Saudade...minha história

João Buarque de Gusmão

 A história do Conde José Vicente de Azevedo se confunde com a do Ipiranga, ainda que ele tenha nascido há cerca de 200 km daqui. Nos idos de 1889 foi que a aquisição de diversos terrenos deu início a esta união, rememorada por João Buarque de Gusmão, presente há 30 anos no Conselho e atual presidente da Fundação Nossa Senhora Auxiliadora do Ipiranga (FUNSAI), entidade assistencial, cultural e educacional, legado do Conde.

“Existimos desde 1896 e passamos por todas as épocas da República, enfrentamos todas as crises, aprendemos a viver com a laicidade do Estado. A fundação nos remete ao desenvolvimento do bairro e reflete as intenções do Conde”.

A partir das terras de Vicente de Azevedo, sua família criou raízes no Ipiranga. Por exemplo, sua filha fundou o Hospital Dom Antônio Alvarenga; e seu genro, o maestro Furio Franceschini, teve a primeira casa da Av. Nazaré.

“O conde tinha uma grande rigidez moral. Sua visão social, que permanece viva em suas obras, e urbanística foram marcas registradas. Esta segunda é perceptível até na largura das ruas da região, que ele ajudou a lotear”.

Atualmente, além do Museu Vicente de Azevedo e suas obras sociais, um roteiro pelos prédios históricos que um dia fizeram parte do patrimônio do Conde é realizado pelas ruas do bairro. Desde 2007, os prédios, em sua maioria doados pelo Conde para fins sociais, foram reconhecidos pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp). Ainda hoje, nestes locais existem instituições constituídas que beneficiam milhares de pessoas no Ipiranga, como o Instituto Cristóvão Colombo, e a própria FUNSAI, da qual faz parte o Museu Vicente de Azevedo.