Prefeitura vai implantar mais cinco unidades do Programa Centro Aberto

 

Foto colorida do Centro Aberto do Largo São Bento com pessoas sentadas nas cadeiras

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU) e a SP Urbanismo, vai implantar mais cinco unidades do Programa Centro Aberto. O objetivo é criar espaços de convivência ao ar livre e áreas de priorização de pedestre em áreas mais afastadas do centro, contribuindo para a requalificação desses espaços. As obras serão financiadas pelo Fundo de Desenvolvimento Urbano (FUNDURB) e devem ser entregues no primeiro semestre de 2020.

O Programa Centro Aberto busca transformar e ampliar o uso de espaços públicos subutilizados ou mesmo cercados por meio de intervenções de pequena escala, podendo abranger a implementação de bancos, atividades lúdicas, novas faixas de priorização de pedestres e estações de bicicletas compartilhadas. O objetivo não é construir novos espaços, mas sim, a transformação da cidade existente, através da renovação de suas formas de uso.

Após diversos estudos da SP-Urbanismo que levaram em conta potencialidades de transformação de novas centralidades, foram selecionados os seguintes locais para receber o Programa: Avenida Dr. Antonio Maria Laet (Santana-Tucuruvi), Largo do Clipper (Freguesia – Brasilândia), Praça Padre Bento (Mooca), Praça Ministro Costa Manso (Sé) e Praça Oito de Setembro (Penha).

Atualmente esses lugares apresentam condições desfavoráveis ao uso. O Largo do Clipper, por exemplo, apresenta uma área de circulação restrita ao pedestre, fragmentado devido ao estacionamento de veículos e com canteiros que geram caminhos desconexos. Ainda assim, é bastante frequentado pela população do entorno.

Situada no bairro do Glicério, região central, a Praça Costa Manso também recebe um bom público, que a utiliza para diversas atividades. A sua conservação, no entanto, não é das melhores, visto que os brinquedos estão quebrados e a iluminação é ruim. Também pode-se perceber a deficiência de mobilidade, uma vez que as pessoas atravessam fora da faixa de pedestre, trafegam na rua e mal conseguem acessar essa área de lazer, graças aos veículos estacionados que a “escondem”.

Por se tratar de áreas com intenso fluxo de pedestres e veículos, o objetivo do Programa Centro Aberto, em sua terceira fase de implantação, é realizar intervenções que garantam a segurança e conforto no acesso aos espaços públicos. Para isso, o projeto prevê, além de implantação dos mobiliários já conhecidos – como bancos e iluminação –, novas faixas de pedestres e o alargamento de calçadas – novidade em relação às etapas anteriores do Projeto, onde essa ação foi desenvolvida com pintura de piso.

As cinco unidades já possuem anteprojeto urbanístico elaborado, em fase de aprovação final com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), órgão vinculado à Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes (SMT). As obras do Centro Aberto serão feitas pelas Subprefeituras locais e o mobiliário implantado pela SP Urbanismo. A manutenção desses espaços ficará a cargo de um operador contratado pela Prefeitura, que ficará responsável pela disponibilização e conservação dos equipamentos.

A seleção de cinco centralidades de bairro integra a Fase 3 do Programa Centro Aberto e segue as diretrizes que caracterizam o programa desde o início, com a priorização ao pedestre e o suporte à permanência, com as adaptações necessárias para cada local estudado. Nas etapas anteriores, foram implantadas cinco unidades na região central. Primeiro, em caráter experimental, entre outubro e dezembro de 2014, no Largo São Francisco e Largo do Paissandu. Depois, após a aprovação e incorporação por parte da população, outros três foram desenvolvidos: Largo São Bento, Rua Galvão Bueno e Largo General Osório.

O impacto positivo, após a implantação do Programa, é evidente nesses locais. Pesquisas da SP Urbanismo mostram que a experiência de andar na Rua Galvão Bueno é considerada como boa ou muita boa por 86% dos usuários. No Largo General Osório o número de crianças que utilizam o espaço, comparado ao período antes de intervenção, aumentou oito vezes no meio da semana e dez vezes aos sábados. Já no Largo São Francisco, além do conforto, já que hoje (2017) 50% das pessoas sentam em locais confortáveis, contra apenas 1% registrado anteriormente, há evidências de melhora econômica para os comerciantes do entorno, que relatam um aumento de 40% no faturamento.

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Como os locais foram definidos?

Os locais foram escolhidos após duas etapas, com abordagens em escalas diferentes. Na primeira, a cidade foi avaliada como um todo, a partir do processamento de uma série de informações georreferenciadas presentes no Portal GeoSampa, como áreas verdes, bens tombados, equipamentos sociais, transporte público e zoneamento.

Ao estabelecer parâmetros para a avaliação dos locais, definindo, inclusive, pesos distintos para cada um deles, a Prefeitura chegou ao número de 30 localidades com potencial de transformação.

Foram realizadas, então, visitas presenciais a cada um deles – a segunda fase da metodologia empregada –, com o objetivo de verificar como a arquitetura e a sociedade podem influenciar um ao outro. Em outras palavras, a Prefeitura analisou como as pessoas usam os espaços, ondem andam, sentam e se concentram, como aproveitam o tempo e quais atividades exercem.

O método de pesquisa dessa etapa pode ser sintetizado em três temas: proteção, conforto e prazer. Neste sentido, o Município estudou, por exemplo, o trânsito nos arredores, os índices de crime e violência, a possibilidade de se fazer exercícios e se o local era convidativo para ficar.

* Com informações da Secretaria Especial de Comunicação