Prefeitura inaugura segundo Armazém Solidário, em que população de baixa renda pode comprar alimentos por até metade do preço

Nova unidade fica dentro do sacolão municipal City Jaraguá, na zona Norte, e atende somente pessoas cadastradas no CadÚnico

O prefeito Ricardo Nunes inaugurou nesta quarta-feira (6), dentro do Sacolão Municipal City Jaraguá, na Zona Norte, a segunda unidade do Armazém Solidário da capital, mercado que comercializa produtos alimentícios, de higiene e limpeza a preços até 50% mais baratos dos que os vendidos em estabelecimentos tradicionais. Somente pessoas inscritas no CadÚnico podem aproveitar os benefícios do Armazém Solidário.

“Este é o segundo Armazém Solidário que inauguramos na cidade. O primeiro foi em São Miguel e, até o final do ano, teremos outros cinco. É um equipamento onde as pessoas podem comprar itens mais baratos, com qualidade”, declarou o prefeito.

A nova unidade tem área de 500 m² e o funcionamento é de terça a sábado, das 9h às 18h. Lá 500 gramas de café podem ser comprados por R$ 9,80, enquanto em um mercado comum esse mesmo item custa R$ 18. Um litro de leite é vendido por R$ 3,59. No supermercado, R$ 5,49. Um quilo de feijão, que em outros pontos comerciais é encontrado por R$ 10,99, é adquirido por R$ 6,99. E um pacote de 5kg de arroz, a R$ 21,90. No mercado tradicional, o produto está R$ 34,99. Entre os produtos de limpeza, um limpador multiuso, que custa R$ 6,99, está disponível a R$ 3,99 no Armazém Solidário. E um kit de shampoo e condicionador pode ser comprado por R$ 15,99. Seu preço atual é R$ 33,65.

Além dos descontos, em cada loja há uma prateleira para oferecer alimentos recebidos do Banco de Alimentos, a custo zero, com limitação de itens por pessoa.

O Armazém Solidário oferece políticas públicas de segurança alimentar e nutricional para a população que vive em condição de vulnerabilidade social, com a comercialização de mercadorias minimamente processados, ricos em proteínas (carne, frango e peixes), sucos naturais, padaria, hortifrúti e orgânicos, além de itens de higiene pessoal e de limpeza. Não há comercialização de produtos ultraprocessados.

Nunes destacou que este é mais um programa da Prefeitura de São Paulo no combate à insegurança alimentar na capital e de incentivo a hábitos mais saudáveis de alimentação. “Em nossa cidade há gente muito rica, de classe média, pobre e muito pobre e queremos atender a todos. Atualmente entregamos 7 mil cestas básicas para a população todos os dias; distribuímos 82 mil refeições diárias; milhões de refeições por mês. Temos o Cozinha Cidadã e a Prefeitura também paga por mais 200 refeições. Além disso, distribuímos cestas básicas. Recentemente, nas férias, entregamos 430 mil cestas básicas para a área de Educação”, declarou Nunes.

 

 

Aprovado pela população

A inauguração do Armazém Solidário no bairro do Jaraguá foi aprovada pela pedagoga Rosângela Resende, 64, presidente da Associação de Amigos do Bairro. “Aqui tem tudo e com preço bastante acessível, dá para o nosso bolso. Poderei levar um pouquinho de cada coisa para casa”, comemorou.

O aposentado José Ferreiro de Paula, de 82 anos, que mora nas redondezas com a esposa e a sogra, também ficou satisfeito com os preços. “Vim comprar arroz, feijão, óleo. O arroz em casa dura um mês. Espero que esse programa seja expandindo para outros lugares para ajudar mais gente.”

Cinco unidades

A Prefeitura planeja entregar mais cinco unidades ainda este ano. Além das localizadas em São Miguel Paulista e agora no Sacolão Municipal City Jaraguá, serão entregues as dos sacolões Cidade Tiradentes, Freguesia do Ó, Jaraguá, Estrada do Sabão e no Mercado Municipal de Guaianases.

Para a secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Soninha Francine, o Armazém Solidário é motivo de orgulho. “Gera emprego, oferece alimentação de qualidade, saudável, saborosa e com afeto, preparado com muito cuidado.”

Os recursos para a construção das unidades são provenientes do Fundo de Abastecimento Alimentar de São Paulo, criado em 2023 para financiar programas de Segurança Alimentar no município, sendo que a Prefeitura de São Paulo planeja investir mais de R$ 9,3 para reforma, adequação e implantação das unidades.

