Se o espaço público é de todos, a responsabilidade também é.

A administração pública também depende de colaboração

 A rua, o bairro, a cidade ...o planeta são extensões da nossa casa. A diferença é que esses espaços são compartilhados. Como numa casa, se cada um faz a sua parte, é mais fácil conservar tudo arrumado. Essa, porém, não é a visão de todos e basta dar uma circulada pela região para encontrar calçadas sujas, cheias de mato e muito lixo acumulado.

A baiana Marieta Anita de Oliveira não faz parte desse grupo.  Aprendeu cedo que o que é bom para o bairro é para ela também.   Moradora de Guaianases há mais de 30 anos, ela preside a Associação dos Moradores de Vila Roseira 1 de Assistência Social dos Jovens Estudantes e outros. A adoção da Praça Maria Vitalina de Moraes, no Jardim Soares, é só mais uma forma que ela encontrou de beneficiar a comunidade local e, para isso, tem total apoio da Subprefeitura Guaianases.  

Marieta é cabeleireira, professora, mãe de família e ... cuidadora da praça. Para dar conta de tudo, ela tem até um planejamento: às terças e quintas faz uma vistoria para verificar a limpeza e o estado dos equipamentos, além de recolher o lixo. Uma vez por semana faz a “faxina grossa”.  A pintura dos equipamentos, quando necessária, também entra na programação. A praça conta com mesa, bancos, academia para terceira idade, brinquedo e ainda sobra espaço para as crianças desenharem a trilha da “Amarelinha”.  Bem cuidado, o local também é acessível às pessoas com deficiência.

Entre os 17 Objetivos do Milênio, dirigido aos governos e pessoas, estão justamente os cuidados com a saúde, educação e meio ambiente. O trabalho de Marieta Anita, nesse sentido, está alinhado com a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas.  É um “trabalho de formiga” que, se fosse replicado, poderia mudar a vida das cidades e das pessoas.

 Os equipamentos de ginástica são um convite à uma vida ativa e mais saudável.  Os brinquedos permitem a diversão e interação das crianças. Quanto à educação, a própria Marieta Anita já promoveu um curso de pintura em tecido, com o aproveitamento de folhas da própria praça. Foi uma forma de despertar a criatividade e habilidades que possam até se transformar em fonte de renda (outro objetivo do milênio).

Praças e calçadas limpas e bem cuidadas valorizam imóveis e o próprio comércio local.   Se a aparência das pessoas conta, com os bairros não é diferente. 

Em algumas cidades da Europa, mais que espaços de convivência a população tem criado pequenas hortas em terrenos baldios, rotatórias de trânsito e faixas de grama. Em alguns locais usam até caixotes.  Plantam de tudo.  Alface, repolho, temperos e até frutas como morango e uvas, entre outras.  Imagine topar no caminho com árvores carregadas de frutas, que ainda fornecem sombra e atraem pássaros.  Segundo moradores de uma cidadezinha alemã, a criação de hortas contribuiu até para a redução do vandalismo na região.  Sim, eles também têm esse tipo de problema por lá.  Diante de tantos benefícios, por que não adotar as praças e ruas de sua comunidade também??? Convide  os vizinhos, participe  de ações dessa natureza  e descubra que sua casa pode ser muito maior.