Terça- feira, 30 de setembro. Essa foi a data para a realização da Audiência Pública sobre créditos de carbono. Cinco dias após o leilão (aterro Bandeirantes e São João) que arrecadou mais de R$ 37 milhões, desses, cerca de R$ 13 milhões será destinado para São Mateus.
O objetivo da audiência foi apresentar e ouvir propostas de uso desse dinheiro. Participaram do evento Eduardo Jorge, secretário do Verde e Meio Ambiente; Helena Magozo, Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CADES); o subprefeito de São Mateus e vereadores da região.
O Conselho do Meio Ambiente de São Mateus também esteve presente, assim como membros da sociedade civil e representantes comunitários.
Após abertura da mesa, o engenheiro Deodoro Vaz explicou de maneira didática o que é o crédito de carbono, falou sobre o aterro Bandeirantes, da coleta seletiva, dos vários movimentos em prol do meio ambiente (ECO 92 e Protocolo de Kyoto), falou dos gases que provocam o efeito estufa e como a cidade deve proceder para o desenvolvimento limpo.
Seguindo o cronograma de apresentações, foi a vez de Júlio Delbin, da Biogás Ambiental, falar sobre o lixo que antes era sinônimo de repulsa e atualmente gera renda para muitas pessoas. Também falou das propriedades poluentes do metano e qual a importância de transformar gases tóxicos em energia.
A terceira apresentação foi de Sueli Rodrigues, vice- presidente do Conselho de Meio Ambiente de São Mateus.
Em sua explanação mostrou quais as propostas para a utilização da verba que virá a partir do ano que vem:
Parque Linear Aricanduva – trecho da nascente até o piscinão Aricanduva 1; Parque Linear Mar Morto, Canal de Suez; Parque Municipal Jardim da Conquista; Parque Municipal Olímpico; Parque Municipal Nebulosas; Usina de Compostagem de Resíduos de Poda e Corte de Grama; Praça Forte do Leme; Praça Bartolomeu Antunes e Monitoramento Ambiental da bacia do Rio Caguaçu e Centro de Educação Ambiental e Posse Responsável de Animais Dométicos (CEAPRAD).
Ao final da apresentação da conselheira, o espaço foi aberto aos moradores. Cerca de 300 pessoas compareceram ao CEU (Centro Educacional Unificado) São Rafael. Líderes comunitários e membros da sociedade civil puderam falar, expor suas opiniões sobre como deve ser utilizado o dinheiro do crédito de carbono.
Tudo aconteceu em clima de harmonia, mesmo os mais exaltados falaram sem serem interrompidos.
O subprefeito subiu ao palco e disse estar feliz e satisfeito com a audiência, "isso demonstra que São Mateus avança na democracia".
Para finalizar o evento, o secretário Eduardo Jorge deixou claro que o dinheiro virá para a região e que os projetos não terão preferência, o que ficar pronto primeiro será iniciado, se não der certo passamos para o próximo.
Assim como aconteceu no primeiro leilão, é provável que até abril de 2009 o dinheiro chegue e assim sucessivamente, todos os anos, até que o aterro atinja sua capacidade máxima e deixe de produzir o gás.