Novos carros contratados pelo SFMSP diminuem em 70% tempo de espera no translado de corpos

Em uma cidade com 22 cemitérios municipais, extensa malha urbana e trânsito complexo como o de São Paulo, uma aflição que muitas famílias já passaram é a espera do transporte funerário para o translado do corpo até o local onde será velado ou enterrado. Porém, com a contratação de uma nova frota com 27 veículos funerários convencionais e mais três de luxo, acompanhados de mais 120 novos motoristas, pelo Serviço Funerário do Município de São Paulo (SFMSP), houve um salto significativo na diminuição do período de espera e do sofrimento dessas famílias enlutadas.

Na capital paulista, morrem, em média, 220 pessoas por dia. Por ano, somente o número daqueles que residem no município chega a aproximadamente 74 mil pessoas. Com isso em conta, a antiga estrutura de transporte gerava uma grave deficiência do Serviço Funerário Municipal no tempo estimado de espera para a retirada dos corpos. Em abril deste ano, por exemplo, a média de tempo na remoção foi de quase cinco horas (4h40min). Além do mais, devido à grande quantidade de remoções diárias, alguns motoristas tinham que cumprir hora-extra.

No entanto, a conclusão da licitação e início de operação dos novos carros e motoristas, a diminuição do tempo tem se mostrado significativa. A chegada dos carros começou a ser implementada no fim de março deste ano e terminou na última segunda-feira (9). Com isto, o tempo foi reduzido a aproximadamente 1h40min de espera.

Essa ação, além de dirimir o sofrimento das famílias, também visa inibir a atividade ilegal que os atravessadores praticam, tanto nos hospitais quanto no pátio do IML (Instituto Médico Legal) ou SVO (Serviço de Verificação de Óbitos). Essas pessoas praticam a venda ilegal de contratação dos serviços de homenagem, explorando a fragilidade e a dor dos contratantes ao priorizar o lucro sobre a memória do falecido, na cobrança de preços abusivos. Além do mais, é exclusividade do SFMSP a contratação e realização de funerais em São Paulo. (Lei nº 8383, de 19 de abril de 1976).

A solução do problema do tempo de espera corrige, ainda, outra dificuldade que o Serviço Funerário do Município de São Paulo encontrou ao assumir esta gestão: a falta de humanização no atendimento. “Esta gestão tem se preocupado em melhorar o atendimento ao munícipe em um momento de dor pela perda de um ente querido. Estas são, portanto, medidas que pretendem humanizar o tratamento oferecido à população”, afirma o Chefe de Gabinete do SFMSP, Fulvio Giannella.

Já se tem oferecido para os servidores, por exemplo, cursos de capacitação em atendimento aos munícipes, tornando-o mais acolhedor e humanizado. Até o momento, foram capacitados por volta de 400 servidores, com a previsão de dobrar esse número até dezembro desse ano.

Benefícios para os sepultadores

Também não é só para os munícipes que os benefícios dessa contratação têm surtido efeito. Antes, com a demora do processo de retirada, também se complicavam os horários dos sepultadores, dado que os horários de sepultamentos nos cemitérios municipais vão até as 17h. Agora, com a agilidade do serviço, os sepultadores dos cemitérios municipais podem cumprir normalmente seu horário, não gerando atraso tanto para o sepultamento quanto para os horários regulares das necrópoles.