Subprefeitura Ipiranga promove roda de conversa sobre racismo

Evento desta quinta-feira (28) foi realizado na Casa de Cultura do Ipiranga

Na tarde desta quinta-feira (28), em parceria com a Casa de Cultura Chico Science, a Subprefeitura Ipiranga promoveu uma roda de conversas sobre racismo. A roda, em referência ao mês da Consciência Negra, contou com discursos representativos, fatos históricos e apresentação de rap.

O Brasil foi o último país de todas as Américas a abolir a escravidão, no ano de 1888, após a assinatura da Lei Áurea. Mas por que se comemora o dia 20 de novembro como dia da Consciência Negra?

Foi explicado que a importância dessa data não está somente na abolição da escravatura, mas também no fato de que o racismo ainda existe. No Brasil, 54% da população é constituída por negros, como apontam os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas levando em consideração que há mais negros no país do que brancos, porque somente 29,9% dos cargos de gerência são ocupados por eles?

Buscando uma forma de exemplificar o racismo estrutural para as crianças do Centro para Crianças e Adolescentes (CCA), que estavam presentes no encontro, a Subprefeitura Ipiranga fez uma releitura do texto de Luís Fernando Veríssimo, 'O racismo'. Nesse, o autor aponta, de maneira sarcástica, um diálogo entre um rapaz branco e um rapaz negro, onde o primeiro defende firmemente que no Brasil não existe tal preconceito.

Ainda durante o evento foram apresentadas algumas expressões de “origem racista” que poucos conhecem. Por exemplo, mulata, denegrir, dia de branco e magias negras, têm por sua ascendência a época da escravidão no Brasil. Durante esse período, era comum usar palavras para distinguir o negro do branco, mas o que deveria ter acabado há muitos anos, se perpetuou no vocabulário do brasileiro. Na Casa de Cultura foi demonstrado que com auto-policiamento, é possível eliminá-las do nosso dia a dia.