"Cem Minas na Rua" deixa Lapa de Baixo mais colorida

Maior evento de grafite feminino do País tem sucesso na segunda edição

A Rua Antonio Brito Marques, na Lapa de Baixo, desde agosto de 2018 também é chamada pelo seu nome simbólico: “Rua das Cem Minas”. Afinal, a via ao lado do Sacolão da Lapa se tornou palco do maior evento de grafite feminino do País.

Imagem mostra grafiteira fazendo uma pintura no muro da rua

Com realização da Subprefeitura Lapa e Virada Sustentável, a segunda edição do “Cem Minas na Rua” registrou 403 artistas de rua inscritas. Mais de 200 delas efetivamente deixaram suas marcas na região Oeste de São Paulo. O evento reuniu artistas de diferentes localidades, entre elas, São Paulo (capital e interior), Belo Horizonte, Itajubá, Gonçalves e Uberlândia- MG, Recife- PE, Rio de Janeiro- RJ, Londrina- PR, Natal- RN e até uma visitante venezuelana.

Imagem mostra painel sendo pintado

O salto no número de participantes mostra o sucesso do projeto, na primeira edição em 2018, o evento contou com 126 grafiteiras, e neste ano viu este número de interessadas triplicado. “É uma satisfação muito grande para nós ver que o trabalho de incentivo à cultura independente que fazemos tem dado frutos. O aumento e a diversidade de lugares de meninas que procuram participar do evento é uma evidência do sucesso que se tornou o Cem Minas. Para o próximo ano, esperamos que o número seja ainda maior", comenta o subprefeito da Lapa, Leonardo Casal Santos.

Imagem mostra foto do subprefeito Leonardo conversando com visitantes no evento

Nesta edição, assim como na anterior, as cem primeiras inscritas receberam um kit de pintura com sprays e tinta látex. As demais puderam pintar com material próprio.

Além da grafitagem, o evento contou com uma variada programação artística, com música, baile, feira gastronômica, feira de artesanato, atividades físicas e rodas de conversa, tudo feito exclusivamente por mulheres. A ação também teve parceria das Tintas Coral, Cervejaria Tarantino e apoio da Poiato Recicla, Smart Fit. A iniciativa de empreendedoras mulheres da região, “Feira das Cem Minas”, também esteve presente. Com 20 expositoras e criada após a realização da primeira edição do “Cem Minas na Rua”, a já conhecida feira proporcionou aos visitantes alimentação e a comercialização outros produtos.

Imagem mostra foto de roda de conversa durante o evento

O “Cem Minas na Rua” também foi uma grande oportunidade para quem não é de São Paulo realizar uma obra fora de seu próprio Estado, como é o caso da carioca, Negra Graffiti, que grafitou pela primeira vez fora da sua terra natal.
“Participar do Cem minas na Rua foi um desafio enriquecedor. Evoluir na arte tem sido uma grande batalha. Quando me vi no muro do viaduto da Lapa de Baixo, cercada de outras mulheres tão fortes e determinadas quanto eu, me fortaleci incrivelmente! Sai do Rio de Janeiro, estava ansiosa para encontrar algumas que eu já conhecia pelas redes sociais e empolgada para conhecer tantas outras. E foi perfeito! Minha vida é uma batalha, me sentir realizada no que faço é muito fortalecedor. Que venha ‘Cem Minas na Rua 2020’”, relata a artista sobre sua experiência no evento.

Imagem mostra foto de painel

“As pinturas ficaram lindas, parabéns aos artistas pelo belo trabalho, que por sinal está em frente ao meu condomínio. Quando saí pela manhã, fiquei encantada com a beleza das pinturas. A minha inspiração foi para o além! A Lapa está sorrindo com a beleza de seus muros! Arte é cultura e comunicação”, comenta moradora da região em postagem no Facebook.

Imagem mostra foto de painel

A realização do evento é um marco para a cena do grafite feminino. Mariana Jorge, uma das idealizadoras do evento, confirma que houve um crescimento tanto no número de inscritas e participantes, como na diversidade de perfis e localidades das artistas, além do aumento de público. Para ela, em dois anos, o “Cem Minas na Rua” se consolida como o mais importante evento de arte urbana feminino do Brasil.

Imagem mostra foto do palco do evento durante show de noite

“A Rua Antonio Brito Marques se estrutura como um ponto de visitação e de atividades da comunidade, como a Feira das 100 Minas. Demos visibilidade nacional à Lapa de Baixo e ao grafite feminino”, explica Majo. Ela conta que sua expectativa para as próximas edições é que o número de artistas participantes chegue a 1000.