O Serviço Funerário do Município de São Paulo tem quebrado paradigmas ao reconhecer como fundamental romper as barreiras dos espaços cemiteriais e desmitificar a aura fúnebre que lhes é atribuída, ocupando estes locais de forma cidadã, de modo que se tornem parques de memória. Entre suas principais experiências de revitalização e ocupação das necrópoles municipais de forma cidadã está o Cemitério Consolação.
Recentemente, o Cemitério Consolação teve algumas de suas ruas internas restauradas. Parte da necrópole também ganhou nova iluminação. E, no ano passado, parte do muro do cemitério foi substituído por gradil em uma experiência que busca dar maior visibilidade ao que se passa dentro do cemitério, aumentando a segurança do local.
Por ser conhecido popularmente como museu a céu aberto, a necrópole recebeu a tecnologia do QR Code e tem realizado atividades culturais que já atraíram milhares de pessoas à necrópole. Em nenhuma destas atividades foi registrado casos de vandalismo, furto ou violência no local.
No último mês, o cemitério Consolação ganhou o Certificado de Excelência 2016 através das boas avaliações dos usuários do TripAdvisor, que é o maior site de turismo do mundo com cerca de 340 milhões de visitantes mensais.
E, para inibir furtos na necrópole, o SFMSP tem adotado diversas iniciativas, como a iluminação do cemitério, que estava às escuras há anos, a solicitação – atendida – de manter a GCM 24 horas na necrópole, a experiência-piloto de cães de guarda, entre outras, que resultaram em mais segurança no local. A exigência para que os administradores registrem boletins de ocorrência a cada caso verificado nos cemitérios municipais de São Paulo também tem sido fundamental; tal prática, que não existia anteriormente, dificultava e escondia o alcance deste problema. Confira nota completa.
Parceria com a PUC
Reportagem veiculada nesta manhã (14), na Record, mostrou uma entrevista com a geóloga Viviane Comunale, que faz parte do projeto Memória & Vida, desenvolvido desde julho de 2015 pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) em parceria com o Serviço Funerário Municipal de São Paulo (SFMSP). No entanto, a reportagem utilizou uma fala da geóloga fora de contexto, ainda que toda a entrevista dada pela pesquisadora tivesse como objetivo expressar o saldo positivo do projeto e a preocupação inovadora do SFMSP de zelar pelas condições do cemitério, sempre aberto à parceria com a universidade e comunidade externa.
O Memória & Vida é um projeto de pesquisa e extensão interdisciplinar, proveniente de um convênio firmado entre a universidade e o SFMSP, que busca analisar e subsidiar a gestão e as formas de relacionamento entre o Serviço Funerário e a sociedade, visando uma melhor qualidade e aprimoramento desse serviço público.
Muito bem sucedido, o projeto da PUC contribui, ainda, para o desenvolvimento de estudos sobre o luto e colabora para um atendimento mais humanizado no serviço funerário, que garanta a preservação das condições de saúde mental dos profissionais, bem como elaborar propostas jurídicas para mudança da qualidade deste serviço público e apoiar na elaboração de um planejamento estratégico e indicadores para avaliar o Serviço Funerário Municipal de São Paulo.
Outros cemitérios citados pela reportagem
O Serviço Funerário do Município de São Paulo (SFMSP) tem investido em melhorias e trabalhado na revitalização dos 22 cemitérios municipais, 118 velórios e crematório. Confira algumas melhorias nos cemitérios Araçá, Itaquera, São Pedro, Santo Amaro, São Paulo, Quarta Parada, Campo Grande e Vila Formosa, citados pela reportagem da Record:
Araçá: Desde o início deste ano, a administração da necrópole registrou apenas um caso de furto, no mês de abril. Acredita-se que isto seja fruto da instalação do sistema de iluminação nas principais vias internas do cemitério Araçá, que até então estava às escuras desde 1990. Além disso, o cemitério municipal Araçá recebeu outras melhorias. No início deste ano (29 de fevereiro), reinaugurou suas oito salas de velório e a agência de contratação funerária; há 15 anos o local estava sem receber qualquer tipo de reforma. Os investimentos foram de R$500 mil. Com as novas obras finalizadas, as instalações do local foram modernizadas e receberam a implantação de rampas e banheiros com acessibilidade para cadeirantes, por exemplo.
Itaquera: O Cemitério Itaquera recebeu uma série de reformas no período de dezembro de 2015 a fevereiro de 2016. Dentre elas, a troca da cobertura dos prédios da administração das salas de velório e do vestiário dos funcionários. Também o piso foi trocado, tanto dos corredores quanto das quatro salas de velório. E mais, ocorreu, nesse momento, além da manutenção de todas as portas, a realização da pintura, dando um novo visual às áreas externas e internas da necrópole.
São Pedro (Vila Alpina): O Cemitério São Pedro está em processo de receber as devidas melhorias no local. Dentre as prioridades que estão para serem realizadas na necrópole, podemos ressaltar a reforma completa dos banheiros, tanto o do munícipe quanto o dos funcionários, a construção de um banheiro feminino, melhorias na ventilação do local, remanejamento na administração para melhor aproveitamento do espaço, criação de uma nova sala de recepção, realização de pintura e reforma nas salas de velórios.
Santo Amaro: A atual gestão do SFMSP entregou a reforma dos novos ossários e a revitalização dos muros do cemitério Santo Amaro, além da reforma completa da capela da necrópole, que contou com melhorias na sua estrutura e no telhado. Ainda, no cemitério Santo Amaro, já está em fase de estudos a reforma dos banheiros públicos, banheiros para servidores, vestiário e velório.
São Paulo: No Cemitério São Paulo, desde abril deste ano, a necrópole conta com policiamento fixo da GCM (Guarda Civil Metropolitana). Cemitério também recebeu tecnologia QR Code para turistas que desejam visitar jazigos de personalidade históricas sepultadas no local.
Quarta Parada: Em outubro do ano passado, foi feita uma intervenção para melhorar a segurança da necrópole; entre as ações realizadas, o SFMSP fez o remanejamento de servidores e fechou com alvenaria mais de 500 túmulos que haviam tido seus portões furtados em gestões anteriores. A intervenção teve apoio da Controladoria Geral do Município e a determinação do SFMSP de fechar com alvenaria os túmulos furtados tem sido intensificada em todos os cemitérios onde ocorrem os furtos.
Campo Grande: O cemitério Campo Grande recebeu, em 2015, dois ossários comunitários sustentáveis para abrigar ossos exumados. Os ossários têm capacidade para acomodar, aproximadamente, 7.000 ossadas, sendo que cada contêiner tem 6 metros de comprimento, 2,44m de largura e 2,60m de altura. O ossário comunitário proposto é sustentável, uma vez que é transportável, mais rápido para se instalar, o material é reciclável e mais econômico com relação ao ossário convencional, além de estar aterrado contra as descargas atmosféricas. Possui maior iluminação e ventilação, portanto o ambiente interno é mais salubre.
Vila Formosa: No maior cemitério da América Latina, vale destacar entre os principais investimentos a aquisição das mini retroescavadeiras em janeiro deste ano; antes, os sepultadores abriam 20 covas por dia, com as máquinas abrem 62. Isso melhorou a salubridade dos servidores e otimizou o atendimento ao munícipe.