Estudantes de Arquitetura viram zeladores do Centro

Subprefeitura Sé implanta programa de Zeladoria Urbana e chama 12 estudantes de Arquitetura para irem a campo fazer análise da situação no Centro.

A Subprefeitura Sé dá mais um passo para recuperar a região central. Neste mês foi posto em prática o programa Zeladoria Urbana, projeto no qual estudantes de Arquitetura vão a campo para diagnosticar a situação do Centro de São Paulo. Nesta primeira fase do projeto, os distritos da Sé e da República foram divididos em 12 microrregiões, fora a Avenida Paulista, representando a 13ª região, cada uma a cargo de um estudante. Desde o início de março, os estudantes já foram em mais de 15 endereços como Vale do Anhangabaú, Avenida 23 de Maio, Viaduto do Chá, sobre os quais produziram relatórios detalhados da situação de cada local. A idéia é que eles sejam “agentes da mudança”, trazendo à Subprefeitura demandas dos espaços públicos, para que as providências possam ser tomadas com maior agilidade.

Os estudantes, em sua maioria das faculdades Faap e Mackenzie, percorrem as áreas, registrando a situação da limpeza, bueiros, bocas-de-lobo, calçadas, luz, áreas verdes, poluição visual, mobiliário urbano, poluição sonora e visual, promoção social, segurança, ocupações irregulares, vigilância sanitária, pragas urbanas, sinalização, tráfego, comércio ambulante, banheiros públicos etc. O trabalho também é acompanhado pelas Ações Locais (ONGs envolvidas com a revitalização do Centro, divididas por ruas) do Viva o Centro, parceiro da Subprefeitura no projeto.

Depois da supervisão, os estagiários fazem relatórios diários e encaminham para providências dos setores responsáveis. O trabalho da zeladoria é constante e, além das irregularidades, os estudantes também fazem o acompanhamento e cobrança dentro da Subprefeitura para saber se as demandas anteriores foram corrigidas. “Com a zeladoria urbana, haverá maior agilidade para resolver os pequenos problemas e a região conta com manutenção permanente”, explica o subprefeito da Sé e secretário de Serviços, Andrea Matarazzo. “O Centro ganha novos olhares destes jovens, muitos vindo de fora, que podem trazer idéias inovadoras de como melhorar a cidade”, conclui Matarazzo, que pretende convidar também os professores destes alunos e seus colegas para palestras, envolvendo um número maior de arquitetos que moram em São Paulo para “pensar o Centro”. Para a coordenadora do projeto, a arquiteta Regina Helena Vieira Santos, a Zeladoria Urbana “é uma maneira de observar a cidade, ver seus problemas e buscar soluções. A idéia é fazer do espaço urbano do Centro um lugar agradável para a população e para as futuras gerações”.

No Centro de São Paulo existem 400 mil moradores, mas o volume que circula pela região é cinco vezes maior: diariamente, mais de dois milhões de pessoas passam pelos chamados Centro Velho e Centro Novo. “Por isso o trabalho de manutenção e zeladoria das ruas merece atenção especial da Subprefeitura”, conclui Andrea Matarazzo.