O Programa Gentileza Urbana da Subprefeitura Sé está criando pequenos espaços nas ruas e avenidas do Centro para ampliar as possibilidades de estar, lazer, permeabilidade e biodiversidade. Coordenado pelo arquiteto paisagista André Graziano e pelo biólogo Rodrigo Silva, a equipe da Sub-Sé está quebrando concreto e criando jardins de chuva, biovaletas, vagas verdes, escadarias verdes, rotatórias verdes e bosques urbanos.
A iniciativa vem transformando a paisagem urbana na região central, ajudando a deixar a região mais árida da Cidade, em um ambiente com mais verde e flores. Você já conhece as ações do Programa Gentileza Urbana? Nesta matéria vamos mostrar um pouco do que a Sub-Sé implantou nestes últimos dois anos e informar os locais que estão em obras.
Jardim de chuva — O jardim tem a função de ampliar a permeabilidade urbana, minimizar os efeitos do escoamento superficial e reter a água por meio de jardins de retenção hídrica. Além de coletar e 'segurar' as águas, os jardins contribuem para minimizar os efeitos de enchentes e alagamentos; e claro, deixar a nossa Cidade mais florida e atrair mais pássaros. A constituição de quase todos os jardins tem como regra a "inversão" do que se faz com uma rua, ou seja, ao invés de se ter a base o asfalto ou concreto como material; se tem a terra.
Sustentabilidade – Os jardins que estão sendo construídos pelas equipes da Subprefeitura Sé também são pioneiros na utilização da reciclagem do concreto removido da rua para o próprio jardim. Os jardins funcionam como uma bacia natural de retenção hídrica, alguns com a função de coletar a água, outros com a função de retardar seu escorrimento superficial, e outros represando e posteriormente drenando o maior volume possível de água até que depois os locais estejam novamente livres (secos) para novas ações semelhantes.
O arquiteto paisagista André Graziano esclarece que o asfalto/concreto da área do jardim é removido, uma área é escavada com cerca de 1,20 m de profundidade; e preenchida com entulho reciclado/rachão e sobre esse material poroso é recolocada a terra, com composto orgânico produzido pelo Pátio de Compostagem da Sé; e as mudas, como árvores, palmeiras, arbustos e forrações, predominantemente nativas oriundas dos viveiros municipais Manequinho Lopes e Cemucam.
A proposta de criar tais microambientes urbanos é promover exemplos práticos de sustentabilidade ao alcance da população, oferecendo gentileza paisagística para receber cuidado urbano. A Subprefeitura Sé quer transformar as iniciativas do Programa em modelos ambientais em microescala, cujas funções urbano-paisagísticas possam ser multiplicadas como política pública, alcançando escalas regionais em seu conjunto. Tais ações podem representar grandes avanços ambientais na cidade e permitir que funções socioculturais tenham espaço físico para se manterem ativas. Espaços saudáveis, gentis, educativos, ambientalmente reconhecidos e valorizados pela população.
Objetivo — A criação de microambientes urbanos, seja com metragem e dimensão modular (2x5 metros), sejam elaborados sob medida para situações específicas, em leitos de vias do centro, substituindo vagas de estacionamento de automóveis por espaços de lazer vinculados a “jardins de chuva”, com o objetivo de complementar o sistema de drenagem superficial urbana através dos microambientes drenantes e coletores de água, bem como permitir a arborização sem restrições com redes de serviços no município (cabos elétricos, sistemas de concessionárias, tubulações). No plano de metas da Subprefeitura Sé foi definida a metragem de jardins de chuva por distrito:
1) Consolação: previsão de implantação de 5.000m2 de jardins de chuva;
2) Sé: previsão de implantação de 2.500m2 de jardins de chuva;
3) República: previsão de implantação de 2.500m2 de jardins de chuva;
4) Santa Cecília: previsão de implantação de 2.000m2 de jardins de chuva;
5) Bela Vista: previsão de implantação de 2.000m2 de jardins de chuva;
6) Bom Retiro: previsão de implantação de 2.000m2 de jardins de chuva;
7) Cambuci: previsão de implantação de 2.000m2 de jardins de chuva;
8) Liberdade: previsão de implantação de 2.000m2 de jardins de chuva.
