PREFEITURA DE SÃO PAULO

Crescimento da População de Rua desacelera, mostra Censo 2015

Pesquisa mostra que 15.905 pessoas estão em situação de rua, sendo que mais da metade dorme em abrigos

14/05/2015 10h14

A Prefeitura de São Paulo divulgou nesta sexta-feira (8) o resultado do Censo da população de rua da cidade, realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

De acordo com a pesquisa, das 15.905 pessoas em situação de rua que vivem hoje na cidade, 8.570 são atendidas pelos serviços de acolhimento administrados pela Prefeitura por meio da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) e passam a noite em abrigos.

Durante a coletiva de apresentação dos dados, a secretária municipal de Assistência Social, Luciana Temer, contou que, nas pesquisas anteriores, as equipes tinham que buscar as pessoas, que se escondiam por medo. Desta vez, o procedimento não foi necessário, o que pode ter se refletido nos números. “Essa gestão não busca um processo de higienização e de expulsão dessa população. Quando se coloca que aumentou muito a população de rua, não é verdade. O Censo nos traz a clareza de que não aumentou muito. Talvez seja simplesmente [resultado de] uma política não excludente”, afirmou.

O último Censo da População em Situação de Rua, realizado em 2011, apontava para a existência de 14.478 pessoas pelas ruas de toda a cidade. Na comparação com os períodos de 2000-2009 e 2009-2015, a taxa de crescimento anual caiu pela metade, de 5,14% para 2,56%.

De acordo com a legislação, o Censo da População em Situação de Rua é realizado a cada três anos. A pesquisa terá uma segunda etapa, ainda em 2015, para traçar o perfil dessa população.

“Esta gestão insistiu muito com a Fipe para que o Censo não fosse só numérico. A contagem é muito importante para nós, mas essa próxima etapa vai nos dar a amostragem de quem é exatamente esta pessoa, qual sua história, para que a gente possa trabalhar mais diretamente, saber qual a política mais adequada para ela. É para isso que o Censo tem que servir”, disse Luciana.

Também participaram da coletiva o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eduardo Suplicy, seu secretário-adjunto, Rogério Sottili, e a coordenadora do Observatório de Políticas Sociais da SMADS, Carolina Teixeira Nakagawa Lanfranchi.

Alguns dados do censo:

Sexo
A maior parte da população em situação de rua é do sexo masculino. São 13.046 homens (82%) e 2.326 mulheres (14,6%). Do total, 533 pessoas (3,4%) não tiveram o sexo identificado na contagem, por estarem dormindo ou cobertas.

Localização
A idade média da população em situação de rua é de 39,7 anos para aqueles que pernoitam em vias públicas e de 42,7 anos para os acolhidos na rede de assistência social da Prefeitura. Já a idade máxima é de 86 anos para o primeiro grupo e de 94 anos para o segundo.

Segundo o levantamento, 3.864 pessoas pernoitam em vias da Subprefeitura da Sé. Elas representam 52,7% da população não acolhida pela rede de assistência (7.335 pessoas). A segunda subprefeitura mais povoada por essa população é a da Mooca, com 842 pessoas (11,5%), e a terceira é a da Lapa, com 409 pessoas (5,6%).

Idade
A maior parte dos moradores de rua tem entre 31 e 49 anos. São 5.823 pessoas (36,6%) nessa faixa etária. Destes, 3.461 são acolhidos pela Prefeitura e 2.362 dormem em vias públicas.

De acordo com o levantamento, há 403 crianças de até 11 anos em situação de rua. Destas, 370 são atendidas por serviços da SMADS.

Metodologia
A pesquisa foi realizada entre os dias 23 de fevereiro e 26 de março deste ano, sempre de segunda a quinta-feira, entre 22h e 6h. Todos os distritos da cidade foram mapeados e divididos em nove regiões. Cerca de 160 pesquisadores trabalharam no processo de identificação e abordagem da população.

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De Secretaria Executiva de Comunicação