Secretaria Municipal da Saúde

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Sábado, 6 de Dezembro de 2014 | Horário: 15:57

Secretaria Municipal da Saúde realiza Dia D de combate ao Aedes Aegypti

Objetivo é conscientização sobre a importância das ações de eliminação dos criadouros do mosquito

Por Beatriz Prado e Patricia Pasquini

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por meio da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa), realizou na manhã deste sábado (06/12), na cidade de São Paulo, um conjunto de ações para controle da dengue e prevenção à Chikungunya. A data foi instituída, em âmbito nacional, pelo Ministério da Saúde.

“O Dia D é muito importante para o município, pois todas as regiões estão mobilizadas para combater o mosquito transmissor da dengue e chikungunya”, disse o secretário municipal adjunto da saúde, Paulo de Tarso Puccini.

O CEU Jaguaré foi o ponto de encontro das equipes, que irão realizar atividades como cata-bagulho, ações casa a casa, arrastões para eliminação de criadouros, distribuição de panfletos informativos e atividades educativas em locais onde há grande fluxo de pessoas. São eles o Extra Jaguaré, Mercado Municipal e Shopping Lapa e estação da CPTM, entre outros. Nas regiões do Jaguaré e Lapa, por exemplo, estima-se que 93 mil pessoas serão beneficiadas.

A vice-prefeita Nádia Campeão deu início às visitas e destacou a importância do envolvimento de todos. “É essencial conversar de casa em casa com moradores, comerciantes e agentes de zoonoses. A soma de esforços, visitação, explicação, todos os dias, e a participação da população é indispensável, pois o perigo é real. A tarefa é grande e o sucesso só será possível com a colaboração de todos”, afirmou a vice-prefeita.

As demais regiões da cidade também terão atividades educativas e de prevenção ao longo do dia. No total, a ação envolverá 2.700 agentes que trabalharão de forma descentralizada. “A dengue está mais associada ao calor e água limpa do que simplesmente chuva porque qualquer pequena coleção de água, desde uma tampinha de garrafa a um prato de vaso onde é estancada a água, pode ser um criadouro. Então, isso é que traduz a natureza da ocorrência este ano, o forte e intenso calor, que é extremamente favorável à multiplicação do mosquito”, diz a coordenadora da Covisa, Wilma Tieme Miyake Morimoto.

Maria Marta de Souza Oliveira, primeira moradora da Vila Nova Jaguaré a receber a equipe de agentes de zoonoses, falou sobre as medidas adotadas para manter o Aedes aegypti longe de casa. “Sou cuidadora de crianças e estou sempre atenta para evitar criadouros. Já vi o mosquito e conheço os riscos, por isso não deixo água parada em vasos ou estocada”, afirmou.


A dengue possui tendência de repiques a cada dois ou três anos. O município registrou 5.866 casos em 2010. Nos anos seguintes houve redução. Neste ano, o estado de São Paulo registrou aumento da dengue pela própria natureza da evolução do mosquito e do próprio vírus. “A dengue é uma doença sazonal, ocorrendo no primeiro semestre a maior parte dos casos. Os meses de março a abril acabam por registrar, historicamente, 50% dos casos do Município”, completa Wilma.


"Às vezes encontramos resistência da população"

O Agente de Zoonoses Jorge Pereira explicou como é o desafio do combate ao mosquito. “Visitamos as casas e falamos sobre a importância de eliminar o criadouro, e às vezes encontramos resistência da população, pois ao retornar ao local os pratinhos com água estão expostos ao risco, como anteriormente. Para ampliar o trabalho de conscientização, estamos atuando em parceria com escolas, com apresentação de teatro para as crianças, e reforçando o diálogo com os pais e conselhos municipais”, disse.

Com a capacidade de resistir por vários meses sem contato com a água, o ovo do Aedes aegypti não perde oportunidade e tem rápido período de reprodução. “Deixei água parada em um balde por alguns dias e, quando observei, as larvas do mosquito já estavam se desenvolvendo. Então, eliminei o criadouro. Moramos em quatro pessoas na casa e não deixamos água empossada, pois tenho duas cunhadas que já foram picadas pelo mosquito da dengue. A maior preocupação é porque a doença apresenta os mesmos sintomas de uma gripe, mas pode ser muito mais séria”, afirmou o comerciante Luiz Monteiro.

