Prefeitura inicia testes para troca dos Calçadões do centro

A Prefeitura de São Paulo iniciou em 8 de maio um projeto-piloto de pavimento na Rua Dr. Miguel Couto como parte da requalificação dos calçadões da região central. Não se trata do início das obras, mas, sim, de um teste para definição do material a ser utilizado. Serão colocados, ao longo de 12 metros da via, dois tipos de pisos, que ocuparão seis metros cada: concreto armado moldado in loco e placas cimentícias pré-fabricadas.

Os pisos moldados in loco são aqueles em que o concreto é lançado no local de aplicação, podendo ser preparado em usina ou com auxílio de uma betoneira no local. Já os pisos pré-moldados de concreto são peças cimentícias pré-fabricadas, que chegam ao local já prontas para a aplicação sobre uma base em concreto armado.

A partir desses testes, onde estão sendo observados a montagem das formas, armaduras, barras de transferência, assentamento, cura, tratamento superficial do concreto e sobrecarga, a Prefeitura vai verificar qual tipo de pavimento é o mais indicado para os calçadões da cidade e definir o cronograma das obras. A definição do material levará em conta diversos aspectos, entre eles facilidade de execução do pavimento, resistência adequada a veículos pesados, acessibilidade e desenho na escala humana.

Por que requalificar?

Em um centro histórico completamente tomado por comércio e serviços, uma vasta rede subterrânea de comunicações, dados, energia elétrica, gás, água, esgotos e drenagem, pertencente a mais de 25 empresas concessionárias ou permissionárias, ocupa completamente o subsolo dos calçadões, impactando fortemente no pavimento através das tampas de acesso ou abertura de valas para novas redes.

A requalificação dos calçadões não será uma obra de construção de um novo piso, mas sim, todo um reordenamento das redes subterrâneas. Novas valas truncais receberão as redes de todas as empresas de telecomunicações que compartilharão caixas de passagem e acesso aos consumidores, reduzindo em muito o impacto na superfície.

Pedras Portuguesas

As pedras portuguesas, tão comuns no centro de São Paulo, apresentam sérios problemas relativos à acessibilidade, são custosas e de difícil manutenção, nunca livre de cicatrizes. Além disso, esse tipo de piso é instalado sobre camada de farofa de areia e cimento, o que torna inadequado sua utilização em locais onde há passagem de veículos pesados, tais como carros-fortes, bombeiros e ambulâncias que, ao circular, comprometem ainda mais sua integridade e resistência.

A atual situação dos calçadões é propícia para acidentes, sobretudo, devido ao grande número de pedestres que passam por esses locais. Estudos de 2017 e 2019 da SP-Urbanismo mostram um grande fluxo de pessoas em horários de pico, chegando, por exemplo, a 6.642 pessoas por hora em horários de maior intensidade com inúmeras quedas que causam grande prejuízo à cidade.

Requalificação dos Calçadões

A Prefeitura de São Paulo estruturou um amplo plano de requalificação de todos os calçadões do Centro Velho da cidade, abrangendo ruas como a São Bento, Alvares Penteado e Quinze de Novembro, que conectam edifícios icônicos, como o Martinelli, o Farol Santander, Pátio do Colégio, Mosteiro de São Bento, Teatro Municipal e Catedral da Sé, com grande circulação e permanência de pedestres.

Serão requalificados aproximadamente 68 mil m² de calçadões. A ação obedece diretrizes e critérios determinados pela legislação vigente e pelos órgãos de tombamento, bem como atendem a todas as normas de acessibilidade universal.

Etapas das obras do novo calçamento da Rua Dr. Miguel Couto

Etapas das obras na Rua Dr. Miguel Couto 

 * Com informações da Secretaria Especial de Comunicação