Programa Paz nas Escolas incentiva mediação de conflitos

Ação atuará em todas as escolas e será acompanhada de formação para educadores. Parceria com Judiciário agilizará atendimento de crianças e jovens em vulnerabilidade

A Prefeitura lançou nesta quarta-feira (18) o programa Paz nas Escolas, que incentivará ações de mediação de conflitos nas unidades da rede municipal de educação. O objetivo é prevenir situações de violência e estimular o desenvolvimento do tema da cultura de paz no currículo escolar.

Para o prefeito Fernando Haddad, ao integrar a rotina das escolas, o programa contribui para a criação de uma sociedade mais pacífica. “É um gesto muito significativo. A escola abraçar a tese da mediação é uma grande novidade, porque tudo começa na escola. Imaginem os nossos estudantes conseguindo levar isso para o futuro, aprendendo que os conflitos se resolvem de outra maneira, incorporando no dia-a-dia deles isso como diretriz, como uma orientação a ser levada pela vida. Com isso nós vamos ter uma sociedade muito melhor”, afirmou Haddad, em evento de lançamento da iniciativa, realizado no edifício MMDC do Tribunal de Justiça, na região central.

As ações do programa têm três eixos: o programa de Proteção Escolar, em parceria com a Guarda Civil Metropolitana; formação de educadores para a mediação de conflitos; e a criação de um grupo de pesquisa para acompanhamento e implementação do programa, com representantes das 13 Diretorias Regionais de Educação. Com isso, será desenvolvida uma política de superação e resolução de conflitos e violências.

“A escola precisa ser um espaço de paz, a gente quer construir a paz nas escolas. E esse processo de construção não é um processo simples. As crianças recebem influências de todos os lados. Nós temos um histórico de violência familiar assustador. Queremos ensinar o respeito e a construção coletiva de ideias”, disse o secretário Gabriel Chalita (Educação).

A atuação da Guarda Civil Metropolitana na proteção escolar atende atualmente 50 unidades em que foi detectada alta vulnerabilidade. O trabalho é realizado fora da jornada de trabalho dos guardas, que recebem uma remuneração complementar. A segurança também é reforçada com intensificação dos trabalhos de zeladoria, como poda de árvores, e reforço na iluminação das áreas que abrigam escolas.

Cada escola terá uma Comissão de Mediação de Conflitos, com a participação de estudantes, educadores e pais. Este grupo irá traçar medidas para desenvolver o programa na unidade, como por exemplo atividades do Escola Aberta, que convida a comunidade a frequentar o espaço das escolas aos finais de semana.

A formação dos educadores será realizada em parceria com o Instituto Vladimir Herzog, que desenvolve o projeto “Respeitar é Preciso!”. O material pedagógico utilizado é formado por cinco livros que debatem as principais violações de direitos humanos ocorridas no ambiente escolar, com temas como democracia na escola, respeito e humilhação, sujeitos de direito, igualdade e discriminação.

A estratégia do Paz nas Escolas foi desenvolvida a partir da sistematização de diversas ações já realizadas em escolas da rede. “Fizemos visitas nas 13 regiões de São Paulo, ouvimos educadores, supervisores, diretores e pais. E esta foi uma questão que apareceu em todos os diálogos. Atendendo à escuta dessa necessidade, foi pensada uma política de promoção de paz”, explicou a secretária-adjunta Emília Cipriano (Educação).

Parcerias
No evento desta manhã, foi também assinada uma parceria com o Tribunal de Justiça de São Paulo para o desenvolvimento do projeto Infância Cordial, que irá agilizar o atendimento de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade. Inicialmente, um piloto será desenvolvido em escolas da região da Penha, na zona leste. Ao identificar um estudante que passa por dificuldades, uma rede de profissionais do Judiciário será acionada para oferecer uma solução ao problema, sem judicialização. “Ao valorizar a educação, estamos promovendo a paz social. Que a escola seja um instrumento de pacificação, de promoção do respeito à diversidade”, afirmou o desembargador Paulo Dimas, presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Outra ação que integra o programa é a instalação da justiça restaurativa nas escolas, em parceria com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), a Defensoria Pública e o Ministério Público Estadual (MPE). Na Justiça Restaurativa, há o encontro entre a pessoa que praticou o ato que gerou um dano e aquela que foi afetada pelo ato. Os encontros são mediados por profissionais capacitados, buscando o diálogo e uma solução comum para a reparação do dano, por meio de um acordo ou plano, evitando a judicialização da questão e a eventual ocorrência de mais violência.

 

Fonte: Secretaria Executiva de Comunicação