Setembro Amarelo

Mês de prevenção do suicídio

O Setembro Amarelo é uma campanha do Ministério da Saúde organizada pela SMS, que tem como proposta conscientizar sobre a importância da prevenção do suicídio. São ações realizadas a partir da mobilização de profissionais da saúde e da população. O Objetivo da campanha é firmar o compromisso com a vida, alertando para as possibilidades da prevenção desse agravo.

 Mortalidade

 No período de 2011 a 2015, foram registrados 55.649 óbitos por suicídio no Brasil, com uma taxa geral de 5,5/100 mil habitantes, variando de 5,3 em 2011 a 5,7 em 2015. A média nacional era 5,5 óbitos por 100 mil habitantes (Fonte: SIM).

Alguns dos alertas mostram que o risco de suicídio no sexo masculino, nesse período foi de 8,7 óbitos por 100 mil habitantes e entre idosos com mais de 70 anos, 17,1 óbitos por 100 mil habitantes.

No município de São Paulo, em 2017, foram 547 óbitos por suicídio, representando um aumento de 18% em relação ao ano anterior (Fonte: SIM - PROAIM). O número de óbitos por suicídio em 2017 entre homens (427) foi bem maior do que entre mulheres (120). A taxa geral de suicídios por 100.000 habitantes foi de 4,7, sendo de 7,7 entre homens e 1,9 em mulheres.

 

Prevenção 

O suicídio pode ser prevenido. O fenômeno do suicídio é complexo, influenciado por vários fatores. O estigma em relação ao tema, muitas vezes impede a procura de ajuda. Da mesma forma, sabe-se que falar de forma responsável sobre o fenômeno do suicídio opera muito mais como um fator de prevenção do que como fator de risco, como muitos ainda pensam. Assim, falar do tema sem alarmismo, perguntar à pessoa que está em sofrimento mental ou depressão se ela já pensou em morrer ou em fazer algo para isso, é importante para estabelecer o cuidado rápido e necessário.

É muito importante levar a sério qualquer lesão autoprovocada ou tentativa de suicídio, pois já se sabe que as tentativas são sinais importantes de risco de morte. O profissional de saúde pode evitar o óbito, por meio do acolhimento, escuta do sofrimento e o encaminhamento rápido e protegido à Rede de Atenção à Saúde Mental.

 Vigilância e notificação compulsória

 A lesão autoprovocada/tentativa de suicídio deve ser notificada compulsoriamente em até 24 horas pelo profissional de saúde ou responsável pelo serviço assistencial que prestar o primeiro atendimento à pessoa. O profissional deve preencher a Ficha de Notificação de Violência Interpessoal/Autoprovocada do SINAN – Sistema de Informação Nacional de Agravos de Notificação. A notificação é importante para comunicar o agravo à rede de atenção à saúde para a continuidade do cuidado, para o conhecimento e monitoramento do agravo no setor saúde e para a construção de políticas públicas mais amplas envolvendo outros setores e outros órgãos. Faça aqui a notificação compulsória do caso.

No município de São Paulo, em 2018, do total de mais de 34.000 notificações de violências registradas pelo SINAN, as lesões autoprovocadas representaram cerca de 20%, com 7.350 casos. Ao contrario do que acontece no óbito por suicídio, as lesões autoprovocadas no sexo feminino são quase o dobro (4.852 notificações) quando comparadas ao sexo masculino (2.498 notificações). As taxas de lesões autoprovocadas notificadas são de 4,4/10.000 habitantes no sexo masculino e 7,8/10000 no feminino.

Isto significa que praticamente há uma lesão autoprovocada por hora na cidade de São Paulo.

O principal meio de agressão  utilizado nas lesões autoprovocadas, notificadas na cidade de São Paulo em 2018 foi o envenenamento. Segundo os dados do Programa Municipal de Prevenção e Controle das Intoxicações, em 2018, houve um total de 12.226 casos notificados como intoxicação exógena, dos quais 3422 tiveram como circunstância a tentativa de suicídio, representando 28% do total. Esta porcentagem aumentou quando comparada com 23% de casos no ano de 2017. Destas tentativas de suicídio notificadas como intoxicação em 2018, 71% foram no sexo feminino. Os agentes tóxicos mais utilizados foram os medicamentos, representando 77% dos casos.

  Todo Profissional de Saúde Deve Notificar e Encaminhar o Caso de Forma Responsável à Rede de Saúde:

  • Reconhecer corretamente os sinais, notificar o caso, dar o encaminhamento adequado à pessoa e vinculá-la aos serviços de atenção à saúde são ações estratégicas na prevenção do suicídio.
  • Encaminhar a ficha de notificação à vigilância epidemiológica responsável pelo território onde se encontra a unidade de saúde e encaminhar o usuário para a rede de atenção psicossocial é responsabilidade do profissional e do serviço.
  • A intoxicação exógena é um agravo de notificação compulsória, portanto, os casos de tentativa de suicídio decorrentes de intoxicação devem ser notificados também na ficha específica de Intoxicação Exógena do SINAN .

É imprescindível articular a notificação do caso à vigilância epidemiológica e encaminhar a pessoa para a rede de atenção psicossocial. Visite a página da Área Técnica de Saúde Mental da SMS/PMSP.

Saiba Mais:

- Material de prevenção do suicídio para população e profissionais da saúde- Ministério da Saúde

- Boletim epidemiológico sobre suicídio no Brasil - Ministério da Saúde

- Agenda Estratégica de Prevenção do Suicídio