Superintendente do SFMSP ministra aula especial na Faculdade de Saúde Pública da USP

Lucia Salles abordou aspectos de gestão pública em sua dimensão política e jurídica, e comentou questões de saúde pública, ambiental e de direitos humanos

A superintendente do Serviço Funerário do Município de São Paulo (SFMSP), Lucia Salles França Pinto, ministrou aula para a disciplina “Vigilância da Saúde”, na Faculdade de Saúde Pública da USP, na última semana. A disciplina faz parte do currículo do 7° semestre da graduação em Saúde Pública da universidade. O convite foi feito pelo professor doutor Marco Akerman, que é professor titular e chefe suplente do Departamento de Prática de Saúde Pública da FSP-USP, além de coordenador do Comitê Científico da Conferência Mundial da Promoção da Saúde. 

O evento discutiu as interfaces da Saúde Pública com o Serviço Funerário, visto que a graduação na área propõe mais humanização no atendimento à população, mas não há disciplinas que falem sobre a morte, que ocorre diariamente nos estabelecimentos de saúde.

Em sua fala dirigida aos estudantes, Lucia Salles ressaltou o papel do Serviço Funerário Municipal, não só em serviços como sepultamento, cremação, exumação e homenagens funerárias como também no amparo às famílias enlutadas. A superintendente também abordou aspectos de gestão pública em sua dimensão política e jurídica, e comentou questões de saúde pública, ambiental e de direitos humanos que permeiam o trabalho realizado pelo SFMSP.

Ao fim da palestra, elogiou a iniciativa de levar à academia profissionais que lidam com temáticas de saúde pública em seu cotidiano. “É muito importante essa aproximação com a academia, porque ela tem papel fundamental na formação, na produção do conhecimento, nas pesquisas científicas e extensão universitária”, afirmou.

Cemitérios e Saúde Pública

O SFMSP compreende as necrópoles municipais como museus a céu aberto e parques de memória. Por isto, desenvolveu um folder chamado “Remando contra a maré”, com o objetivo de desmistificar os cemitérios como áreas de contaminação ambiental, ideia muito disseminada e tomada pelo senso comum, a qual afirma que tais áreas comprometem a qualidade da água subterrânea e a disseminação de doenças.

Estudos mostram que a realidade não é essa, conforme dados apresentados da literatura científica nacional e internacional contida no folder, com o objetivo de combater a chamada “mística” dos cemitérios e informar a população, através da coleta de material verificado entre as chamadas “terras virgens” e as terras que contém corpos sepultados, que não foi encontrado nenhum microrganismo patogênico nos terrenos cemiteriais, segundo os pesquisadores.

A atual gestão do SFMSP também tem desempenhado importante papel no combate a focos de dengue em todos os 22 cemitérios públicos da cidade. Por isto, através de sua Comissão de Combate à Dengue, segue intensificando suas ações através de mutirões que envolvem não apenas servidores públicos, mas também jardineiros, construtores e funcionários de empresas terceirizadas de limpeza em todas as necrópoles, num esforço conjunto para eliminar potenciais focos do mosquito e orientar tanto os funcionários como os munícipes.

A seriedade deste trabalho de combate ao Aedes aegypti tem trazido bons resultados: até o momento, não foi registrado NENHUM caso de dengue entre os quase 900 servidores que trabalham nos 22 cemitérios públicos municipais.