1. O QUE É MENINGITE ?
Meningite é uma inflamação das meninges, que são membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal.
2. QUAIS SÃO OS TIPOS DE MENINGITES?
As meningites podem ser causadas por lesão física, neoplasias, doença auto-imune, medicamentos, e por infecções por vários microrganismos, como fungos, parasitas e mais frequentemente, vírus e bactérias.
3. O QUE É MENINGITE VIRAL?
É uma doença causada por vários tipos de vírus como, por exemplo, os enterovírus. É a meningite que ocorre mais frequentemente, e em geral evolui bem.
Pode ser transmitida pelo contato com a saliva e a secreção respiratória ou por meio da água e alimentos contaminados.
4. O QUE É MENINGITE BACTERIANA?
É uma doença grave, que pode ser causada por várias bactérias, dentre elas, o meningococo (Neisseria meningitidis), o pneumococo (Streptococcus pneumoniae), o Haemophilus influenzae, e outras.
As meningites causadas pelo meningococo são denominadas “Doença Meningocócica (DM)”.
Quando a bactéria é o meningococo, a presença de manchas vermelhas na pele que não desaparecem quando se faz pressão sobre elas, define o quadro de meningococcemia, que é a infecção generalizada.
5. A MENINGITE MENINGOCÓCICA E AS OUTRAS BACTERIANAS SÃO CONTAGIOSAS?
As bactérias são transmitidas pela tosse ou espirro do paciente, por meio de secreções eliminadas pelo trato respiratório (nariz e boca). Para que essa transmissão ocorra, há necessidade de contato direto, íntimo e frequente com a pessoa doente (troca de secreção).
É importante lembrar que o meningococo não sobrevive no meio ambiente, fora do corpo humano.
Nem todas as pessoas que adquirem o meningococo ficam doentes, pois o organismo se defende com a produção de anticorpos e desenvolve resistência à doença. Algumas pessoas podem se tornar portadoras do meningococo no nariz ou na garganta e não ter a doença, mas podem transmitir a bactéria para outras pessoas com as quais convivem.
6. QUAIS SÃO OS SINAIS E SINTOMAS?
No início do quadro clínico a meningite pode não ser de diagnóstico fácil. Os sintomas de meningite variam conforme a idade do doente.
Sintomas e sinais mais frequentes no bebê
Febre, mãos e pés frios (dificuldade de circulação)
Baixa atividade (criança“largadinha”) ou irritabilidade, choro intenso e inquietação
Rigidez de nuca (dificuldade para flexionar a cabeça)
Recusa alimentar - não aceita nada do que é oferecido
Gemência e sonolência, com dificuldade para despertar
Manchas vermelhas na pele
Convulsões
Fontanela abaulada (moleira abaulada)
Vômito, diarréia
Sintomas na criança maior, no adolescente e no adulto
Febre alta
Dor de cabeça
Vômitos, muitas vezes em jato
Rigidez de nuca (dificuldade para flexionar a cabeça)
Sonolência
Convulsões
Dor nas articulações
Aversão à luz
7. COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?
A suspeita é pela história clínica e pelos sintomas. Deve ser realizado exame físico e exames laboratoriais específicos de sangue e Líquor (Líquido cefalorraquidiano) para identificação do agente etiológico.
8. COMO É FEITO O TRATAMENTO?
É feito de acordo com o agente identificado e o quadro clínico do caso.
Para as meningites causadas por bactérias, devem ser administrados antibióticos. Após 24 horas do início do antibiótico, o paciente não transmite mais a bactéria.
Para as meningites virais inclui repouso, cuidados gerais, uso de antitérmicos, antieméticos e antivirais em casos especiais.
9. EXISTEM VACINAS DISPONÍVEIS PARA AS MENINGITES BACTERIANAS?
Sim, existem vacinas contra o meningococo, contra o pneumococo e contra o Haemophilus influenzae.
As vacinas disponíveis na rede pública de saúde, conforme calendário do Ministério da Saúde, vigente em 2019, são:
• Contra o meningococo a vacina que está disponível nas Unidades de Saúde é a “meningococo C conjugada” – deve ser administrada no 1º ano de vida, com duas doses, sendo a 1ª dose aos 3 meses e a 2ª dose aos 5 meses, mais uma dose de reforço aos 12 meses. Está disponível também para os adolescentes de 11 a 14 anos. Foi introduzida no Calendário Nacional em setembro/2010 para os menores de um ano e para os adolescentes em abril/2017.
