Prefeitura prorroga quarentena na capital até 22 de abril

Cidade seguirá decreto estadual, com o objetivo de evitar mortes e o colapso do sistema de saúde

Durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (6) no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado, o prefeito Bruno Covas anunciou que o município de São Paulo seguirá em quarentena até o dia 22 de abril. A prorrogação em todo o estado de São Paulo foi anunciada pelo governador João Doria, após reunião com 15 médicos do Centro de Contingência do coronavírus, que apontaram que o contágio já chegou a cem cidades paulistas e mais de 400 hospitais públicos e privados.

“Da mesma forma que falam os cientistas, professores, médicos e especialistas, os técnicos da Vigilância Sanitária do Município de São Paulo, da Secretaria Municipal de Saúde, têm o mesmo entendimento. Um relatório produzido por eles neste final de semana mostra que, sem as medidas restritivas, a curva [de casos confirmados] teria sido muito mais íngreme do que já foi até agora e que nós, infelizmente, ainda não atingimos o pico da doença aqui na cidade de São Paulo, afirmou o prefeito Bruno Covas.

As projeções apontam que prolongar o distanciamento social pode evitar mais de 160 mil mortes em todo o Estado. Por isso, a recomendação continua sendo para que as pessoas fiquem em suas casas. Os serviços considerados essenciais continuam em funcionamento, como nos primeiros 15 dias da quarentena.

“A prorrogação da quarentena será feita por mais 15 dias, até o dia 22 de abril, em todo o estado e pelas razões que foram largamente expostas por cientistas, médicos e especialistas. Prefeitas e prefeitos terão o dever e a obrigação de seguir a orientação do Governo do Estado. Isto é constitucional, não é uma deliberação que pode ou não ser seguida”, afirmou o governador João Doria.

“Nenhuma aglomeração de nenhuma espécie em nenhuma cidade (do estado) de São Paulo será admitida. As Guardas Municipais ou Metropolitanas deverão agir e, se necessário, recorrer à Polícia Militar para que imediatamente possa haver a dissipação de qualquer movimento ou aglomeração de pessoas. Esta é uma deliberação que deverá ser rigorosamente seguida pela população do estado de São Paulo na defesa de suas vidas e de seus familiares”, acrescentou Doria.

A decisão também segue orientação da OMS (Organização Mundial da Saúde), da Opas (Organização Pan-americana de Saúde), do Ministério da Saúde e do Centro de Contingência do coronavírus de São Paulo, formado por epidemiologistas, cientistas, pesquisadores, infectologistas e virologistas sob a coordenação do médico David Uip.

“Eu posso dizer a vocês que não é fácil ficar isolado. É de extremo sofrimento, mas é absolutamente fundamental. Eu tive que me reinventar e tirar um David novo, seguramente mais humilde e sabendo os limites da vida”, disse David Uip, que se recuperou do Covid-19.