Secretaria de Serviços e Serviço Funerário participam de ato com ministro Pepe Vargas

O secretário municipal de Serviços, Simão Pedro, e a superintendente do Serviço Funerário Municipal, Lucia Salles França Pinto, acompanharam na manhã do dia 19 pela manhã, o ministro da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Pepe Vargas, na visita à sala na sede do Ministério Público Federal de São Paulo, para onde foram transferidas, no último sábado, 16 de agosto, as 636 ossadas não identificadas que ainda estavam sendo guardadas no columbário do cemitério do Araçá, desde 2001.

Trata-se de parte das ossadas descobertas em 1990, na vala clandestina do cemitério Dom Bosco (Perus), tendo em vista que 433 ossadas já foram transferidas, em 2014, para o laboratório forense da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) para processo de identificação e posterior mapeamento de DNA que serão comparadas às amostras cedidas pelas famílias que estão em buscas de desaparecidos políticos nas décadas de 70 e 80.


O ministro Pepe Vargas, o secretário Simão Pedro, Carla Borges, representante da secretaria municipal de Direitos Humanos e Cidadania, e os procuradores federais Pedro Barbosa e Eugenia Gonzaga participaram de uma coletiva de imprensa e depois acompanharam os repórteres para conhecer o local onde foram guardadas as ossadas. O ministro recebeu, em seguida, familiares de desaparecidos e depois todos se dirigiram ao laboratório forense da Unifesp.
A Unifesp destacou para a realização dos trabalhos de identificação uma equipe multidisciplinar composta por médicos, antropólogos e cientistas sociais, entre outros, visando qualificar as análises e acelerar os trabalhos. Segundo Javier Amadeo, professor adjunto do departamento de Ciências Sociais, das 433 análises já realizadas, 42 são. O prazo para conclusão dos trabalhos é dezembro de 2016.


O ministro Pepe Vargas destacou a colaboração da Prefeitura de São Paulo pelo apoio e aporte financeiro. O Ministério da Educação patrocinou a instalação do Laboratório Forense.
A análise pretende pôr fim à busca de muitas famílias que têm o nome de parentes na lista de desaparecidos políticos, vítimas do regime ditatorial que vigorou no país entre 1964 e 1985. Os atos violentos praticados nesse período estão sendo desvendados pelo trabalho da Comissão da Verdade, em várias instâncias, trazendo à luz a verdadeira dimensão das inúmeras crueldades praticadas em nome da segurança pública e nacional.


A transferência foi autorizada pelo Ministério Público Federal, após constatação de técnicos da Unifesp e da Comissão da Verdade de que o ambiente do columbário não era apropriado à conservação dos ossos. Os despojos ficarão agora num cofre especial, conservados até a finalização das análises.
As 617 ossadas abrigadas foram transferidas neste final de semana, com o auxílio dos funcionários do Serviço Funerário que providenciaram a abertura dos ossários e o ensacamento das caixas com as ossadas, que estão numeradas. O transporte foi feito em duas vans da Secretaria Municipal de Serviços.