Esta vacina também está recomendada pelo Ministério da Saúde para as seguintes outras situações: pessoas esplenectomizadas (sem baço), com anemia falciforme, talassemia, imunodeficiências congênitas e adquiridas, deficiência de complemento e frações, pessoas com HIV/AIDS, com indicação de implante de cóclea, fístula liquórica e derivação ventrículo peritoneal (DPV), trissomias, portadoras de doença de depósito, hepatopatia crônica e doença neurológica crônica incapacitante. Para estas situações a vacina está disponível apenas nos Centros de Imunobiológicos Especiais (CRIE).
• Contra o Pneumoco – a vacina ofertada pelo calendário do MS é a 10 valente (que protege contra 10 sorotipos do Pneumococo). O esquema de vacinação no 1º ano de vida consiste na aplicação de 2 doses, com intervalo de 2 meses entre as doses, sendo a 1ª aos 2 meses, e a 2° aos 4 meses de idade. Um único reforço é recomendado aos 12 meses de idade. Foi introduzida no Calendário Nacional em setembro/2010.
De acordo com a recomendação do Ministério da Saúde, esta vacina pode ser encontrada nos CRIE, para as seguintes outras situações: pessoas com HIV/AIDS; pessoas esplenectomizadas e com doenças relacionadas; pneumopatias crônicas, exceto asma intermitente ou persistente leve; asma persistente moderada ou grave; cardiopatias crônicas; nefropatias crônicas/hemodiálise/síndrome nefrótica; transplantados de órgãos sólidos ou de células-tronco hematopoiéticas (medula óssea); imunodeficiência devido ao câncer ou à imunodepressão terapêutica; diabetes mellitus; fístula liquórica; fibrose cística (mucoviscidose); doenças neurológicas crônicas incapacitantes; implante de cóclea; trissomias; imunodeficiências congênitas; hepatopatias crônicas; doenças de depósito.
• Contra o hemófilos tipo b – a vacina do hemófilos foi introduzida no calendário de vacinação em 1999, sendo administrada na rotina com a vacina da difteria, tétano, coqueluche e hepatite B (vacina pentavalente) nos menores de um ano de idade, sendo a 1ª dose aos 2 meses, a 2ª dose aos 4 meses e a 3ª aos seis meses de idade.
Esta vacina também pode ser aplicada nos CRIE, de acordo com a recomendação do Ministério da Saúde, para as seguintes outras situações: transplantados de células-tronco hematopoiéticas (medula óssea); nos menores de 19 anos, não previamente vacinados, com: HIV/AIDS, imunodeficiência congênita; imunodepressão terapêutica ou devido ao câncer, pessoas esplenectomizadas e com doenças relacionadas, diabetes mellitus, nefropatia crônica / hemodiálise / síndrome nefrótica, trissomias, cardiopatia crônica, pneumopatia crônica; asma persistente moderada ou grave, fibrose cística, fístula liquórica, doenças de depósito, transplantados de órgãos sólidos, transplantados de células-tronco hematopoiéticas (medula óssea), doença neurológica incapacitante e implante de cóclea.
10. QUAIS AS AÇÕES DAS EQUIPES DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA QUANDO SÃO IDENTIFICADOS CASOS DA DOENÇA? COMO É FEITO O BLOQUEIO?
As ações de Vigilância Epidemiológica incluem: notificação dos casos suspeitos, investigação dos casos, orientações educativas e ações específicas, de acordo com o tipo de meningite.
Conforme as normas vigentes no Manual de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde (MS), apenas nos casos de Doença Meningocócica (DM) e em situações particulares de meningite por Haemophilus, é que se indica a realização de quimioprofilaxia (tomada de medicamento específico) para os comunicantes íntimos, principalmente pessoas que residem com o doente ou que trocam secreções com o mesmo (exemplo: beijo na boca).
Portanto, imediatamente após a notificação (comunicação para a vigilância epidemiológica) pelo serviço de saúde que atendeu o caso suspeito de Doença Meningocócica (DM), os familiares do doente receberão a visita da equipe de saúde, que avaliará as situações de risco e realizará a quimioprofilaxia (com antibiótico específico) para os comunicantes íntimos, com 2 objetivos principais: eliminar a bactéria da orofaringe dos portadores e tentar evitar novos casos. Esta avaliação será também realizada em outros locais frequentados pelo doente, como escola e local de trabalho, para definir se há ou não, a necessidade de uso do medicamento profilático.
Atenção: o meningococo não sobrevive no ar ou nos objetos, portanto,
não se deve fechar escolas ou creches quando ocorrer um caso de meningite entre os alunos. É importante manter os ambientes ventilados.