Prefeitura de São Paulo aponta crescimento de 14% na coleta seletiva durante período de isolamento social

Com maior adesão dos paulistanos, Centrais Mecanizadas de reciclagem continuam funcionando

O mês de março foi marcado pelo início da quarentena de milhares de paulistanos, fato que interferiu também na maneira de cuidar e descartar os resíduos. Durante o último mês, a Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb) registrou dados preliminares que apontam crescimento de 14% na coleta seletiva. Enquanto os munícipes aderem mais o hábito de reciclar, a Prefeitura também garantiu o funcionamento da coleta seletiva porta a porta e operação das duas Centrais Mecanizadas de Triagem do município.

Durante o mês de março, foram coletadas 7.741 toneladas de resíduos recicláveis - cerca de 13% a mais que o mesmo período do ano anterior, que registrou 6.860. Após a publicação do Decreto nº 64.881 de 22 de março, no qual estabelece a medida de quarentena no Estado de São Paulo, foi possível constatar um crescimento de 14% em relação ao ano anterior.

“Esse crescimento é muito positivo para a cidade de São Paulo e atribuímos a ele, não somente o período de isolamento social, mas também as ações de educação ambiental que trabalhamos constantemente, como o movimento Recicla Sampa”, comenta Edson Tomaz de Lima Filho, Presidente da Amlurb.

Dados mais recentes, referentes aos dois primeiros dias de abril, apontam acréscimo de 30% de resíduos em relação ao ano anterior. "Esperamos que ao final desta crise saíamos mais conscientes e com novos e melhores hábitos, dentre eles o da reciclagem", completa o Presidente.

No mesmo período também foram analisados os resíduos de saúde e coleta domiciliar comum, que se mantiveram relativamente estáveis com uma variação de até -3%. Estima-se que, com o fechamento de estabelecimentos comerciais de pequenos geradores, há um equilíbrio entre uma possível maior geração de resíduos nas residências e menor geração nos comércios.

Para realizar o descarte correto, a Prefeitura recomenda reforçar os sacos de lixo. Os resíduos deverão ser ensacados 2 (duas) vezes em sacos resistentes, descartáveis e com enchimento de até dois terços da sua capacidade. Essa medida busca evitar o contato dos coletores com possíveis resíduos contaminados.

Benefício aos catadores de recicláveis

A Prefeitura, por meio da Amlurb, vai investir R$ 5,7 milhões para auxiliar os catadores de materiais recicláveis na capital paulista. A medida pretende beneficiar 900 famílias associadas às 25 cooperativas habilitadas no Programa Socioambiental de coleta seletiva. Ao todo, cada família receberá da Prefeitura R$ 1,2 mil reais mensais, por até três meses. Além dos cooperados habilitados nas cooperativas, outros 1.400 catadores autônomos receberão o recurso de R$ 1,2 mil mensais, também por até três meses. No caso dos catadores autônomos, a composição do auxílio será dividida da seguinte maneira: R$ 600 pagos pela Prefeitura e R$ 600 oriundos do governo federal.

As cooperativas que atuam na coleta seletiva em São Paulo tiveram suas atividades temporariamente suspensas em razão da pandemia de coronavírus. Trata-se de uma medida necessária para preservar a saúde dos catadores.