1,32 milhão de pessoas na capital possuem anticorpos para Covid-19

SMS apresentou os resultados da terceira etapa do Inquérito Sorológico com moradores da cidade de São Paulo

 #PraCegoVer: Fotografia de uma enfermeira da saúde, realizando teste em um munícipe. A enfermeira está em pé vestida de branco, com máscara enquanto aplica o teste. O munícipe está sentado usando máscara e camiseta verde.

 

Pelo menos 1,32 milhão de pessoas em São Paulo possuem anticorpos para Covid-19 na capital. Esse foi o balanço da terceira etapa da Fase 2 do Inquérito Sorológico, mapeamento feito pela Prefeitura de São Paulo por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) que identifica o grau de contágio da população pelo coronavírus e aponta a real letalidade da doença na cidade.

Com oito fases, o estudo analítico serve como um norte para a atuação da Saúde Pública no enfrentamento da pandemia. As etapas são realizadas a cada 15 dias, em amostras diferentes, em pessoas a partir de 18 anos. Os dados coletados até o dia 20 de julho mostram ainda que a proporção estimada de pessoas assintomáticas entre os que apresentaram positivo nos testes foi de 39,7%.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, na Fase Zero da pesquisa, o índice de prevalência foi maior em pessoas com idade entre 35 e 49 anos. Já na Fase 1, os maiores índices foram registrados em pessoas da faixa etária entre 50 e 64 anos. “Em relação à faixa etária, na Fase 2 nós tivemos uma prevalência maior em pessoas acima de 65 anos. Isso vai requerer por parte da Secretaria Municipal de Saúde uma estratégia específica em relação aos idosos”, disse Edson Aparecido. “Isso pode apontar que membros da família que saíram de casa para trabalhar possam ter se contaminado e trazido a doença para os idosos que ficaram em casa”, completou o secretário de Saúde.

Classe D é a mais afetada

Outro dado da terceira etapa do inquérito revela que a incidência do coronavírus é quatro vezes maior na classe D do que na classe A. "O vírus está jogando luz sobre a desigualdade que temos na cidade de São Paulo. Quem é mais pobre tem mais chance de pegar o vírus. É mais do que o dobro a incidência do vírus sobre quem tem somente ensino fundamental quando comparado a quem tem ensino superior. A população com menos instrução pega mais o vírus", explicou o prefeito Bruno Covas, em coletiva on-line realizada nesta terça-feira (28).

Em relação à escolaridade, a Fase 2 apontou que 16,4% das pessoas testadas possuem ensino fundamental, 11,8% ensino médio, 7,8% ensino superior e 8,7% nunca estudaram.

Na Fase Zero, a incidência foi maior em pessoas de cor parda e branca. Já na Fase 1, os índices foram maiores em pessoas pardas e pretas. “Agora, novamente, temos dados mais elevados em pessoas com cor parda e preta”, disse o secretário de Saúde.

“Quem é da cor preta ou parda tem 60% mais chance de pagar o vírus na cidade do que quem é de cor branca”, disse o prefeito Bruno Covas.

O mapeamento aponta que os índices de contágio são maiores em pessoas das classes C e D, e que vivem em residências com cinco ou mais moradores.

Inquérito sorológico com crianças

A Prefeitura de São Paulo também fará uma etapa de testes apenas com crianças e adolescentes. Esse mapeamento será realizado na Fase 4, paralelo ao quinto inquérito, e irá auxiliar a Prefeitura no plano de retomada das aulas e no impacto em relação a transmissibilidade do vírus pelas crianças e adolescentes.

Na Fase 2, os profissionais de Saúde visitaram 5.760 domicílios e testaram 2.328 pessoas. Nessa amostra, a taxa de prevalência da infecção por SARS-COV-2 em São Paulo ficou em 11,1% da população analisada. Desse total, 16,1% de pessoas estão concentradas na Coordenadoria Regional de Saúde Sul, 13,3% na Leste, 9,3% na Sudeste, 8,2% na Norte e 3,7% na região Centro-Oeste.


Sobre o inquérito sorológico

A Secretaria Municipal da Saúde está realizando um estudo analítico na capital que terá oito fases, realizadas a cada 15 dias, em amostras diferentes, que serão realizadas em munícipes a partir de 18 anos.

A amostragem é feita por sorteio aleatório na área de abrangência das 472 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e leva em consideração bases do IPTU de 2020, hidrômetros da Sabesp e cadastro da Estratégia Saúde da Família.

O morador da residência sorteada recebe orientações do profissional da saúde sobre o estudo, assina o termo de adesão à pesquisa e, diante do aceite, tem amostra de sangue coletada.

A amostra é encaminhada para análise no LabZoo - Laboratório vinculado a Secretaria Municipal da Saúde/COVISA, que subsidia as ações de vigilância epidemiológica do município. Após o processamento, o resultado do exame será informado ao munícipe participante do estudo pela UBS de referência.