Ainda neste mês de março está prevista a inauguração do Armazém Solidário da Estrada do Sabão, na zona Norte. A unidade do Armazém Solidário de São Miguel, a primeira inaugurada, comercializou mais de 89 mil itens em um mês de operação. Foram atendidos no período cerca de 7 mil clientes, com uma média de atendimento diário de 282 pessoas, sendo que cada consumidor gastou em média R$ 66,95.

A iniciativa é da Secretaria Executiva de Segurança Alimentar e Nutricional e de Abastecimento (Sesana), vinculada à Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC). “As pessoas precisam comer comida de verdade, saudável, natural, com preço baixo e produtos de qualidade. Já estou discutindo comprar da agricultura familiar, para colocarmos a agricultura na pauta da população, desenvolver os produtos dos pequenos agricultores, para que eles tenham renda e se fortaleçam”, declarou Carlos Fernandes, secretário executivo de Segurança Alimentar e Nutricional e de Abastecimento.

Rede de Segurança Alimentar e Nutricional

Além do Armazém Solidário, a Prefeitura de São Paulo mantém os programas de Segurança Alimentar e Nutricional Rede Cozinha Escola, Rede Cozinha Cidadã, Cidade Solidária, Banco de Alimentos e as unidades do Bom Prato Paulistano.

Os programas Cidade Solidária, de distribuição de cestas básicas; e Rede Cozinha Cidadã, de entrega de marmitas, remontam ao período de pandemia. O Cidade Solidária distribuiu em 2023, 1,6 milhão de cestas básicas, média de 150 mil por mês. Tem 3.160 OSCs credenciadas que beneficiam 436 mil pessoas.

O Rede Cozinha Cidadã foi o primeiro programa criado especialmente para atender pessoas em situação de rua. Em seguida, foi implantado o Rede Cozinha Cidadã Comunidades para beneficiar a população mais vulnerável da periferia. O diferencial dos programas, além de assistir ao seu público-alvo, é a recuperação econômica de pequenos restaurantes comerciais das regiões atendidas que preparam as refeições distribuídas.

No momento, a rede conta com 83 restaurantes credenciados. No ano passado, apenas para a população em situação de rua, foram entregues 1,3 milhão de refeições, em dez postos de distribuição. Na periferia foram oferecidas 4,2 milhões de refeições para 27 comunidades atendidas.

A Secretaria Executiva de Segurança Alimentar e Nutricional e de Abastecimento (Sesana), vinculada à SMDHC, foi criada em junho de 2023. Novos programas foram lançados e os que já haviam sido desenvolvidos em caráter emergencial em 2020, a partir da crise sanitária da pandemia da Covid-19, foram aperfeiçoados e incorporados em caráter permanente como parte da Política Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional.

Segurança Alimentar e fortalecimento comunitário

O Rede Cozinha Escola, um dos programas implantados no ano passado, ajuda a reformar e adaptar cozinhas comunitárias de Organizações da Sociedade Civil (OSC) para distribuição de refeições preparadas por elas. Cada OSC tem como compromisso oferecer um mínimo de 400 refeições diárias gratuitas, de segunda a sábado, sendo que 54 já estão em funcionamento.

Além de oferecer refeições de qualidade, o programa também gera empregos nas regiões assistidas, com funcionários contratados pelas próprias OSCs e beneficiários do Programa Operação Trabalho (POT) da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (SMDET).

Bom Prato Paulistano

Duas unidades do Bom Prato Paulistano foram implantadas em dezembro de 2022 na Zona Sul da cidade (M’Boi Mirim e Parelheiros) pela Prefeitura de São Paulo, em parceria com o Governo do Estado. A unidade M’Boi Mirim serve diariamente em média 1.300 almoços e 300 cafés da manhã, e a unidade Parelheiros, 1.200 almoços e 300 cafés da manhã. O valor da refeição é de R$ 0,50 (o café da manhã) e R$ 1,00 (almoço). População em situação de rua e crianças até seis anos não pagam.

Contra o desperdício

O Banco de Alimentos que totalizou a doação de 6.492.037,41 toneladas de 2017 até o mês de fevereiro de 2024, tem por objetivo arrecadar itens provenientes das indústrias alimentícias e de redes varejistas e atacadistas que estão fora dos padrões de comercialização, mas sem restrições de caráter sanitário e consumo, bem como adquirir produtos da agricultura familiar para doar para entidades assistenciais previamente cadastradas.

Além da doação de parceiros, o Banco de Alimentos recebe doações do Programa Municipal de Combate ao Desperdício e à Perda de Alimentos, sancionado em 2019, e é responsável pela coleta de frutas, legumes e verduras nas feiras livres e mercados municipais da cidade que estão em boas condições de consumo, mas que seriam descartadas por não possuir valor comercial. A ação conta com a parceria de mercados e sacolões municipais, além das feiras livres distribuídas por toda a cidade.