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Sexta-feira, 23 de Fevereiro de 2024 | Horário: 12:36

'Cão terapêutico' ajuda no tratamento de dependentes químicos

Paçoca faz parte do tratamento oferecido pelo Serviço de Cuidados Prolongados (SCP) Álcool e Drogas (AD) Boracea

Dentre as diversas abordagens terapêuticas do Serviço de Cuidados Prolongados (SCP) Álcool e Drogas (AD) Boracea, localizado no centro da capital, está uma novidade: Paçoca, um cão golden retriever de 3 anos de idade, que já é parte importante do tratamento oferecido no equipamento.

Ele foi levado até a unidade por sua tutora, Katia Camargo Gabriel, assistente administrativa de planejamento da Associação Filantrópica Nova Esperança (Afne), organização social que gerencia o equipamento. Ela conta que costumava visitar o SCP para vistoriar o serviço e acabou se encantando pelo trabalho realizado no local.

Ela, que tem um filho com transtorno do espectro do autismo (TEA) e observou os benefícios do convívio da criança com Paçoca, achou que poderia ser uma boa ideia levar o cachorro para interagir com os pacientes. E foi assim que, após receber a devida autorização, em novembro de 2023, Paçoca começou a frequentar o local duas vezes por semana.

Katia conta que sempre há uma comoção quando Paçoca chega na unidade e percebe que a relação de carinho do cachorro com os pacientes é muito grande: “Eu falo que eu trago um pacotinho de amor.”

A foto mostra Paçoca, um cão da raça golden retriever, de pelos dourados; ele usa uma bandana amarela no pescoço e caminha por um corredor de paredes brancas no qual se vê, ao fundo, uma pessoa de jaleco branco caminhando

Paçoca no SCP Boracea: "pacotinho de amor" espalha carinho e alegria entre os pacientes (Foto: Acervo SMS)

Interação com animais traz muitos benefícios

Robson José de Santos, de 37 anos, que faz tratamento contra o vício em álcool e drogas no SCP, acredita que Paçoca ajuda muito no seu processo de recuperação: “Ele é alegre, faz carinho.” A psiquiatra Aglaé Sousa, uma das coordenadoras do SCP, explica que o contato do cachorro com dependentes químicos colabora na diminuição da ansiedade, da agressividade e até mesmo no controle da pressão arterial. Segundo ela, a interação com o animal também melhora a memória, a empatia, o humor, aumenta a sensação de prazer, pois eleva o neurorreceptor dopamina, e ajuda na criação de laços afetivos.

Além disso, os pacientes desenvolvem responsabilidade, confiança e autonomia por meio do desempenho de tarefas como colocar água para Paçoca. Essas habilidades estão diretamente ligadas ao objetivo do SCP, que é reinserir os pacientes na sociedade do ponto de vista biopsicossocial e econômico.

A coordenadora ressalta que as intervenções assistidas por animais (IAAs) são comuns em alguns hospitais para o tratamento de crianças e idosos, mas, no Brasil, a prática ainda é novidade quando se trata de dependentes químicos.

A paciente Franciele Alves, de 27 anos, que faz tratamento contra o vício em drogas e jogos, vê a presença do cachorro como uma proposta diferenciada: “É como se fosse parte da família e a gente se sente tranquilo com a presença do Paçoca.” Porém, para poder desempenhar esse tipo de intervenção, o cachorro tem que ter um perfil dócil, ter uma boa interação com todos os tipos de pessoas e passar por um adestramento.

 

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