Maior jornal do Oriente Médio destaca as políticas públicas da capital

Na cobertura da Conferência do Clima, Al Ahram mostra São Paulo como a cidade brasileira verde

 .O segundo jornal mais antigo do mundo em circulação, o Al Ahram, trouxe em sua edição as experiências de sucesso da Prefeitura de São Paulo para a sustentabilidade. Publicado em árabe e com edições em francês e inglês, o jornal destacou como a Prefeitura de São Paulo tem investido em políticas públicas para superar os desafios impostos pela crise climática global. Clique na imagem para vizualizar a notícia do Al Ahram:



No ano passado, São Paulo foi reconhecida pela Federação Iberoamericana de Cidades como capital verde. A cidade faz parte da iniciativa global para as cidades, o C40, para enfrentar as mudanças climáticas, em parceria com o governo britânico.

As experiências da Prefeitura foram apresentadas no maior encontro de líderes mundiais para a discussão do clima, a Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 27), no Egito, termina na próxima sexta-feira, 18/11.

Entre as ações protagonizadas pela Prefeitura, estão as que envolvem a zeladoria da cidade. A Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB), tem o maior sistema de zeladoria do mundo, com mais de 5 mil áreas verdes sob seus cuidados, mais de 1 milhão e 245 mil ordens de serviço atendidas, além do maior programa de recapeamento em curso no país. Esse programa tem o processo mais amigável do planeta e determina que as empresas reciclem, pelo menos, metade do asfalto que retiram das vias para recuperação da malha viária da cidade.

Trata-se do RAP (Reclaimed Asphalt Pavement), um material que resulta da fresagem de pavimentos asfálticos. É a primeira vez que um edital no Brasil exige a reutilização do material retirado do asfalto sem o uso de mais matéria-prima da natureza.

O Rap espumado reduz o impacto ambiental negativo per capita das cidades, inclusive prestando especial atenção à qualidade do ar, gestão de resíduos municipais, entre outros. Significa modernizar a infraestrutura, com mais eficiência no uso de recursos e maior adoção de tecnologias e processos industriais limpos e ambientalmente corretos.

Além do Rap, os resíduos sólidos gerados pelas guias e sarjetas retiradas (material de construção civil), também são reciclados e se transformam em RCC espumado, o que substitui a utilização de brita graduada tratada com concreto.

A tecnologia é outra importante ferramenta de zeladoria. Na área preditiva, o sistema Urano mitiga os danos das fortes chuvas em regiões mais vulneráveis e é uma aliado na sustentabilidade. O Urano usa a manutenção preditiva para tomada de decisões com o intuito de prevenir situações como alagamentos, transbordamentos, queda de árvores ou até mesmo deslizamentos. O sistema funciona como módulo de gestão dos dados climáticos, através do uso de Inteligência artificial para depuração das informações capturadas em diversas bases climáticas como CGE, IBM Weather, Clima Tempo, confrontando com os dados de serviços realizados no Sistema de Gerenciamento de Zeladoria (SGZ).

O Urano melhora a capacidade humana e institucional sobre mitigação, adaptação, redução de impacto e alerta precoce da mudança do clima.

Outros dois programas mudaram a governança na cidade, no âmbito da zeladoria. O Gaia e o Geoinfra foram desenvolvidos pela Secretaria Municipal das Subprefeituras e são ferramentas com atualização em tempo real.

O Gaia identifica, por meio de sensores instalados em carros, as intervenções em cada rua, como lombada, buraco, trepidação. Foi fundamental para que o programa de recapeamento fosse assertivo na escolha das vias a serem recapeadas.

O Geoinfra é um complexo sistema que monitora as ações das empresas que não são municipais e que acessam o subsolo da cidade para fazer reparos.

Nos esforços em direção de uma economia verde e pela integridade do clima global, São Paulo investiu em todas as frentes. Veja alguns programas:

Jardins de Chuva:

São Soluções Baseadas na Natureza (SBN),eficazes na contenção de alagamentos e que somam outros grandes benefícios: retêm poluentes, produtos químicos e partículas de sujeira, controlam os sedimentos do escoamento da água da chuva e evitam a reprodução de mosquitos por drenarem a água em até 48 horas.

Aumentam a urbanização inclusiva e sustentável e ajudam a reduzir significativamente o número de pessoas afetadas por catástrofes e substancialmente diminui as perdas econômicas diretas causadas por elas.

Essas soluções do Programa Jardins de Chuva aumentam a permeabilidade do solo, a umidade do ar com a transpiração das plantas e contribuem para a diminuição do calor, além de combater a desertificação ao “plantar chuva”. Até 2017, eram 23 e hoje são 273 intervenções na capital paulista.

São sete tipos de jardins de chuva:
jardim de chuva tradicionalvagas verdes que são feitas no leito da via, onde antes carros estacionavam; os bosques de conservação que são pequenas florestas heterogêneas, criadas em espaços urbanos, com espécies arbórea atrativas para a fauna da cidade; calçadas com poços de infiltração instalados em pequenos locais onde não há espaço suficiente para implantar jardins de chuva; escadarias verdes que reduzem a velocidade das águas pluviais até chegar ao chão; a biovaleta e Land Art: Arte realizada em terreno natural. A própria área verde é trabalhada de modo a integrar à obra.

Adote uma Praça

É um programa que proporciona o acesso universal a espaços públicos seguros, inclusivos, acessíveis e verdes, particularmente para as mulheres e crianças, pessoas idosas e pessoas com deficiência, conforme preconizado na Agenda 30.

O “Adote uma Praça” é um exemplo de pacto social com a comunidade, que participa de forma ativa. A Secretaria modernizou a plataforma para estimular pessoas e empresas, que escolhem o lugar onde querem adotar num mapa on-line. O processo de adoção ganhou agilidade e o que antes levava 120 dias, hoje se resolve em 10 dias. É o cidadão participando da conservação de áreas verdes.

O acesso às praças continua sendo universal e o cuidado zeloso de quem adota gera pertencimento entre o cidadão e a cidade onde mora. Atualmente, 965 espaços estão nesta condição e toda intervenção tem que ter a anuência da prefeitura.

Pequenas intervenções

São pequenas obras de intervenções para melhorar a circulação dos moradores da região, muitas vezes obrigados a aumentar o caminho por falta de uma passarela. As pinguelas estão sendo revitalizadas e ajudam a integrar cidadãos, melhorar a segurança e a qualidade do passeio do pedestre.

Outra ação inclusiva e sustentável é o escadão. Além dos verdes, como os feitos pelo Programa jardins de chuva, nos locais em que não há problema de alagamentos essas áreas têm seus degraus acertados, ganham corrimão para apoio e acabam, em muitos casos, virando parte da expressão artística da cidade.