Estudantes visitam Mercado Kinjo e Pátio de Compostagem da Sé

Tenda com bananas amarelas e do lado direito há uma rua e um cidadão caminhandoOs alunos do curso de Engenharia Ambiental e Urbana da Universidade Federal do ABC (UFABC) participaram de uma aula diferente e conheceram o Programa Feiras e Jardins Sustentáveis e o Projeto Mercado Sustentável. A visita aconteceu no último sábado (11), no Mercado Kinjo Yamato e no Pátio de Compostagem da Sé.

No Mercado, os estudantes conheceram as atividades desenvolvidas pelo estabelecimento na separação dos resíduos gerados pela feira livre e o reaproveitamento de alimentos. A administradora do Mercado, Maria Piedade Moreira e o coordenador de resíduos orgânicos da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), Rafael Golin Galvão guiaram os estudantes em um passeio pelas bancas e explicaram sobre o Projeto Mercado Sustentável.

O projeto foi iniciado em dezembro de 2018, e o estabelecimento é o pioneiro na segregação dos resíduos recicláveis secos, resíduos orgânicos (frutas, legumes e verduras), e rejeitos. Os feirantes também fazem a separação de alimentos para o Banco de Alimentos da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura da Cidade de São Paulo. Em média, mais de uma tonelada de resíduos orgânicos e mais de 150 kg de resíduos secos são desviados do aterro por dia.

Maria Piedade conversa com os alunos. Todos estão em frente as lixeiras do Mercado Kinjo.Em frente às lixeiras do Mercado, a Maria Piedade comenta que antigamente seria impossível ficar ali por muito tempo. “O cheiro era insuportável. Fizemos um trabalho de formiguinha e conseguimos conscientizar os feirantes para a separação correta no descarte dos alimentos”. "Nós, como cidadãos, temos que ter consciência que somos responsáveis pelo lixo que produzimos", comentou Rafael Golin.

Os resíduos orgânicos (frutas, legumes e verduras) produzidos pelo Mercado são destinados ao Pátio de Compostagem da Sé, localizado na Avenida do Estado. Lá, os alunos acompanharam a metodologia utilizada para o reaproveitamento dos resíduos de feira livre e das podas de árvores.

Em um terreno com 5.563 m² na região da Subprefeitura Sé, o Pátio foi inaugurado em setembro de 2018, têm dez leiras e recebe cerca de 60 toneladas por semana de resíduos orgânicos oriundos das feiras livres dos bairros Bela Vista, Liberdade, Consolação, República, Sé, Santa Cecília, Cambuci, Bom Retiro e do entorno do Mercado Municipal.

No pátio, administrado pela empresa Inova, os resíduos recebem tratamento ambientalmente adequado por meio de um processo de decomposição biológica aeróbica e acelerada, que não polui e não gera gases malcheirosos e outros inconvenientes ambientais, sociais e sanitários.

Eugênia Gaspar da Costa, gerente de Projetos Especiais, e os funcionários do pátio mostraram aos estudantes todas as etapas: desde o momento que o caminhão é descarregado até o adubo orgânico. Os resíduos orgânicos (frutas, legumes e verduras) são depositados em canteiros, que são cobertos por camadas de palha, propiciando o surgimento de bactérias e fungos, que degradam a matéria orgânica de forma controlada. Na mistura, os resíduos de poda triturada garantem a circulação do ar e o êxito do processo em 120 dias. O adubo orgânico é utilizado em ações de jardinagem nas praças e canteiros, além de doados aos feirantes e à população no próprio pátio.

Dois funcionários uniformizados de verde remexem nos produtos de feira que estão na leiras

“Estou admirada com um pátio no meio da Cidade e aberto a todos. É bárbaro! Os pátios da Sé e da Lapa servem como exemplo para investirmos em práticas sustentáveis”, disse a professora de Compostagem da UFABC do curso de Microbiologia Ambiental na Engenharia Ambiental, Luísa Oliveira.

Para o estudante, Joaci de Souza Brito, a experiência foi gratificante. “Aqui conhecemos como funciona os projetos que fazemos em sala de aula. Pena que temos desperdícios e jogamos muitos alimentos no lixo”, completou Joaci.

De acordo com Rafael Golin, com o pátio da Sé, estima-se que três mil toneladas de resíduos por ano deixarão de ir para o aterro, sendo destinadas à compostagem e transformadas em 600 toneladas de composto orgânico.

Estudantes e funcionários do Pátio posam para foto em frente ao estabelecimento

Nosso pátio na mídia:
• Veja onde foram parar as árvores que caíram com as fortes chuvas em 2019. Assim como resíduos orgânicos das feiras livres, centenas de madeiras e restos de podas viram adubos. 
Link: https://globoplay.globo.com/v/7500429/

• Iniciativas pra dar destinação correta aos resíduos se espalham pelo país. O repórter Alan Severiano mostra como algumas cidades brasileiras estão enfrentando os problemas causados pelos lixões.
Link: https://globoplay.globo.com/v/7577930/