Total estimado para a Subprefeitura Sé: 20.000m2.
Perspectiva — As intervenções paisagisticas são soluções baseadas na natureza e procura atuar em conjunto com as microbacias de permeabilidade criadas pelos bosques de conservação paulistanos, com ênfase na colheita e na reservação de águas pluviais; no aumento da cobertura vegetal do centro e na criação de ambientes inundáveis específicos para testar plantas de diferentes origens, locais, tipos, gêneros, espécies e variedades, no sentido de definir as mais adaptadas para tais situações urbanas. A manutenção e manejo dos jardins de chuva é responsabilidade da Subprefeitura Sé e conta com a participação dos munícipes que cuidam de cada cantinho verde. As ações contemplam:
1) Vagas verdes: As ações têm como objetivo utilizar o espaço de uma vaga de estacionamento de carro, no leito das vias, para criar um microambiente diferenciado. Estes espaços contam com uma árvore, uma palmeira ou arbustos ornamentais, inseridos em um “jardim de chuva” que irá “colher” as águas na cidade e minimizar os efeitos de alagamentos e de poluição difusa nas vias públicas. São pequenos espaços gentis, em locais de interesse, que possam cumprir funções culturais, ecossistêmicas, paisagísticas, lúdicas e esportivas. Exemplos de sustentabilidade ao alcance da população que a Subprefeitura Sé quer transformar em modelos ambientais em microescala. Em 2020, após a implantação da vaga-piloto na Rua Conselheiro Brotero, a Subprefeitura Sé inovou mais uma vez e, através das redes sociais, os munícipes puderam sugerir locais para vagas verdes.
VAGAS VERDES | ENDEREÇOS | ÁREA |
01 | Rua Conselheiro Brotero, 60 | 17,5 m2 |
01 | Rua Conselheiro Brotero, 30 | 17,5 m2 |
01 | Rua Capistrano de Abreu, 405 | 15 m2 |
01 | Rua Capistrano de Abreu, 440 | 15 m2 |
01 | Rua Pires da Mota, 537 | 25 m2 |
01 | Rua Avanhandava, 260 | 12 m2 |
01 | Rua Conselheiro Nébias, 1445 | 10 m2 |
01 | Rua do Lavapés, 400-410 | 30 m2 |
01 | Rua General Júlio Marcondes, 134 | 20 m2 |
01 | Rua Carmelitas, 184 | 12 m2 |
01 | Rua Dr. Gabriel dos Santos, 200 | 20 m2 |
01 | Rua Maria José, 233 | 12 m2 |
01 | Rua da Graça X Rua Lubavitch | 10 m2 |
01 | Rua Teodureto Souto, 399 | 15 m2 |
01 | Rua Hermínio Lemos, 385 | 15 m2 |
01 | Rua Nestor Pestana | 306 m2 |
01 | Rua Quirino de Andrade | 120 m2 |
01 | Rua Major Quedinho | 20 m2 |
01 | Rua Matarazzo, 305 | 15 m2 |
01 | Rua Conselheiro Brotero, 906 | em execução |
01 | Rua dos Tapes, 56 | em execução |
21 | TOTAL | 707 m2 |
2) Bosques de Conservação Urbana: Criar, em espaços urbanos, pequenas florestas heterogêneas com espécies arbóreas e arbustivas nativas, endêmicas e atrativas para a fauna da Cidade de São Paulo. A criação dos Bosques de Conservação Urbana visa à conservação, preservação e enriquecimento da biodiversidade, além da melhoria da qualidade de vida da população. A medida irá reflorestar áreas degradadas na região de abrangência da Subprefeitura Sé, com o objetivo de ampliar permeabilidade, mediante a captação de águas de chuva; reconstituir habitats naturais; recuperar ecossistemas; aumentar a cobertura vegetal do Centro e preservar a flora e fauna nativa da Cidade de São Paulo.
