Prefeitura inicia revitalização da Rua Pires do Rio no Metrô Bresser

O local, onde até março existia a Favela do Cimento, na Zona Leste, começa a ser arborizado e receberá aparelhos de ginástica

A Prefeitura de São Paulo iniciou, nesta quarta-feira (28), a revitalização da Rua Pires do Rio, na Mooca, no entorno do Viaduto Bresser. Até o mês de março, existia a Favela do Cimento no local, que ocupou a área indevidamente por oito anos.

“Durante vários anos tivemos aqui a chamada Favela do Cimento e a gestão passada, inclusive, começou a pagar aluguel social sem a contrapartida de as famílias saírem. Desde 2017, começamos as tratativas para fazer a reintegração do espaço. Conseguimos a autorização judicial no início do ano”, declarou o prefeito Bruno Covas.

“Para que isso não volte a ocorrer o segredo é ocupar esse espaço com atividades culturais e de lazer. Quanto mais a população local se apropriar desse espaço melhor”, finalizou Covas.

As obras de recuperação da via da Zona Leste e suas proximidades, que têm prazo previsto de 90 dias, serão viabilizadas por meio de emenda parlamentar. Serão investidos R$ 143 mil na região, que passará a contar com área arborizada, aparelhos de ginástica e playground.

A calçada que contorna o local já recebeu revitalização: lá foram criados três jardins e plantadas 30 árvores.

Sobre a Favela do Cimento
A Rua Pires do Rio e seu entorno começaram a ser ocupados em agosto de 2013, quando teve início a Favela do Cimento. Seus moradores eram famílias oriundas de uma das ações da Operação Braços Abertos, realizada na Cracolândia, região central.

A reintegração de posse da área foi realizada em março deste ano. A comunidade abrangia então uma área de 880m² que era considerada de alto risco, por apresentar vulnerabilidade a incêndios e atropelamentos.

No local também havia tráfico e uso de drogas, pontos viciados e descarte irregular de lixo. A Favela do Cimento era habitada por 307 famílias que, juntas, produziam duas toneladas de lixo diariamente.

Ações para os moradores
A Prefeitura de São Paulo, por meio das secretarias municipais de Habitação e de Assistência e Desenvolvimento Social, e em conjunto com o Tribunal de Justiça de São Paulo, atuou em prol dos moradores da comunidade do Cimento. O trabalho da Secretaria Municipal de Habitação foi iniciado em outubro de 2015, com o cadastramento das famílias em programas habitacionais, disponibilizando auxílio aluguel condicionado à saída imediata da área. Na época, o acordo não foi cumprido.

Na ocasião foi realizada a identificação dos ocupantes, contabilizando 215 famílias, sendo 66 crianças. Dessas, 266 atenderam aos critérios estabelecidos e foram contempladas com o auxílio aluguel por risco, de acordo com laudo emitido pela Defesa Civil. A tratativa firmada foi que as pessoas receberiam o benefício por 12 meses, renovados por igual período. Os pagamentos foram encerrados em setembro de 2017, após 24 meses de concessão.

No período da reintegração de posse, em 23 de março, ocorreu um incêndio generalizado nas estruturas de alvenaria. A Polícia Civil investiga o caso. No momento do incêndio, a maioria das famílias já havia deixado voluntariamente o local, resultado da ação intermediada pela Prefeitura de São Paulo e a 13ª Vara da Fazenda Pública.

As chamas não interferiram na ação adotada pela Prefeitura de São Paulo. As famílias participaram de audiências de conciliação e foi definida a oferta de acolhimento na rede do município. Assim, foram realizados 75 encaminhamentos para acolhimento.

Esta ação contou com mais de 150 servidores públicos, para que tudo ocorresse de modo assistido e humanizado. Os pertences das famílias foram levados a um depósito por tempo indeterminado.