Calor atípico provoca aumento no número de mortos

As altas temperaturas, bem acima das médias históricas do período, e o clima bastante seco registrados em janeiro e na primeira quinzena de fevereiro deste ano no município de São Paulo levaram a um significativo aumento no número de falecimentos na cidade. Isso porque o excesso de calor, associado à baixa umidade relativa do ar, como afirmam os especialistas, agrava problemas de saúde, principalmente infecções respiratórias, afligindo, sobretudo, crianças e idosos. Segundo a própria imprensa, houve neste início de 2014 na Capital Paulista um aumento de 30% nos atendimentos decorrentes de problemas respiratórios, tanto nas unidades públicas de saúde municipais quanto nas estaduais. Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) apontam ainda que, entre as 10 maiores temperaturas já registradas nos meses de fevereiro, nove ocorreram este ano. Entre os dias 1º e 9 deste mês, a média das temperaturas máximas foi de 35,4ºC. Uma marca 7,4ºC acima da média histórica de fevereiro, que indica 28ºC (dados apresentados no site da Climatempo, extraídos do Inmet).

Esse quadro completamente atípico nos primeiros 45 dias do ano teve impacto significativo no Serviço Funerário do Município de São Paulo, especialmente no que se refere ao crematório. Em fevereiro de 2013, a média diária de corpos recebidos para cremação foi de 20,5. Estima-se que, em fevereiro deste ano, a média suba para 33,5 corpos/dia. Em apenas um único dia, em 08/02/2014, sábado, o crematório municipal recebeu 42 corpos.

O crescimento expressivo da demanda pelo serviço de cremação causou alguns problemas momentâneos na operação dos fornos crematórios, que já foram resolvidos. Neste momento, o crematório está funcionando com três fornos e três câmaras frias e há 28 corpos aguardando cremação – um quadro dentro da normalidade. “Enfrentamos uma situação atípica. O número de mortes e a demanda por cremação aumentaram excepcionalmente em janeiro e fevereiro, porém a situação está normalizada. Aproveito para ressaltar a dedicação dos funcionários do serviço funerário para darmos conta desse aumento inesperado de solicitações. E estamos à inteira disposição para fornecer mais informações”, afirma Lúcia Salles, superintendente do Serviço Funerário do Município de São Paulo.