O mês de fevereiro está sendo marcado por grande quantidade de chuva em 2019, diferentemente do que aconteceu em 2018, onde foram acumulados apenas 64mm. Até o momento a cidade de São Paulo registrou cerca de 288,8mm até a 00h de hoje. Isto corresponde a 37% a mais do que o esperado para fevereiro, que é de 210,1mm (média histórica do CGE). A Zona Sul da Capital está sendo a mais castigada pelas chuvas, se comparada a outras regiões da Cidade. Os maiores índices ficaram reservados para Jabaquara com 390,6mm e Parelheiros que registrou até agora 387,6mm.

A média de chuva da Zona Sul até o momento é de 352,4mm. Portanto, esses índices estão bastante significativos e diferem das outras regiões e bairros de SP, conforme mostram os gráficos anexos. E o porquê de tanta chuva? Inicialmente, temos que considerar que estamos em ano de El Niño, que embora tenha atuação fraca, provoca o aumento das temperaturas e eleva o nível de precipitação no Sul e Sudeste do País. Outro fator que contribui sobremaneira para o aumento das chuvas é o calor associado com a chegada da brisa marítima (ar mais frio que toda tarde vem do oceano e encontra a cidade bastante aquecida).

Essa condição meteorológica forma nuvens extremamente carregadas e que provocam chuva muito forte, acompanhadas de raios, rajadas de vento e até granizo. Nesses eventos, o grande diferencial é o tempo de permanência das chuvas fortes sobre a região atingida. Quer dizer, fica parada por muitas horas sobre o mesmo lugar e aí o cenário realmente é preocupante. O resultado não poderia ser outro, com formação de alagamentos intransitáveis, enchentes, transbordamento de rios, córregos e até deslizamentos de terra em áreas de risco.

Outros sistemas meteorológicos como frentes frias e áreas de baixa pressão atmosférica (região de mau tempo) são responsáveis também pelo aumento do volume de chuvas. Por último, o posicionamento geográfico da Zona Sul e, em especial os Bairros de Parelheiros, Eng° Marsilac e Grajau, por se situarem mais próximos do litoral, recebem maior influência quando da passagem de frentes frias, áreas de baixa pressão e até mesmo formações localizadas, em função da combinação de calor e umidade.

Fonte: Adilson Nazário -Téc. Meteorologia do CGE