As crianças do Núcleo Socioeducativo Alegria, na Liberdade, participaram no dia 7 de fevereiro, da primeira trilha educativa do ano de 2007. A atividade faz parte do projeto O Centro é uma sala de aula, uma iniciativa da Subprefeitura Sé para tornar o Centro um ambiente realmente educador. Na entrada da Catedral da Sé um grupo de 20 crianças e jovens, entre 5 e 13 anos, olham para cima procurando identificar símbolos da cultura brasileira na arquitetura inspirada no estilo gótico europeu. Não demora muito para serem reconhecidos um tucano, uma semente de cacau, uma garça.

Orientadas por experientes monitores, que pelo terceiro ano atuam neste trabalho de redescoberta da vocação cultural da região, as crianças percorrem a Catedral. Deslumbrados com as cores que os imensos vitrais refletem, identificam que a técnica do mosaico é a mesma já utilizada para um trabalho escolar, “isso dá um trabalhão, tudo tem que ser lixado para encaixar”, comentam uns com os outros.

A identificação com a vida pessoal e escolar e a história da origem da nossa cidade acontece durante todo o período de quase 4 horas, em que, além do Marco Zero localizado na frente da Catedral, são visitados também Solar da Marquesa e o Pateo do Collegio. “O que gostei mais de ver foi a banheira da Marquesa” disse Naiara Gomes de Araújo, de 9 anos.

O passeio termina com a vista panorâmica da cidade no 35° andar da torre do Banespa. Com o céu aberto, as crianças tiveram o privilégio de ver a Serra do Mar, o Pico do Jaraguá e perceber a diferença entre a urbanização vertical do Centro e a predominância de casas e edifícios mais baixos dos bairros mais afastados. “Dá para ver a Catedral da Sé pequena lá embaixo” observou Aline Gonçalves dos Santos, 13 anos.

As trilhas históricas do Centro é uma sala de aula são realizadas com o apoio do Banco Santander Banespa, dentro do projeto Redescobrindo o Centro, que fornece os guias e apostilas para os educadores trabalharem com as crianças o conteúdo observado durante o trajeto, além de oferecer camisetas que ajudam na segurança e identificação das crianças. Já cansados e eufóricos, ao meio-dia, todos param em uma das salas do edifício para trocar idéias e comer um gostoso lanche. Para avaliar a qualidade do programa cada criança preenche ainda uma ficha individual, na qual descreve o que foi visto e o grau de satisfação. “O sucesso da trilha educativa é tão grande que planejamos ainda para esse semestre montar algo parecido para a avenida Paulista” diz o representante do banco, Rafael Maceu, que também acompanhou todo o trajeto.

A participação dos educadores é a chave para todo esse sucesso. Cerca de 100 professores receberam capacitação de 120 horas para se tornarem educadores comunitários, especializados em fazer da cidade um local de aprendizado. A educadora Raimunda Severino Alves diz que irá, durante a semana que sucede ao passeio, preparar junto com as crianças painéis informativos com o que foi visto, “assim compartilharemos com toda a comunidade o que aprendemos hoje”.

“Conhecer a história da nossa cidade fundamental para a descoberta da região e reforça o sentimento de pertencerem a este espaço” afirma o secretário de Coordenação das Subprefeituras e subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo.