A manutenção e revitalização de pinguelas e escadarias deixam São Paulo mais inclusiva

Com relevo diversificado, escadas e passarelas são responsáveis por garantir acesso

Assessoria de Comunicação e Imprensa das Subprefeituras

Na maior metrópole do país, com 17 mil km e onde vivem 12,3 milhões de pessoas, a locomoção é um desafio proporcional ao gigantismo da cidade de São Paulo. Encurtar o percurso é ganhar tempo e garantir a inclusão social. Por onde anda o pedestre, também passa a qualidade de vida e para unir ruas separadas pela geografia, duas soluções urbanas recebem atenção da Prefeitura de São Paulo e projetos de revitalização: as escadarias e as passagens de pedestre, conhecidas popularmente como pinguela ou formalmente chamadas de passarelas.

Na Zona Leste de São Paulo, na Avenida José Higino Neves, localizada entre a Subprefeitura Guaianases e Cidade Tiradentes, a pinguela, inaugurada há um mês, está num ponto estratégico. “Antes, eu tinha que ir na outra ponte e voltar. Levava cerca de dez minutos. Aqui, facilita muito porque é próximo ao ponto de ônibus e de frente para a escola”, explica Cristiane de Fatima da Silva Paula, 47, dona de casa. Moradora há 20 anos na região, ela usa pelo menos três vezes ao dia, no vai e vem de levar os filhos à escola.

A Subprefeitura Guaianases tem na região sob a sua jurisdição, outras 22 passarelas de pedestre e trabalha de maneira cíclica na revitalização e manutenção desses espaços.

Do outro lado da cidade, na Zona Sul, a pinguela da rua Talamanca é responsável por encurtar o caminho que, se percorrido pela avenida, leva cerca de 1 hora para chegar ao outro lado. “Sem esse acesso aqui, não teria como ir para academia, só se fosse de carro”, explica Jéssica Pereira Lajes, 32, cuidadora infantil, que deixou de treinar durante os 5 meses em que a passagem de pedestre esteve fechada para a reforma. Maria Martins, moradora do M’Boi Mirim há 40 anos, pontua: “[A reforma] foi uma coisa boa que aconteceu para a gente. Pelas ruas é só subida, aqui é pertinho. Além de tudo, a parte do córrego está ficando muito linda”. A canalização do córrego está em fase final, com prazo previsto para conclusão de um mês, podendo ser prolongado por conta da chuva.

Escadarias

As escadarias da cidade de São Paulo vão muito além de facilitar acessos e se tornaram pontos de manifestação artística, cultural e esportiva. No centro da cidade, na escadaria do Bixiga, construída em 1929 para ligar a rua 13 de Maio com a Rua dos Ingleses, a escada é palco para as apresentações da professora de dança Vanessa Nascimento, 31. “No ano passado usamos o meio da escada para fazer duas apresentações”. Para Vanessa, a conservação do espaço faz com que seja possível acontecer espetáculo a céu aberto.

Já o professor de educação física, Rodnei Lopes, começou a trabalhar em um condomínio e encontrou na escadaria o equipamento indispensável para incentivar a prática de exercício. E como tiveram melhora no condicionamento físico, os alunos aderiram à ideia e dão continuidade. Inspirado nessa experiência, Lopes também leva a atividade para o Escadão do Conde Barça, na Freguesia do Ó, Zona Norte. “A Cidade de São Paulo tem diversos espaços públicos onde o profissional de educação física pode montar treinos gratuitos ou mesmo com valores simbólicos”, explica Rodnei.

Na Lapa, Zona Oeste, na Escadaria Sumaré - Praça Irmãos Karmam, é possível observar o fluxo constante de pessoas realizando os treinos de rotina. Esse é também um polo importante para a arte de rua. Reconhecido pelas intervenções culturais, o local conta com bancos e tela de sombreamento para que as pessoas possam aproveitar melhor o espaço: “O pessoal vem para se exercitar e no final de semana fica lotado. Esse escadão deve ter mais de 50 anos, quando eu cheguei aqui há 46 anos, ele já existia. Aqui mudou muita coisa, mas o espaço é sempre bem cuidado”, conta o músico Claudio Luiz Sabino.

Partindo da premissa de que escadarias não são apenas espaços de circulação, mas também de permanência, a Subprefeitura Jabaquara desenvolveu o conceito de “Praça em Degraus”. Com pouco mais de trinta escadarias, o distrito de Jabaquara apresenta potencial para uma arquitetura interativa, onde a população pode se integrar ao espaço público, utilizando-o como opção de lazer para melhorar qualidade de vida e interação social.
Modelo muito parecido com o da Escadaria da Bailarina, localizada na Rua Alves Guimarães, 754 - Pinheiros, ponto turístico da capital com a arte pública de Eduardo Kobra, muralista paulistano.

É convivência, harmonia, turismo com um poder agregador. Quem mora no entorno teve a valorização do território onde habita e quem está de passagem, um bom motivo para flanar pela cidade de São Paulo.

Para saber sobre mais sobre as Pinguelas, e ouvir depoimentos dos munícipes que usam a passagem, confira nossa matéria no Instagram!