Secretaria Municipal da Saúde

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Quinta-feira, 7 de Maio de 2009 | Horário: 15:31

Projeto "Amigos do Samu" aumenta em 32% número de atendimentos e reduz em 117% o índice de trotes

Chamadas atendidas saltaram de 23 mil para 33 mil e número de trotes despencou de 81 mil para 12 mil

Há um ano o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) criou um programa educativo voltado a crianças da Rede Municipal de Ensino, intitulado "Amigos do Samu", cujo objetivo é reduzir os trotes aos serviços de emergências na cidade de São Paulo.

Desenvolvido por enfermeiros do Núcleo de Educação do Samu, o programa também ensina os pequenos cidadãos a usar corretamente cada um dos serviços emergenciais, como os Bombeiros (193), a Polícia (190) e o Samu (192).

Os dados consolidados do atendimento do Samu demonstram o sucesso do programa: em abril de 2005, quando o programa ainda não existia, foram contabilizados 23.929 atendimentos e um saldo de 81.573 trotes. No mesmo mês deste ano, já com um ano de funcionamento do projeto, o serviço registrou 33.263 atendimentos e apenas 12.932 ligações enganosas, o que significa um aumento de mais de 30% nos atendimentos às denúncias feitas e redução de 117% dos trotes.

Ao longo deste primeiro ano de funcionamento, o projeto visitou 79 escolas em todas as regiões de São Paulo e atendeu 32.644 alunos. Enquanto se divertem, as crianças aprendem como agir em casos de emergência, quais números devem ser acionados em cada situação e desenvolvem senso de responsabilidade.

O coordenador da Central de Operações e de Comunicação do Samu, Domingos Guilherme Nápoli, explica o programa: "O trabalho é feito por meio de encenações. O teatro ajuda a prender a atenção dos pequenos, que gravam tanto a história do atendimento a uma emergência quanto a de um trote e suas conseqüências indesejáveis. E eles acabam atuando como multiplicadores da conscientização em suas casas, pois o número de trotes feitos por adultos também diminui".

Os trotes não são passados aos serviços de emergência apenas por crianças. Mas as vozes infantis são responsáveis pela maioria desses telefonemas com comunicados de falsas emergências, que congestionam as linhas de atendimento.Nápoli ainda explica que nos meses de férias escolares, como dezembro e janeiro, os trotes aumentam significativamente. "Estatisticamente fica claro que basta que as crianças fiquem desocupadas para que os trotes aumentem. Daí a importância do programa seguir um cronograma permanente, já que informação e constância são a chave da prevenção aos trotes".

O treinamento dos profissionais do atendimento telefônico do Samu inclui estratégias para a detecção de chamadas enganosas, como um questionário especialmente desenvolvido para o tratamento com crianças.

As escolas interessadas em receber as palestras educativas podem fazer o pedido ao próprio Samu pelo telefone 3059-1400 ou pelo e-mail (samueducacao@prefeitura.sp.gov.br). Além da abordagem sobre os serviços, a população também aprende alguns procedimentos básicos de primeiros socorros.

No fim das reuniões, os participantes são convidados a conhecer a ambulância, seus equipamentos e recursos.

Conseqüências

Poucas vezes os serviços emergenciais conseguem identificar os autores de trotes e puni-los. Mas esse tipo de ação não é uma brincadeira e o adulto que passa um trote ao serviço de emergência está sujeito a punições sérias, além do prejuízo às vítimas que demoram a ser atendidas em função do congestionamento indevido das linhas telefônicas.

O autor dos trotes, quando identificado, responde por contravenção penal de perturbação da tranqüilidade alheia, tendo como vítima o agente atendente, pelo artigo 65 da Lei das Contravenções Penais, que prevê pena de prisão simples (de 15 dias a 2 meses) ou multa.

A pessoa pode responder ainda pelo crime do artigo 340 do Código Penal: falsa comunicação de crime ou de contravenção, cuja pena é detenção de um a seis meses ou multa.

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