José Olímpio Moura de Albuquerque, do Núcleo de Informação em Vigilância e Saúde do município, alerta para o perigo do mosquito. “É importante procurar, pois nem sempre o foco está nos lugares mais óbvios. O mosquito gosta de água limpa e sombra. O ovo do Aedes se preserva fora da água por vários meses. Se o recipiente contiver o ovo e apenas a água for retirada, não será eficaz, pois um novo contato com água, e em apenas dez minutos, é suficiente para transformá-lo em larva, que dará vida ao mosquito em dez dias”, explicou.

No caso da Chikungunya, a capital paulista ainda não registrou nenhum caso autóctone da doença, mas a proximidade e os danos causados reforçam o estado de alerta. “O chikungunya já chegou ao Brasil. Em 2013 teve um número grande de casos no Caribe e no fim do ano chegou à Bahia. Portanto, todo o país está se preparando para enfrentar essa doença, que tem sintomas parecidos com os da dengue, mas que se caracteriza por provocar dores mais intensas nas articulações, que são continuas meses após a cura”, disse José Olímpio.

Ações permanentes

O Programa Municipal de Vigilância e Controle da Dengue é ininterrupto, ocorre durante todo o ano em todas as regiões da cidade. Os agentes de controle de zoonoses realizam ações de orientação aos munícipes e monitoramento de pontos estratégicos, como ferros-velhos, locais de grande circulação de pessoas e escolas, entre outros.

As ações de controle da dengue no município de São Paulo seguem o Plano Nacional de Controle da Dengue e o Plano Municipal de Vigilância e Controle da Dengue, sendo divididas em ações preventivas e de bloqueio da transmissão.

As atividades de combate a dengue são desenvolvias em 27 Supervisões de Vigilância em Saúde, entre outros setores envolvidos. As ações contam com participação de aproximadamente 2.700 agentes de zoonoses, além dos 7.000 agentes comunitários da Estratégia de Saúde da Família. Funcionam de forma ininterrupta durante todo o ano desenvolvendo as seguintes atividades:

  • visitas de casa a casa, para orientação aos munícipes;
  • visitas quinzenais para vistoria e tratamento, quando necessário, de pontos estratégicos que são imóveis cadastrados como borracharias, desmanches, floriculturas, recicladoras e outros;
  • visitas mensais a imóveis especiais que apresentam um fluxo grande de pessoas, como escolas, unidades de saúde, delegacias, etc;
  • vigilância epidemiológica;
  • bloqueios de criadouros, realizados a partir de uma notificação de caso de dengue, suspeito ou confirmado. É preconizada a eliminação das formas imaturas do vetor, através do controle mecânico e/ou uso do larvicida, visando interromper a transmissão de dengue;
  •  bloqueio de nebulização, com a finalidade de eliminar insetos adultos em atividade ou em seus abrigos. É realizada com a aplicação de inseticidas, como a nebulização pesada (fumacê). Esses procedimentos são realizados geralmente em casos confirmados de dengue.

Como prevenir

  • pratos de vasos de plantas devem ser preenchidos com areia;
  • tampinhas, latinhas e embalagens plásticas devem ser jogadas no lixo e as recicláveis guardadas fora da chuva;
  • latas, baldes, potes e outros frascos devem ser guardados com a boca para baixo;
  • caixas d’água devem ser mantidas fechadas com tampas íntegras sem rachaduras ou cobertas com tela tipo mosquiteiro;
  • piscinas devem ser tratadas com cloro ou cobertas;
  • pneus devem ser furados ou guardados em locais cobertos;
  • lonas, aquários, bacias e brinquedos devem ficar longe da chuva;
  • entulhos ou sobras de obras devem ser cobertos, destinados ao lixo ou “Operação Cata-Bagulho”;
  • cuidados especiais para as plantas que acumulam água, como bromélias e espadas de São Jorge.

Sintomas


A presença de dois sinais, combinada com febre alta, é indicação para procurar o serviço médico, principalmente, quem está chegando de viagem de região contaminada. Os sintomas da dengue clássica como é chamada, acrescida de dor abdominal contínua, suor intenso e queda de pressão caracterizam a dengue hemorrágica:

- Febre alta (acima de 38°C)
- Fraqueza e prostração ou fraqueza
- Dor no corpo e nas juntas
- Dor de cabeça
- Dor no fundo dos olhos (sem resfriado ou coriza)

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