Cemitério São Luiz ganha reforma em suas 8 salas de velório

Qualidade estética e acessibilidade nos ambientes reformados foram pensadas para humanizar o atendimento no local

Aproximadamente seis mil pessoas passam pelos velórios municipais da capital paulista todos os dias. Atento a esses números, o Serviço Funerário do Município de São Paulo (SFMSP) procurou iniciar um projeto mais humanizado para a infraestrutura destes locais. Com isso, desde o início desta gestão, reformas já foram feitas nos cemitérios Itaquera, Saudade, Araçá e, também, na agência Central. E, nesta segunda-feira (27), foi a vez de reinaugurar as oito salas de velório do cemitério São Luiz, na Zona Sul de São Paulo.

Entre as diversas melhorias, as salas receberam nova pintura, e o principal fator de inovação foram as cores escolhidas, entre tons que deixaram o ambiente mais harmônico e acolhedor. “Toda melhoria que pensamos é estética, oferece boa infra-estrutura e tem baixo custo, mas, principalmente, é voltada para que a própria população receba acolhimento nestes espaços”, explica o diretor de cemitérios do SFMSP, Frederico Jun Okabayashi.

No novo espaço, houve, ainda, a implementação de toldos para evitar que chuvas entrem nas salas de velório, como acontecia anteriormente. E, de acordo com o diretor da Divisão de Obras e Fiscalização, Og Dória, até os detalhes dos pisos foram pensados. “Achamos que, além da qualidade estética, era necessário fazer uma adequação dos ambientes e utilizamos pisos especiais que deixassem os espaços mais amplos”, comenta.

Os banheiros do velório foram reformados e foi feito um banheiro exclusivo para portadores de necessidades físicas. Além disso, pensando em acessibilidade, agora, as salas de velório, banheiros e administração do velório têm novas placas, com textos escritos também em braile. “Batalhamos para que a reforma desses espaços aumente a qualidade dos serviços e melhore a humanização no atendimento ao cidadão”, afirma a superintendente do Serviço Funerário Municipal, Lucia Salles França Pinto.

O engenheiro responsável pela obra, Danilo Martins de Freitas, complementa que o vestiário para veloristas também foi reformado e, em todos os ambientes, foi feito novo cabeamento dos fios elétricos, que antes ficavam expostos. “Além disso, a administração dos velórios, que ficava junto à administração da necrópole, ganhou sala exclusiva”, afirma Danilo.

A realização da obra se deu graças à emenda parlamentar de RR$ 450.000,00 destinada ao cemitério São Luiz pelo vereador Jonas Camisa Nova, do DEM. O parlamentar, que acompanhou de perto todas as intervenções e esteve presente na reinauguração das salas de velório, comentou o investimento na necrópole. “Por muitas gestões, o cemitério São Luiz ficou abandonado, mesmo sendo um local que precisa de atenção, por ser onde enterramos nossos entes queridos. Mas, com essa gestão, foi feito muito e o cemitério melhorou consideravelmente”, afirma o vereador, que destinou uma nova emenda para a compra de equipamentos a serem instalados no próprio cemitério, entre eles uma minirretroescavadeira que melhorará muito a condição dos sepultadores daquele cemitério.

 

Praça da Paz

Também esteve presente na reinauguração dos velórios do cemitério São Luiz, o padre Jaime Crowne, responsável pela tradicional Caminhada pela Vida e pela Paz e uma liderança muito importante da Região Sul de São Paulo. O religioso comentou as melhorias na necrópole, afirmando que são uma forma de enxergar o local como um parque que pode ser ocupado pela população de forma cidadã.

A Caminhada organizada por Padre Jaime começou em 1996, quando o bairro vizinho do Jardim Ângela foi apontado pela ONU (Organização das Nações Unidas) como a região urbana mais violenta do mundo. Partindo da Paróquia dos Santos Mártires, a caminhada vai, todos os anos, até o cemitério São Luiz, onde é realizada uma missa na Praça da Paz, localizada dentro da necrópole e que, em breve, poderá receber um palco coberto para realização de mais cerimônias religiosas e atividades culturais; o vereador Jonas Camisa Nova estuda uma nova emenda para atender a mais esta reivindicação da comunidade.

“Na década de 1990, o cemitério ficou conhecido pela violência, mas ao longo do tempo passou por um processo de arborização e recuperação do espaço, fazendo a comunidade ver o local como referência para transformações boas e positivas. Por isso, é preciso manter este outro olhar, mais acolhedor e de braços abertos, para que a comunidade faça uso deste espaço, se apropriando dele não como um lugar de vida e morte, mas seguro, abrangente e acolhedor”, complementou o padre.