Capital lança plano de combate ao mosquito Aedes aegypti

Iniciativa reúne ações para enfrentar arboviroses como dengue, zika, chikungunya e febre amarela

 

Fotos: Edson Hatakeyama

Uma força-tarefa com mais de 11 mil agentes nas ruas. Essa é uma das ações do Plano Municipal de Enfrentamento às Arboviroses, que a Prefeitura de São Paulo lançou nesta quinta-feira (8). Trata-se de um conjunto de providências técnicas e práticas intersecretariais para o combate e a prevenção de arboviroses (dengue, zika, chikungunya e febre amarela), na cidade de São Paulo.

Um dos pontos mais importantes deste plano é a intersetorialidade, visto que as ações previstas envolvem diversas áreas da administração pública como Gabinete do Prefeito, Gestão, Assistência Social, Esporte e Lazer, Mobilidade e Transporte, Governo, Educação, Subprefeituras, Segurança Urbana e Defesa Civil, Verde e Meio Ambiente, Inovação e Tecnologia, Prodam, além da sociedade civil e algumas instituições.

Vigilância epidemiológica

A capacitação dos profissionais para identificação correta dos casos e a intensificação de ações de vacinação contra a febre amarela estão entre os principais destaques do planejamento. Os trabalhos de controle vetorial abrangem não apenas a área técnica, mas a garantia de insumos, maquinários e veículos em pleno funcionamento, além de equipes capacitadas para a realização de ações de bloqueio e medidas de contingenciamento.

“Com a chegada do verão e o período de chuvas, o risco de transmissão dessas doenças cresce e nós precisamos investir em ações de combate para evitar uma nova epidemia na cidade”, destaca Edson Aparecido, secretário municipal de Saúde.

Já no que diz respeito à assistência à saúde, para garantir atendimento eficiente aos pacientes, estão sendo definidos os fluxos assistenciais, bem como referências de atendimento e ampliação de oferta de salas de hidratação, leitos de observação e UTI, protocolos de atendimento, entre outros.

“Em caso de necessidade, vamos ampliar equipes, horários e o que mais for preciso para garantir um atendimento rápido e de qualidade para a população”, salienta o secretário.

 

Treinamento e ações

Desde 29 de outubro, a pasta está realizando a capacitação de 8,5 mil Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e 240 Agentes de Proteção Ambiental (APAs), que deve ser concluída até o final do mês.

O treinamento envolve três temas principais: Dengue e outras arboviroses; Características do mosquito Aedes aegypti e eliminação de criadouros do mosquito. Para facilitar o acesso, os materiais foram elaborados também em formato adaptado para leitura em celular e poderá ser facilmente acessado por QRcode colocado em cartazes nos locais do treinamento. Além disso, a pasta conta com equipe de seis mil médicos e enfermeiros para manejo clínico dos pacientes.

O material também será disponibilizado a população em geral, por meio eletrônico, por download no hotsite da ação, que será lançado.

Entre os dias 22 de outubro e 6 de novembro a SMS realizou diversas ações em cemitérios públicos para a prevenção das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Ao todo, 337 profissionais, sendo 79 ACS e 258 Agentes de Controle de Endemias (ACE) realizaram ações nos cemitérios públicos da capital.

Também foram realizadas inspeções em vasos de plantas, com a busca e eliminação de criadouros do Aedes aegypti, distribuição de folders educativos, orientações de cuidados de prevenção e aplicação de larvicida biológico BTI (utilizado em nebulização de pontos estratégicos, como desmanches, borracharias, etc. O município de São Paulo foi o primeiro a introduzir nebulização com este produto).

As ações passaram a ser incorporadas na rotina dos agentes de saúde.

Dia D e outras ações

No dia 24 de novembro, a PMSP realizará o Dia D de combate às arboviroses, com 11 mil profissionais nas ruas para orientação, distribuição de material educativo, eliminação de criadouros, limpeza de pontos estratégicos e vacinação de febre amarela. Serão 8.500 ACS, 240 APAs e 2.292 ACEs.

“A eliminação dos criadouros é essencial, pois evita a proliferação do mosquito e dificulta a transmissão da doença. Precisamos que as pessoas tenham consciência e cuidem das suas casas, pois é dentro das casas que estão 80% dos criadouros. Um ovo do Aedes pode permanecer até um ano sem água e basta uma gota para ativar seu desenvolvimento”, alerta o infectologista David Uip.

Ainda no mês de novembro, a SMS inicia uma grande ação de intensificação de imunização de febre amarela, com postos volantes locais de grande circulação como estações de metrô, trens e ônibus. A meta é imunizar 95% da população em 2019.

Desde o início da campanha de vacinação no município de São Paulo (em setembro do ano passado) até outubro de 2018, foram aplicadas 6.838.024 doses da vacina contra a febre amarela, o que representa cobertura de 58,5%.

"O vírus continua em circulação na capital e sua letalidade é alta. Diferente da dengue, é possível prevenir a contaminação por meio da vacina. Então, nossos esforços serão intensificados para atingir a meta percentual", destaca Edson Aparecido.

Sala de Situação

O plano envolve também a implantação de uma Sala de Situação, com os técnicos da SMS, para acompanhamento da evolução epidemiológica das arboviroses, bem como a definição das diretrizes e planejamento de ações, a partir de novembro.

Haverá, ainda, 32 comitês regionais, com a participação das Subprefeituras, Coordenadorias e Supervisões de saúde, Unidades de Vigilância em Saúde (UVIS), entre outros.

Casos das doenças na capital

Neste ano, até outubro, foram confirmados 505 casos de dengue no município; em 2017 foram 866 casos e não houve registro de óbitos nos dois períodos. Já para chikungunya, até o momento foram confirmados 24 casos autóctones e 30 importados. No ano passado foram 28 autóctones e 115 importados.

Neste ano não houve nenhum caso autóctone de zika e um caso importado. Em 2017 foram três autóctones e um importado.

Neste ano a capital registrou 13 casos autóctones (adquiridos no município) de febre amarela, dos quais 6 evoluíram para óbito, e 107 casos importados. Em 2017 não houve nenhum caso autóctone. Ao todo, em 2017, foram 28 casos importados (12 de Minas Gerais, dez de Mairiporã, quatro de Atibaia, um de Caieiras e um de Monte Alegre do Sul).

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