O acesso às áreas será inicialmente restrito e cercado por gradis no padrão dos parques municipais. As visitas aos bosques serão autorizadas (via agendamento) para fins científicos, pedagógicos e culturais. O solo será sempre permeável, devendo receber descompactação, correção, adubação (composto orgânico municipal) e camada de proteção (mulching) feita a partir de restos de podas de árvores e outros resíduos vegetais, com a intenção de permitir o melhor desenvolvimento das mudas plantadas. A manutenção e manejo dos Bosques é de responsabilidade da Subprefeitura Sé. Já foram plantadas mais de 3 mil árvores nos bosques da área central.
UNIDADES | ENDEREÇOS | ÁREA |
01 | Bosque das Maritacas (Rua da Figueira) | 3.600 m2 |
01 | Bosque do Bem-Te-Vi (Rua Antônio de Sá) | 2.800 m2 |
01 | Bosque dos Sabiás (Avenida 23 de Maio) | 2.000 m2 |
01 | Bosque da Memória (Avenida 23 de Maio) | em execução |
04 | TOTAL | 8.400 m2 |
3) Calçadas com poços de infiltração: Em calçadas que não existe espaço suficiente para se implantar jardins de chuva a Subprefeitura Sé têm construídos poços de infiltração para águas de chuva. São pequenos espaços, profundos (jardim de chuva vertical localizado nas faixas verdes calçada).
UNIDADES | ENDEREÇOS | ÁREA |
01 | Avenida 23 de Maio (altura do Centro Cultural) | 450 m2 |
01 | Rua Pedroso | 50 m2 |
01 | Rua Major Natanael | 385 m2 |
01 | Avenida Nove de Julho | em execução |
04 | TOTAL | 885 m2 |
4) Landart: A Landart também conhecida como Earth Art ou Earthwork, se refere ao tipo de arte em que o terreno natural, em vez de prover o ambiente para uma obra de arte, é ele próprio trabalhado de modo a integrar-se à obra.
UNIDADES | ENDEREÇOS | ÁREA |
01 | Arcos do Jânio (Praça dos Artesãos Calabreses) | 12.000 m2 |
01 | Árvores trepadeiras (Viaduto Dona Paulina) | 3 m2 |
01 | Onda (Avenida 23 de Maio) | 15.000 m2 |
03 | TOTAL | 30.000 m2 |
5) Escadaria verde: Criação de canteiros para a contenções hídricas com o uso de vegetação ornamental, que recebem as águas da escada, minimizando a sua velocidade.
UNIDADES | ENDEREÇOS | ÁREA |
01 | Viaduto Dona Paulina | 60 m2 |
01 | Avenida Nove de Julho | 60 m2 |
02 | TOTAL | 120 m2 |
6) Biovaleta: Trata-se de calçada verde e alagada da Cidade que, além da recomposição paisagística do espaço, tem função de integrar o sistema de microdrenagem do município, pois capta as águas superficiais. É uma modalidade de jardim de chuva, denominada tecnicamente de biovaleta, que capta estas águas, filtra e reduz os sedimentos antes de devolvê-la para o sistema de drenagem pluvial. Além destes benefícios, reduzirá a energia das águas que correm pela via e também trará benefícios paisagísticos e ecológicos, pois minimizará a poluição difusa. A biovaleta da Avenida 23 de Maio, têm plantas aquáticas nativas e exóticas com eficiência comprovada em fitorremediação entre elas: lótus, ciclantus, papiro gigante, tália do pantanal, banana d´agua, biri-amarelo, biri-vermelho, biri-rosa, vetiver, inhame preto, copo-de-leite, calatea zebra, mini papiros, chapéu-de-couro, pontederia azul e açaí.
UNIDADES | ENDEREÇOS | ÁREA |
01 | Avenida 23 de Maio (Viaduto Dona Paulina) | 1.050 m2 |
01 | Avenida do Estado (em frente ao Bosque das Maritacas) | 550 m2 |
02 | TOTAL | 1.650 m2 |
7) Jardins de chuva: Os jardins têm a função de ampliar a permeabilidade urbana, minimizar os efeitos do escoamento superficial e reter a água por meio de jardins de retenção hídrica. Além de coletar e 'segurar' as águas, os jardins contribuem para minimizar os efeitos de enchentes e alagamentos.
Na Rua Major Natanael temos o maior sistema de jardins de chuva do Brasil, seguramente um dos maiores do mundo, congregando 11 jardins dispostos em pontos específicos deste eixo, com mais de 2.900 m2 de área verde para a Cidade de São Paulo.
