São Mateus reforça prevenção de enchentes

Limpeza de piscinões, bocas de lobo e galerias, corte de mato nos córregos melhoram vazão da água

Os seis piscinões de São Mateus, que têm capacidade de armazenamento de 1 milhão 160 mil metros cúbicos, estão sendo preparados para suportar a carga de água da bacia do córrego Aricanduva e afluentes nesta temporada de chuvas, que vem chegando, se considerada a média dos últimos anos, na região. A manutenção, principalmente o recolhimento de detritos, é feita com regularidade, pela Subprefeitura São Mateus. Também é feito o corte de mato nas bordas e recolhimento de lixo e entulho. Esse trabalho é reforçado nos meses de estiagem, de abril a setembro, quando a chuva diminui de forma considerável e é possível a entrada das equipes e máquinas na parte alagável dos piscinões.

É enorme a quantidade de detritos retirada de dentro e nas bordas dos piscinões, para em seguida ser levada para os aterros sanitários. Em 2019 foram 38.305 toneladas, subindo para 81.904 em 2020 e 94.564 em 2021. Este ano já foram recolhidas 61.439 toneladas, até o final de agosto.

Espaço enorme com vegetação rasteira, rodeado de prédios e casas ao fundo.

Piscinão Caguaçu, inaugurado em 1999, localizado entre o Parque Boa Esperança e Santa Bárbara

Em São Mateus, são seis piscinões, com enormes caixas de represamento, cinco deles formados só com a remoção da terra, ao lado do leito dos córregos Aricanduva e Caguaçu. Apenas o aterro e a saída da água são cimentados. O excesso é contido no tanque e sai aos poucos, naturalmente. O do córrego Inhumas é o único cimentado e cercado. A água acumulada é retirada com bombas de alta capacidade, depois que a chuva forte termina. Um sétimo piscinão está previsto para ser construído, na área do Riacho dos Machados. No dia 16 de março deste ano, a Prefeitura de São Paulo entregou o piscinão Taboão, também localizado na bacia do Aricanduva, na área da Subprefeitura Aricanduva/Formosa/Carrão. Veja detalhes nesse link.

Ano a ano, tem havido aumento das ocupações irregulares, incluindo as margens dos córregos e encostas, fazendo crescer o número de famílias em situação de risco de deslizamento. Outro problema é o descarte de entulho e lixo na área dos piscinões, o que reduz a capacidade de armazenamento e aumenta a ameaça de enchentes, rio abaixo.

Sujeira boiando numa água suja, à beira de estacas de concreto que formam um cordão dentro do piscinão

Um dos piscinões Aricanduva, com sujeira retida no cordão de concreto, para fazer a contenção

O subprefeito de São Mateus, Roberto Bernal, informa que há dificuldade de conter as ocupações irregulares. “Entendo que as dificuldades de moradia são enormes, mas ocupar de qualquer jeito uma área de risco é colocar a vida da família sob ameaça”, afirma, reconhecendo que a política do prefeito Ricardo Nunes, de investir na requalificação de prédios antigos, desocupados, no centro da cidade, é uma forma de reduzir essa ocupação desordenada. “São Mateus não perde com isso, já que a Cohab tem construído alguns conjuntos habitacionais em nossa região. Agora mesmo, um deles está em início de obras aqui na Avenida Ragueb Chohfi, bem próximo da nossa Subprefeitura”, completa o subprefeito.

Os piscinões de São Mateus têm cumprido a importante função de evitar as enchentes que eram tão comuns nas décadas de 1970 e 1980, em toda a bacia do Aricanduva e também no rio Tietê, que teve sua calha aprofundada, pelo Governo do Estado.

Água suja saindo de um túnel de concreto, com a parte de cima cimentada e outra de terra.

Saída de agua do piscinão, no curso do córrego Aricanduva

Outros cuidados

A prevenção de enchentes e alagamentos na região de São Mateus também inclui serviços como limpeza manual das margens dos córregos, com o corte de mato e remoção dos detritos. Onde é possível e permitido, é realizada a limpeza mecanizada. Isso é feito nos córregos sem restrição ambiental. Mas, em vários locais, as moradias foram feitas tão próximas ao leito, que não é possível a entrada de máquinas sem causar riscos às casas. Há, ainda, residências construídas em áreas que, no passado, serviam como lagoas naturais de represamento da enchente, como a Comunidade Caboré, que sofre com o transbordamento do Aricanduva, porque as casas estão um pouco acima do leito do córrego. Com o desmatamento ilegal e as ocupações irregulares, cresceu a impermeabilização do solo e toda a água da chuva vai escorrer para o córrego.

Outro serviço que é realizado com frequência é o desentupimento de bueiros e galerias. Materiais como garrafas PET, sacolas plásticas e lixo impedem a vazão e a enxurrada empoça nas partes mais baixas. Por isso, é importante que a população coloque o lixo e restos de materiais em locais apropriados. Objetos de grande volume devem ser descartados nos ecopontos ou colocados na calçada apenas no dia de passagem da Operação Cata Bagulho. Os dois serviços são oferecidos gratuitamente pela Prefeitura de São Paulo. Endereços e regras podem ser consultados no site. O lixo doméstico deve ser separado do que pode ser reciclado e entregue, corretamente, à coleta. Lembre-se que tudo o que é descartado de forma errada acaba indo parar nos pontos mais baixos, provocando enchente ou alagamento, o que prejudica as famílias mais carentes, que habitam esses locais por ser mais baratos. São as que menos têm e que perdem tudo o que está na casa quando entra a água barrenta: móveis, colchões, alimentos e roupas. E ainda correm risco de curto-circuito elétrico e de doenças. Evite e ajude a evitar esses dramas.

Informações e solicitações de limpeza também podem ser feitas gratuitamente pelo telefone ou aplicativo 156. Pedidos de ajuda, em momentos de dificuldade, além do 156, há o número de emergência da Defesa Civil, que é o 199.

Paredão de concreto, com estrutura reforçada, uma rampa para entrada de caminhões e máquinas e um tanque enorme, formam o piscinão Inhumas.

Piscinão Inhumas, cimentado e com rampa de acesso para máquinas e caminhões fazerem a limpeza