por barões do café, industriais, intelectuais, médicos, juristas e personalidades a escultores de renome. Com a lotação do Cemitério da Consolação e do Araçá, surgiu a necessidade de um novo local para sepultar a elite econômica e social da cidade. O Cemitério São Paulo surgiu, portanto, como um prolongamento dessas duas necrópoles. Os planos para construí¬-lo datam de 1920, quando a prefeitura autorizou a aquisição do terreno no bairro de Pinheiros. O cemitério foi inaugurado em 1926 e nas décadas seguintes somaram¬-se túmulos, mausoléus e monumentos encomendados por famílias de imigrantes bem-¬sucedidos, principalmente as comunidades italiana e sírio¬libanesa. Com o intuito de solidificar uma posição social recém-¬adquirida, estão sepultados nesta necrópole artistas, militares, esportistas, pequenos e médios empresários que haviam prosperado em terras paulistanas.

Cemitério Dom Bosco (Estrada do Pinheirinho, 80, Perus) e Araçá (Av. Dr. Arnaldo, 666)

Sábado e Domingo (27 e 28/08)

Visita auto guiada
Os cemitérios Dom Bosco e Araçá terão visitas auto guiadas durante os dois dias da Jornada do Patrimônio 2016, a partir das 07h00 às 18h00. Como as visitas são auto guiadas, não é necessário agendamento prévio.
Construído em 1971 com uma área de 254.00 m², a necrópole é conhecida por ter sido o local onde, em 1990, foi descoberta uma vala clandestina com 1.049 ossadas; entre os esqueletos sem identificação estão desaparecidos políticos, vítimas do Esquadrão da Morte e crianças falecidas após um surto de meningite que atingiu São Paulo no início dos anos 70, epidemia esta abafada pela ditadura militar. Hoje essa vala encontra-se vazia, com uma placa homenageando essas pessoas que sofreram neste período cruel de nossa história.