Centro da Cidade está sendo monitorado por 35 câmeras

Sistema inibe a criminalidade, proporciona maior segurança às pessoas e agiliza serviços de assistência social

A primeira etapa do Projeto de Monitoramento do centro de São Paulo foi concluída com a instalação de 35 câmeras que permitem que 94 pontos da cidade sejam acompanhados, durante 24 horas, na central instalada na sede da Guarda Civil Metropolitana (GCM). As primeiras 13 estão operando desde o dia 31 de julho. Na manhã desta terça-feira, dia 26, o Secretário de Coordenação das Subprefeituras e Subprefeito da Sé, Andréa Matarazzo, o coordenador da GCM, coronel da Alberto Silveira Rodrigues, e o inspetor da GCM, Ewander Simão Almeida, anunciaram a entrada em operação de mais 22 câmeras, totalizando 35.

Cinco equipamentos estão localizados no Vale do Anhangabaú, nove no Centro Novo (desde o Anhangabaú até a Praça da República), 12 no Centro Velho (do Anhangabaú até a Praça da Sé) e quatro na Nova Luz, além de outras cinco na região da Rua 25 de março. “As câmeras permitiram a melhor utilização dos recursos humanos e material, liberando o contingente para outras atividades”, afirma o coronel Alberto Silveira Rodrigues, coordenador da GCM. “Pela primeira vez temos um serviço de inteligência”.

Uma parceria entre a Prefeitura de São Paulo e a Telefônica possibilitou a implantação do projeto. O convênio foi assinado em fevereiro deste ano. Em seguida, a GCM realizou o estudo analisando os locais de maior movimentação de pessoas em torno de pontos históricos e culturais e áreas de maior incidência de criminalidade. O projeto foi apresentado à Telefônica, que se interessou em fazer o patrocínio integral, investindo R$ 2,7 milhões.
As câmeras são importadas e custam R$ 25 mil cada uma, já instalada. No dia 31 de julho entraram em operação as primeiras 13.

Compromisso cumprido
Com a instalação das câmeras na Rua 25 de Março, a Prefeitura cumpre o compromisso assumido com os comerciantes, que há muito tempo reivindicavam a colocação de equipamentos desse tipo na região. A rua é considerada o maior shopping center a céu aberto da América Latina. Estima-se que 400 mil pessoas circulem naquela área diariamente, mas em datas comemorativas, como Natal, já superou a marca de um milhão de visitantes. As câmeras também ajudarão a agilizar a implantação do fechamento de parte da rua no horário comercial.
Animado com os primeiros resultados do projeto, o secretário de Coordenação das Subprefeituras e subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo, quer ampliar a área de abrangência do sistema. "O monitoramento foi aprovado e já demonstrou sua eficiência só com as primeiras 13 câmeras. Estes equipamentos trazem muito mais segurança para quem freqüenta o centro", afirma.

Nesse sentido, o coordenador da GCM está em busca de patrocinadores para aquisição e instalação de outras 10 câmeras para a região central. Elas seriam instaladas na Rua José Paulino, Praça Julio de Mesquita, Baixada do Glicério e na região da Santa Ifigênia, maior pólo de comércio eletrônico do país.

Também já estão definidas as próximas regiões que serão atendidas pelo sistema: Avenida Paulista, Glicério, Santa Efigênia, Praça Júlio Mesquita, José Paulino, Penha, São Mateus, Mooca, Santana, Tucuruvi, Cidade Ademar, Lapa e Perus.

Resultados
Com a conclusão da primeira etapa do projeto, a central de monitoramento, comandada pelo inspetor Ewander Simão Almeida, detalhou as ocorrências por meio de estatística e apresentou alguns flagrantes registrados pelas câmeras. Elas permitiram, até o momento, 21 prisões em flagrante. Em um dos casos, dois homens tentavam furtar o cabo do pára-raio do Viaduto do Chá, no final de tarde do último dia 17. Cinco dias antes, seis homens foram presos com cocaína, sendo que quatro deles eram foragidos.

Uma das ações que o coronel Rodrigues destaca é a prisão de três homens por corrupção de menores. Eles vendiam por R$ 1,00 sacos de cola a crianças que vivem na rua que, quando ficaram sem a droga, cometiam pequenos furtos para comprá-la. “Por meio das câmeras eles foram identificados e presos”, afirmou. No momento da prisão, os homens tinham 560 pacotes de cola.

O coronel alerta para o fato de que o equipamento não deve ser pensado somente como um instrumento de combate à criminalidade. Ele lembra, por exemplo, que foi através das câmeras que foram localizados moradores de rua, permitindo a ação das assistentes sociais da Secretaria da Promoção Social. Para o coronel, o projeto pode também ser usado para a fiscalização do cumprimento de contratos públicos, como por exemplo, o serviço de varrição das ruas do centro.

Funcionamento
Na Central de Monitoramento funcionam seis monitores de plasma de 42 polegadas e três monitores de 17 polegadas, com capacidade para abrir até 16 quadros de tela. Um supervisor acessa as imagens e seleciona as que acha conveniente para uma apuração. A ampliação das imagens chega a detalhes como o número da placa de um carro, por exemplo. Somente imagens selecionadas que geram ocorrências de ordem social, policial e administrativa ficam arquivadas.
Imagens de ocorrências que devem ser verificadas com urgência são encaminhadas para o controle da Central de Telecomunicações. Essa equipe aciona policiais da Guarda Metropolitana ou a Polícia Militar (através do Copom - Comunicação da Polícia Militar), detalhando as informações. Quando a ocorrência envolve ação social, é acionada a Secretaria Municipal da área.