As inundações na região do Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo, que se arrastam por mais de duas décadas, vão ser enfrentadas pela Prefeitura. A administração municipal iniciou a recuperação e a ampliação das galerias do córrego Moringuinho, um curso de água canalizado sob o canteiro central da avenida 23 de Maio.
As intervenções serão realizadas no trecho entre os viadutos Jaceguai e Dona Paulina, e sob a rua dos Estudantes. Com a obra, o atual sistema de drenagem terá a capacidade mais que duplicada, de 8 para 17 metros cúbicos de água por segundo.
“Esta é uma obra importante e necessária, assim como a de outras galerias da Cidade que precisam de reformas e ampliações", afirmou o prefeito, que foi vistoriar os trabalhos na manhã desta terça-feira (09/01). "Hoje, a Prefeitura inicia a ampliação das galerias, o que vai permitir redirecionar quase 15% das águas que se dirigem para o Vale do Anhangabaú”, explicou. A meta é entregar todo esse novo sistema de drenagem concluído, até o final do ano.
O córrego Moringuinho tem cerca de 800 metros canalizados. Parte do projeto, segundo Luiz Brunhera, diretor do Departamento de Projetos de Águas Pluviais da Secretaria de Infra-Estrutura Urbana e Obras, é da década de 30 do século 20 e foi construído em arcos de tijolos. As novas galerias serão construídas em concreto armado. Uma delas será executada sob o canteiro central da avenida 23 de maio, na altura do viaduto Jaceguai, com 150 metros de comprimento, sendo 2 metros de altura por 2 metros de largura.
A segunda galeria vai reforçar a já existente, sob a rua dos Estudantes, na Liberdade. Terá 250 metros de comprimento, da rua Tomás de Lima até as proximidades do rio Tamanduateí, com 2,5 metros de largura por 2 metros de altura. Neste trecho, a galeria já existente tem 1,60 m por 1,90 m. A drenagem da avenida 23 de maio será reforçada com a construção de 7 conjuntos de bocas-de-lobo, 4 na altura do viaduto Jaceguai e 3 na rua da Assembléia.
A galeria do córrego Moringuinho também recebe águas do córrego Itororó, um dos três formadores da Bacia do Anhangabaú. O objetivo principal da ampliação do sistema é reduzir o volume de águas que chegam ao Vale do Anhangabaú, atualmente com capacidade de vazão de apenas 40% da demanda. Segundo os técnicos da Prefeitura, esse déficit é decorrente do aumento da impermeabilidade do solo e dos sistemas existentes, que estão superados.