Pesquisador italiano apresenta estudos sobre cemitérios de Paris e São Paulo

Michelangelo Giampaoli é pesquisador na área de conservação do patrimônio cultural e em seu pós-doutorado estuda rituais religiosos nos Cemitérios Araçá, Consolação e São Paulo

Na última sexta-feira (31), o antropólogo Michelangelo Giampaoli, pesquisador na área de conservação do patrimônio cultural, realizou uma apresentação de sua tese de doutorado à equipe do Serviço Funerário do Município de São Paulo, sobre o cemitério parisiense Père-Lachaise, local onde trabalhou por um ano. Atualmente, Michelangelo tem feito pós-doutorado na Unesp; sua pesquisa aborda rituais religiosos nas necrópoles da capital paulistana.

O pesquisador traçou um paralelo entre os cemitérios de Paris e São Paulo, considerando-os como espaços evocativos, de lazer e memória, e ainda, como locais de extensa área verde, fato que muda a visão das necrópoles, não mais como locais fúnebres, mas como jardins e museus a céu aberto. "Sim, os cemitérios são antigos. Mas antigo não significa velho, nem ruim", comentou.

O cemitério Pére-Lachaise, Paris, tem 200 anos e é considerado o mais famoso do mundo tanto pelas personalidades que estão enterradas lá, tais como Edith Piaf, Marcel Proust, Jim Morrison, Fryderyck Chopin e Alan Kardec, como também por suas extensas áreas verdes.

Já o cemitério Consolação, São Paulo, é uma das necrópoles mais famosas do país, onde se localiza o maior monumento funerário da América Latina, que pertence à família Matarazzo, além de receber visitantes diariamente interessados em conhecer os túmulos de Monteiro Lobato, Mário de Andrade e da Marquesa de Santos, entre muitos outros.

Ao final da apresentação, Michelangelo falou como as necrópoles permitem, ainda, outra relação do indivíduo com a cidade. “As necrópoles podem ser uma chave para despertar uma relação mais carinhosa com os espaços públicos, pois são espaços de preservação de nossa memória coletiva.”