Data chama atenção para os cuidados com a psoríase

Condição inflamatória provoca lesões na pele e em casos mais graves pode levar a problemas de autoestima e isolamento

O dia 29 de outubro é dedicado à conscientização sobre a psoríase, doença dermatológica crônica inflamatória, sistêmica, autoimune e não contagiosa que se caracteriza pela presença de manchas róseas ou avermelhadas na pele, recobertas por escamas esbranquiçadas.

A causa da doença ainda é desconhecida, e, embora exista uma predisposição familiar, não é necessariamente transmitida aos descendentes. A estimativa é de que afete cerca de 3% da população mundial, isto é, mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo 5 milhões apenas no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

A psoríase atinge qualquer idade, sem distinção de gênero, podendo ocorrer desde formas localizadas e discretas até formas muito severas, que acometem uma grande área da superfície corporal. Os locais mais atingidos são o couro cabeludo, cotovelos, joelhos, palmas das mãos, plantas dos pés, unhas e tronco, com lesões em ambos os lados do corpo.

Nos casos moderados e graves, o mesmo processo de inflamação que causa as lesões na pele pode também ser o responsável pelo aparecimento de associação com algumas comorbidades, como artrite psoriásica, obesidade, dislipidemia, hipertensão arterial, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, distúrbios do humor, dentre outras, o que diminui a qualidade de vida do paciente, necessitando de acompanhamento multidisciplinar para o tratamento. A doença também pode provocar dor e alterações que impactam na qualidade de vida e na autoestima do paciente.

A condição é cíclica, sujeita a melhoras dos sintomas e a recaídas, relacionadas a diversos fatores, como traumatismo na pele, obesidade, tabagismo, consumo excessivo de álcool, infecções, medicamentos, estresse emocional, variação climática.

Veja, a seguir, os tipos de psoríase e seus sintomas:

- Psoríase vulgar: lesões de tamanhos variados, delimitadas e avermelhadas, com escamas secas, aderentes, prateadas ou acinzentadas que surgem no couro cabeludo, joelhos e cotovelos.

- Psoríase invertida: lesões mais úmidas, localizadas em áreas de dobras como couro cabeludo, joelhos e cotovelos.

- Psoríase gutata: pequenas lesões localizadas, em forma de gotas, associadas a processos infecciosos. Geralmente, aparecem no tronco, braços e coxas (bem próximas aos ombros e quadril) e ocorrem com maior frequência em crianças e adultos jovens.

- Psoríase eritrodérmica: lesões avermelhadas generalizadas em 75% ou mais do corpo.

- Psoríase ungueal: depressões puntiformes ou manchas amareladas principalmente nas unhas das mãos.

- Psoríase artropática: pode estar associada a comprometimento nas articulações. Surge de repente com dor nas pontas dos dedos das mãos e dos pés ou nas grandes articulações como a do joelho.

- Psoríase pustulosa generalizada: rara, aparecem lesões com pus nos pés e nas mãos (forma localizada) ou espalhadas pelo corpo.

- Psoríase palmo-plantar: as lesões aparecem como fissuras nas palmas das mãos e solas dos pés.

- Artrite psoriásica: inchaço e rigidez nas articulações, podendo levar a deformidades.

Tratamento

A psoríase é uma doença de evolução crônica e, embora não haja cura, é possível controlar sua reincidência. O tratamento procura principalmente reduzir o número e a gravidade das lesões e vai depender das características do paciente. Há inúmeras opções de tratamento como cremes ou pomadas, fototerapia, medicações em comprimidos ou injetáveis.
É importante salientar que qualquer tratamento deve ser feito sob rigorosa orientação médica, de forma persistente, sendo necessário, em alguns casos, suporte psicológico para uma melhor adaptação ao impacto provocado pela doença.

Dicas para evitar agravamento e reincidência

- Manter uma alimentação saudável, anti-inflamatória como atum, salmão e sardinha, ricos em ômega 3, da mesma forma que azeite, nozes e sementes. Entre as frutas, o morango, que possui ácido fólico, é uma boa opção. Evitar carne vermelha, açúcar, alimentos industrializados e álcool.

- Evitar o tabagismo, que aumenta o risco da doença, e as bebidas alcoólicas, que podem afetar o sistema imunológico.

- Manter a pele bem hidratada, pois o ressecamento favorece o surgimento de lesões.

- Incluir na rotina atividades físicas e práticas como meditação, que reduzem o estresse e promovem o relaxamento.

- Tomar sol regularmente, tomando os cuidados de proteção contra os raios solares.

A relação das 470 UBSs da capital pode ser acessada por meio da página Busca Saúde.