Prefeitura dá início às obras das novas praças da Sé e República

Intervenção é uma das maiores já realizadas nas praças e vai devolver à cidade seus mais importantes espaços de convivência social.

As duas principais praças da capital, a Sé e a República, na região central, passam por obras de revitalização para se tornarem espaços mais agradáveis e funcionais. As reformas, que têm como objetivo melhorar a circulação e a visibilidade das praças, devem ser concluídas até o início de 2007 e contam com investimento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Com essa iniciativa, a Subprefeitura da Sé pretende ampliar o interesse turístico na região. As obras serão executadas por um consórcio formado pelas empresas Este Engenharia e Araguaia Engenharia e o projeto, definido em conjunto entre a Emurb e o Departamento de Patrimônio Histórico (DPH), órgão ligado à Secretaria Municipal de Cultura, prevê diversas mudanças.

A Praça da Sé, um dos principais símbolos de São Paulo, onde se localiza o marco zero da cidade vai reassumir a sua identidade com as intervenções que começam a ser feitas pela Subprefeitura Sé. Com investimentos de R$ 4,1 milhões, a Nova Praça da Sé – sem os canteiros suspensos que impedem a circulação e a descaracterizam, com novo paisagismo e acessibilidade - deverá estar pronta em oito meses. Para que a reforma transcorra com maior rapidez, a área ficará parcialmente interditada por tapumes durante as obras. “O objetivo das modificações é oferecer uma praça inteiramente revitalizada, que permita à população utilizá-la cada vez mais como espaço público de convivência. Para isso, serão eliminados os obstáculos físicos, visando facilitar a circulação e a acessibilidade, melhorar a visibilidade e oferecer maior integração dos espaços”, explica o secretário de Coordenação das Subprefeituras e subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo.

A eliminação ou rebaixamento das jardineiras e canteiros existentes por toda a praça possibilitará a ampliação dos espaços de circulação e o aumento do campo visual. A área receberá também remodelação da rosa dos ventos - em frente a Catedral -, e melhorias na iluminação, o que ajudará a aumentar a segurança e a devolver à Praça da Sé o interesse turístico noturno. Para interligar os vários níveis da praça, surgidos em razão da chegada do Metrô na década de 1970, serão construídas passagens metálicas e rampas de acesso especiais, que beneficiarão também portadores de necessidades especiais. Os dois acessos para o Metrô que atualmente encontram-se interditados serão liberados.

Uma das novidades da área central da praça é a reativação da fonte localizada no espelho d’água, onde serão implantados canteiros alagados. As esculturas serão relocadas e ganharão iluminação especial, o que ajudará a valorizá-las como elementos arquitetônicos e paisagísticos.

Outra mudança programada é um rearranjo paisagístico. Em comum acordo com a Secretaria do Verde e Meio Ambiente, está previsto o plantio de 94 árvores na própria praça e 348 em área pública na Av. Castelo Branco, como ipês-brancos, quaresmeiras, palmeiras-jerivás e aroeiras-salsas, entre outras; o transplante de 41 árvores, que serão recolocadas na própria praça; a remoção de 17, mortas ou com cupins; e o transplante de 13 para a Marginal Tietê, entre as pontes da Casa Verde e Cruzeiro do Sul, dentro da área de atuação da Subprefeitura da Sé. Além disso, a eliminação de arbustos ajudará a tornar o ambiente mais limpo e desobstruído.

A Praça da República, uma das mais nobres áreas verdes do Centro de São Paulo, vai readquirir as características que possuía 100 anos atrás, com as intervenções que começam a ser feitas pela Subprefeitura Sé. Com investimentos de R$ 3,1 milhões, a Nova Praça da República – com rebaixamento dos canteiros e gradis, recuperação do lago, novos pisos e despoluição visual – deverá ficar pronta em aproximadamente oito meses. Durante a reforma, a praça será interditada por tapumes que acompanharão o cercamento externo, preservando as calçadas para a circulação de pedestres.

Com as intervenções previstas, a praça terá resgatado o máximo possível seu traçado de 1905, ano em que passou por uma das principais reformas de sua história. “O objetivo é fazer do local um espaço de convívio, permitindo que a população utilize o bosque para descanso e lazer”, informa o Secretário de Coordenação das Subprefeituras e Subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo. A feirinha de artesanato que acontece aos domingos continuará funcionando normalmente, no entorno da área cercada, durante a reforma. Também não haverá interferência nas obras do Metrô, que estão sendo realizadas na praça, no lado da Av. Ipiranga, e têm previsão de encerramento para o final de 2008.

