Os espectadores e críticos mais tradicionalistas provavelmente estranharão a montagem que William Pereira deu para a ópera O Morcego, trazendo o espetáculo em cartaz no Theatro Municipal de São Paulo a partir de hoje (9) para os dias de hoje. A direção musical e regência ficam por conta do maestro Abel Rocha e o espetáculo conta com a participação da Orquestra Sinfônica Municipal, dos 90 cantores do Coral Lírico.

Além disso, são 30 bailarinos convidados e dois elencos de solistas, encabeçados por Rosana Lamosa e Fernando Portari, Carmen Monarcha e Juremir Vieira. A montagem conta também com a participação do ator Fúlvio Stefanini personificando um carcereiro bêbado no terceiro ato.

A nova face da ópera

A opera cômica é de 1874 e o diretor tomou uma série de liberdades, colocando-as no tempo e contexto atuais. Assim, a história do bon vivant Gabriel von Eisenstein, que resolve passar uma noitada em casa de seu amigo rico antes de se entregar à polícia para cumprir pena por desacato civil, é trazida para os dias de hoje, com figurinos, cenários e maneiras de ser contemporâneos.

Mas é no segundo ato que a ousadia do encenador é maior: transforma o príncipe Orlofsky em proprietário de uma boate onde ocorre a grande festa, com direito a um show libidinoso no qual bailarinos e atores se misturam aos cantores e a gogo girls e gogo boys, em trajes sumaríssimos, com direito inclusive a número de pole dance. Já no terceiro ato, uma crítica ao tratamento dado aos criminosos de colarinho branco: em prisão especial, em meio a banqueiros e políticos corruptos, Eisenstein é tratado como se estivesse num hotel cinco estrelas.

Serviço:

Montagem inédita da Ópera O Morcego

Data: dias 9, 12 e 14, às 21h; dia 10, às 20h; e dia 11 de dezembro, às 17h.
Local: Theatro Municipal de São Paulo.
Endereço: Praça Ramos de Azevedo, s/n, Centro.
Ingressos no valor de R$ 15 a R$ 70. Compras podem ser feitas na bilheteria do local ou no link do site Ingresso Rápido.