Abaixo os endereços dos jardins de chuva na área central:
UNIDADES DE JARDINS | ENDEREÇOS | ÁREA |
01 | Travessa Grassi | 30 m2 |
02 | Praça da Bandeira | 180 m2 |
01 | Rua do Triunfo | 40 m2 |
01 | Avenida do Estado | 640 m2 |
01 | Rua Antônio de Sá | 110 m2 |
01 | Rua Tabatinguera x Avenida do Estado | 655 m2 |
05 | Rua Treze de Maio | 760 m2 |
02 | Rua Teixeira Leite x Rua Junqueira Freire | 70 m2 |
02 | Rua do Lavapés | 95 m2 |
04 | Praça Alex Freua Neto | 535 m2 |
01 | Praça Olavo Bilac | 90 m2 |
11 | Rua Major Natanael | 2.962 m2 |
01 | Rua Pedroso | 200 m2 |
01 | Rua Minas Gerais x Avenida Dr. Arnaldo | 350 m2 |
01 | Rua Minas Gerais x Rua Novo Horizonte | 85 m2 |
05 | Rua Teodureto Souto (Rotatórias verdes) | 200 m2 |
01 | Praça Coronel Odilon de Oliveira | 450 m2 |
01 | Rua Major Quedinho | 25 m2 |
01 | Memorial da Imigração Judaica | 45 m2 |
01 | Avenida Ipiranga | 120 m2 |
01 | Rua João Teodoro | 450 m2 |
03 | Rua Avanhandava x Avenida Nove de Julho | 50 m2 |
01 | Praça Capitão Gino Struffaldi | 840 m2 |
01 | Rua Desembargador Paulo Passaláqua | em execução |
01 | Praça Jerusalém | em execução |
51 | TOTAL | 8.142 m2 |
Execução do programa — O Programa Gentileza Urbana da Subprefeitura Sé é executado com equipes próprias. Desde o projeto, planejamento, execução, obras, plantio, comunicação até a manutenção. Todas as árvores e plantas são oriundas dos viveiros municipais da Cidade: Harry Blossfeld e Manequinho Lopes.
"Estamos criando um futuro cheio de possibilidades começando pelo verde. Treinamos nossas equipes de paisagismo, tecnicamente analisamos os locais adequados para cada tipo de espécie. Já plantamos mais de 3.500 árvores e 300 mil plantas ornamentais. Neste primeiro trimestre já retiramos mais de 6.500 mudas dos viveiros municipais ", explicou o biólogo Rodrigo Silva.
Responsabilidade Técnica – Idealizado pelo ex-subprefeito da Sé, Roberto Arantes e mantido pelo subprefeito em exercício Irineu Ferraz, o Programa Gentileza Urbana é coordenado pelo arquiteto André Graziano (CAU A100317-8), pelo biólogo Rodrigo Soares da Silva (CRBio 120232/01-D) e pelo engenheiro civil Remy Benedito Silva (CREA 060017992-D) que registraram o Programa e as ações mais relevantes nos respectivos conselhos profissionais. Todas as ações do Programa são projetadas e executadas pelas equipes municipais. A comunicação das ações e a interação com os munícipes é coordenada pela jornalista Caroline Prado.
Prêmio FNA 2020 — Em dezembro, a equipe da Subprefeitura Sé recebeu o Prêmio FNA 2020, da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas. O Programa Gentileza Urbana foi contemplado por boas práticas e condutas com a área arquitetônica e urbana, e compromisso com a sociedade civil. O prêmio foi instituído para reconhecer iniciativas que dialoguem em favor da Arquitetura no Brasil. Indicado pela Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP), o Programa Gentileza Urbana na Subprefeitura Sé (SP) é destinado à implantação de pequenas intervenções e introdução de áreas verdes, jardins de chuva, vagas verdes, bosques, biovaletas, escadarias verdes e praças, entre outras soluções da natureza para suavizar a aridez do centro da cidade e criar micro espaços de estar e de lazer.
Na mídia – O Programa Gentileza Urbana foi pauta de diversos veículos de comunicação. Confira:
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