PREFEITURA DE SÃO PAULO

Saúde inicia ação conjunta com Exército e teste rápido para o combate à dengue

Todas as unidades da rede municipal de saúde começaram a fazer o teste rápido para detecção do vírus da dengue

18/01/2016 18h59

Por Beatriz Prado

Fotos Edson Hatakeyama

A partir desta segunda-feira (18/01), todas as unidades da rede de saúde do município farão testes rápidos para a confirmação, em 20 minutos, de casos de dengue. Ao mesmo tempo, 100 soldados do Exército Brasileiro vão reforçar o trabalho, junto com dois mil agentes de zoonoses e oito mil agentes de saúde na prevenção realizada de porta a porta. A intensificação das ações foi anunciada durante a visita do secretário municipal da Saúde Alexandre Padilha ao Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de São Paulo e à UBS Vila Penteado.

Capacitação

Com investimento de R$ 1.066.500,00, a Prefeitura de São Paulo comprou 50 mil kits de teste rápido para a confirmação de casos suspeitos em apenas 20 minutos. O material foi distribuído em todas as unidades de saúde, para a utilização até a 10ª semana epidemiológica (1ª quinzena de março). Mais de 1.100 profissionais de saúde foram capacitados para a utilização do teste nas unidades de saúde de todo o município.

“A Prefeitura tomou a decisão de colocar em todas as unidades neste ano, exatamente porque em 2014 observamos que a rápida confirmação acelera as ações de controle. É importante que a Secretaria saiba que o paciente está com dengue e, assim, acione os agentes de vigilância, que farão visitas à residência do paciente com diagnóstico positivo e aos vizinhos, como ação de bloqueio à transmissão na área”, explicou Padilha.

 

A adoção do teste rápido não altera a conduta de atendimento. O paciente com diagnóstico confirmado recebe orientações para o reestabelecimento da saúde de acordo com protocolos do Ministério da Saúde, com respeito a eventuais comorbidades e sinais de gravidade. A estratégia de iniciar o teste rápido em janeiro é identificar as áreas de casos confirmados, fora do período de grande incidência, bloquear a transmissão e reduzir os riscos de epidemia.

O mapeamento das áreas de maior incidência e a identificação de pontos estratégicos serão utilizados para a definição das estratégias de prevenção como: a programação de visitas quinzenais em comércios de sucatas e potencial acúmulo de água parada, aplicação de larvicidas, operações de Cata-Bagulho, arrastões, distribuição de telas para cobertura de caixa d’água e nebulização. Com mais de sete mil atendimentos realizados no último ano, as tendas que também realizam o teste rápido devem ser instaladas com dois meses de antecedência em 2016, já a partir da segunda quinzena de fevereiro.

Para diminuir o tempo de espera dos resultados de hemogramas específicos para a dengue, a Secretaria também reajustou contratos com os laboratórios prestadores de serviços para o município. Foi estabelecido o prazo máximo de 24 horas para a informação dos dados, como a identificação da presença do vírus e fatores de risco. “O teste rápido de 20 minutos é indicado para usuários com sintomas da doença que comparecem às unidades. Além do teste rápido, a SMS também vai agilizar o resultado dos hemogramas em até 24 horas. É este exame que indica o número de plaquetas, anemias e situações de risco e indica a gravidade do caso”, disse o secretário.

 

Prevenção reforçada

Atuando pelo segundo ano consecutivo como apoio no trabalho dos agentes de zoonoses durante as vistorias para a identificação de criadouros do mosquito da dengue, os 100 soldados do Exército acompanharão, inicialmente, as ações nos bairros de Freguesia do Ó e Pirituba. Para o coronel Giovani Marcelo Puppio, a parceria com as forças armadas é importante para a conscientização sobre a gravidade do risco de epidemia e a necessidade de prevenção .

“O apoio do Exército ao trabalho do agente de zoonoses dá credibilidade durante a abordagem e mostra ao morador a seriedade e a importância de abrir a porta para a inspeção. Em 2014 fizemos uma abordagem para o município de São Paulo e, neste ano, será destacado um efetivo maior, de 900 homens para todo o Estado, numa segunda fase da operação”, explicou o coronel.

Jorge Rosa da Silva é proprietário de um comércio de sucatas na Vila Brasilândia, e mesmo sem ter tido casos de dengue na família ou entre os vizinhos, está sempre alerta. “Sempre que chove, eu venho até o quintal e viro todas as latinhas ou itens que podem acumular água. Se vejo uma poça d’água no chão eu removo o excesso e jogo sal ou vinagre”, afirmou.

Para o agente de zoonoses Elizeu Nivardo Dias, a preocupação do comerciante não é compartilhada por todos. “Estou nas ruas há seis anos e a percepção das pessoas sobre o perigo ainda é pequena. Mesmo com a ampla divulgação da imprensa sobre os riscos e as visitas que fazemos nas casas para a conscientização, vejo pessoas que já foram contaminadas sendo diagnosticadas pela segunda vez e com o criadouro do mosquito dentro de casa”, afirmou o agente.