O projeto prevê diversas alterações, começando pelo rebaixamento dos canteiros e a instalação de cerca baixa metálica em arco. Já as orlas e sarjetas serão refeitas em material cerâmico, como eram no início do século XX. As grades que atualmente cercam boa parte da praça também sairão.

A ligação entre as ruas do Arouche e Sete de abril passará por um processo de despoluição visual, com o rebaixamento dos canteiros e grelhas e remoção de algumas árvores – que serão transplantadas para outros locais da praça. Outra novidade será a criação de uma fileira de palmeiras, para delimitar a área entre o edifício Caetano de Campos e a praça.

As áreas degradadas receberão novos pisos e as esculturas passarão por tratamento especial, incluindo iluminação artística. Nove delas ganharão placa de identificação em granito; onze receberão proteção; e três, que sofreram danos, serão recolocadas depois de passarem por recuperação. Já as bases remanescentes de duas esculturas que foram roubadas serão removidas. Essas medidas vão fazer ressurgir e valorizar as figuras de Caetano de Campos, Bernardino de Campos, Cesário Motta, Robert Baden Powell e a belíssima obra do Mercúrio em Repouso.

Na área central da praça, além da recuperação do piso, o coreto ganhará novos revestimentos e nova iluminação. Nos lagos, as intervenções incluem a correção das imperfeições do traçado, a restauração da impermeabilização e a implantação de canteiros aquáticos e de canteiros de seixos. O sistema hidráulico e de oxigenação da água passará por reforma, criando condições para o desenvolvimento de espécies aquáticas. O entorno do casario da Guarda Civil Metropolitana e da escola municipal, localizados na área central, terá os canteiros removidos, e o gradil voltado para o interior da praça será afastado.

O projeto teve ainda o apoio da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. O novo paisagismo prevê o tratamento fitossanitário para combate de pragas e doenças de 34 árvores; 42 mudarão de lugar, sendo que 32 ficarão na própria praça e 10 irão para a Marginal Tietê, entre as pontes da Casa Verde e Cruzeiro do Sul – área que faz parte da Subprefeitura da Sé. Serão mantidas, no mesmo local, 93 árvores. A vegetação oportunista dos canteiros será removida, cedendo lugar a novas espécies de plantas. Como compensação ambiental, ocorrerá o plantio de 217 mudas de espécies nativas, sem protetor, das quais 20 vão para o interior da praça e 197 para a Av. Castelo Branco, entre a ponte da Casa Verde e a rua dos Italianos, também administradas pela Subprefeitura Sé.


Sobre a Praça da Sé

A origem da Praça da Sé remonta a 1588, ano em que surgiu o Largo da Sé. Dez anos depois começou a construção da Igreja Matriz, finalizada em 1616. Em meados do século XVIII o templo foi demolido e deu lugar a outro. Em 1911, todo o local veio abaixo para a construção de uma nova praça, muito maior, e de uma catedral.

Em 1934, a Praça da Sé recebeu o marco zero da cidade. Em 1952, passou por um trabalho de reurbanização para as celebrações do 4º Centenário da cidade, comemorado em 1954, ano da inauguração da Catedral, já com o atual aspecto.

No início da década de 1970, a Praça da Sé passou pela maior reforma até então, tocada para a implantação do Metrô. José Eduardo de Assis Lefèvre coordenou um grupo de profissionais que desenvolveu o projeto paisagístico. Para isso, foi necessário demolir todo um quarteirão, o que alterou o desenho da praça. A nova configuração englobou a Praça Clóvis Bevilácqua. A inauguração da estação aconteceu em 1978.

Sobre a Praça da República
A Praça da República ao longo do tempo serviu como espaço destinado a atividades bastante distintas, como comemorações cívicas e pasto de animais – esta, aliás, originou o nome Largo dos Curros, dado no início do século XIX. O local também já foi palco de circos e touradas. Em 1867, foi rebatizado como Largo 7 de Abril. O nome atual data de 1889, quando o País tornou-se uma república. Em 1892, a construção do Viaduto do Chá ajudou na ocupação ao redor da Praça, porque foi facilitada a passagem entre o chamado Centro Velho e o Centro Novo.

Em 1894, a praça ganhou o primeiro grande marco, a Escola Normal, hoje conhecida como Edifício Caetano de Campos, que abriga a Secretaria Estadual da Educação. Em 1905, após uma grande reforma, a Praça da República foi entregue totalmente remodelada à população.


Exposição
A história das praças, imagens atuais e as mudanças que criam a Nova Praça da Sé e Nova Praça da República estarão expostas ao público durante as obras, em painéis fotográficos e ilustrativos instalados no saguão das estações do Metrô Sé e República.