PREFEITURA DE SÃO PAULO

Fab Lab amplia o programa de inclusão digital da cidade

Ainda este ano, São Paulo deverá contar com 12 laboratórios de fabricação digital em espaços públicos

20/02/2015 16h28

 Primeiro foram os telecentros, criados há 15 anos como forma de suprir a dificuldade que a população tinha para se manter conectada à Internet. No ano passado foi a vez do WiFi Livre SP ser implantado em mais de cem logradouros públicos e oferecer acesso gratuito à rede mundial de computadores. Ainda no ano passado, o projeto Redes e Ruas, com 59 atividades culturais diferentes, chegou para ampliar o conteúdo dos telecentros, bem como para abrir espaços nas praças e ruas para o debate de assuntos de interesse do cidadão.

Agora, em um passo mais adiante, a prefeitura, por meio da Secretaria de Serviços, anuncia que deverá implantar ainda este ano 12 laboratórios de fabricação digital, os chamados “Fab Labs”, em toda a cidade. São espaços compostos por computadores, impressoras 3D (produzem modelos tridimensionais), fresadora CNC (usada para cortes ou debastes de materiais com precisão milimétrica, como madeira, MDF, ispor etc), cortadora a laser (corta e grava com precisão papéis, tecidos, acrílicos, madeiras, plásticos etc), fresadora de precisão (capaz de produzir placas de circuitos eletrônicos), e cortadora de vinil (corta com precisão adesivos e papéis de gramaturas variadas.

A informação foi confirmada ontem (04/02) pelo secretário de Serviços, Simão Pedro, ao apresentar o Programa Municipal de Inclusão Digital na oitava edição da Campus Party, considerada um dos mais importantes eventos de inovação tecnológica e entretenimento do mundo. “O objetivo é oferecer ao cidadão a possibilidade de desenvolver ideias e permitir ao pequeno empreendedor espaço para colocar em prática suas criações”, destacou.

Nos próximos dias, a Secretaria de Serviços, por meio da Coordenadoria de Conectividade e Convergência Digital (CCCD), deverá lançar o edital para chamamento público de organizações ou entidades sem fins lucrativos para a celebração de convênio, visando a criação e operação desses laboratórios. “Com isso, o que se espera é que a cidade de São Paulo se torne uma referência na disponibilização desses laboratórios em espaços públicos”, salientou. Hoje, a capital paulistana dispõe apenas de duas unidades: uma particular e outra instalada na Universidade de São Paulo (USP), destinada apenas aos professores e alunos da instituição.

Inicialmente, o convênio a ser firmado prevê investimentos de R$ 9 milhões para um período de dois anos. Desse total, estima-se que R$ 3,5 milhões serão utlizados em insumos, cursos de formação, capacitação de profissionais (recursos humanos) e comunicação. Outros R$ 2 milhões destinam-se à aquisição de equipamentos e ferramentas.

Ao todo, serão implantados quatro grandes laboratórios (Centro Cultural Cidade Tiradentes, Centro de Convivência de Heliópolis, Olido Cibernarium e Centro Esportivo Tietê) e oito minilaboratórios em espaços como Vila Itororó, Centro Cultural São Paulo e Chácara do Jockey.

Os laboratórios oferecerão cursos de formação, desde a introdução às metodologias de produção dos “fab labs” e suas ferramentas, desenvolvimento de produtos personalizados, ao enfoque em design, fabricação digital, eletrônica e programação, tendo como objetivo a criação de equipamentos, máquinas, objetos e softwares que proponham soluções para desafios necessariamente relacionados a questões urbanas locais.

No estande da prefeitura montado na Campus Party, é possível checar como funciona um fab lab, além de se inteirar dos outros programas de inclusão digital mantidos pela municipalidade.